Léxico Estratigráfico do Brasil


  Unidade: CARRANCAS 1, Facies
  Idade: Eo-Cambriano
  UF: MG,
  Termo(s): Formação (orig.), Membro, Facies,
  Local tipo: Km 30 da estrada de Sete Lagoas-Dr. Lund, distrito de Carrancas, município de Vespasiano, estado de Minas Gerais.
  Autor(es): COSTA, M.T. da; BRANCO, J.J.R., 1961;
  Citação Original:

  De acordo com sua litologia podem nela ser distinguidas 3 formações: A basal tem a espessura de apenas alguns metros e consta de um conglomerado basal seguido de quartzo filitos, às vêzes calcíferos, que representam uma sedimentação pelítica em transição para sedimentação química. O conglomerado basal consta de seixos sub-rolados de rochas do próprio embasamento cristalino, predominando gnaisses, com dimensões que variam até boulders. A matriz é abundante e nela estão mergulhados os seixos. Sua fração argilosa está metamorfoseada em clorita e sericita e mostra foliação horizontal. Acima desta formação e em concordância com ela segue-se um período de sedimentação química durante o qual foram depositados cerca de 200 m de calcário. Este calcário é muito puro, bem recristalizado e em geral de côr cinza azulada a negra, devido a inclusões de grafita. Na parte superior da Série, a sedimentação clástica domina. Sua espessura total é superior a 500 m. Logo acima do calcário vem uma camada com cerca de 200 m de espessura de ardósia, clorita-sericítica não calcífera com fração síltica e em geral pequena, e separa-se em placas de espessura bastante uniforme. Para cima, passam elas gradativamente a siltito argiloso, que na base encerram lentes de calcário oolítico e no topo, lentes de arcósio, de granulação em geral de areia fina. (Pág. 16). 

  Comentário:

  COSTA & BRANCO, op. cit., concluem a descrição da estratigrafia da Série Bambuí, sugerindo as novas denominações encontradas no quadro denominado "Estratigrafia da Série Bambuí no centro norte de Minas Gerais". Nesse quadro a Série Bambuí é dividida de baixo para cima nas formações Carrancas, Sete Lagoas e Rio Paraopeba, esta última apresentando os membros Serra de Santa Helena, Lagoa do Jacaré, Três Marias e Serra da Saudade. Os autores descrevem as unidades como mostra a citação original sem nomeá-las, devendo a formação basal corresponder à formação Carrancas, e logo acima a Formação Sete Lagoas e a superior a Formação Paraopeba. Nessa última as ardósias correspondem ao Membro Serra de Santa Helena, os siltitos com lentes de calcários oolíticos ao Membro Lagoa do Jacaré, os siltitos com lentes de arcóseos ao membro Três Marias e os siltitos e arcóseos verdes ao Membro Serra da Saudade. BRAUN (1968) considera que nenhuma das ocorrências de conglomerados possui as condições básicas para ser classificada como formação e sugere classificá-las segundo a origem em basais e intraformais, denominando as primeiras de Facies Carrancas e as outras de Facies Samburá. 

  Bibliografia:

  COSTA, M.T. da & BRANCO, J.J.R. Introdução. In: BRANCO, J.J.R. ed. Roteiro para a excursão Belo Horizonte - Brasília. Contribuição ao XIV CONGRESSO BRASILEIRO DE GEOLOGIA. Belo Horizonte, IPR, 1961. (Instituto de Pesquisas Radioativas, Publ. 15, p. 9-25). BRAUN, O.P.G. Contribuição à estratigrafia do Grupo Bambuí. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE GEOLOGIA, 22, Belo Horizonte, 1968. Anais do..., Belo Horizonte, SBG, 1968. p. 155-56. 

  Compilador:

  Floriano Garcia Costa (CPRM), Ronaldo Ramalho (CPRM), Milton Brand Baptista (CPRM) 

Retorna