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Morro do Pai Inácio
Palmeiras -
BA , Lat.:
-12.459302902 Long.:
-41.471553802
Última alteração: 12/04/2023 09:54:40
Última alteração: 12/04/2023 09:54:40
Status: Em análise
Geossitio de Relevância Internacional
Valor Científico:
370
Valor Educativo:
245 (Relevância Nacional)
Valor Turístico:
295 (Relevância Nacional)
Risco de Degradação:
155 (Risco Baixo)
Identificação
Designação
Nome do Sítio: | Morro do Pai Inácio |
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Título Representativo: | |
Classificação temática principal: | Geomorfologia |
Classificação temática secundária: | Estratigrafia |
Registro SIGEP (Comissão Brasileira de Sítios Geológicos e Paleobiológicos) com o Nº com o Nº: | 72 |
Sítio pertence a um geoparque ou proposta de geoparque: | Sim (Serra do Sincorá - BA) |
Localização
Latitude: | -12.459302902 |
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Longitude: | -41.471553802 |
Datum: | WGS 84 |
Cota: | 1168 m |
Estado: | BA |
Município: | Palmeiras |
Distrito: | |
Local: | |
Ponto de apoio mais próximo: | Lençóis |
Ponto de referência rodoviária: | Acesso de terra, à beira da BR-242. |
Acesso: | Para se ter acesso ao local, há uma estrada de terra, acessível a qualquer tipo de veículo e com cerca de 2 km de extensão, que cruza a BR-242. Após percorrer este trecho de terra, caminha-se por uma trilha, de dificuldade baixa a moderada, por mais 600 m, até se atingir o alto do morro. |
Imagem de identificação
Resumo
Resumo |
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O sítio é um dos principais pontos de visitação turística da Chapada Diamantina, sendo também um dos seus locais de referência e a sua principal representação iconográfica (ex libris). Do seu topo, tem-se uma vista panorâmica da região, incluindo o Planalto Carbonático da Bacia de Irecê. O local está inserido dentro da APA Marimbus-Iraquara, além de ter sido tombado pelo IPHAN e ter sido decretado como um Parque Municipal pelo município de Palmeiras. Este geossítio se enquadra na categoria temática das Coberturas Mesoproterozóicos e consiste em um morro testemunho, sustentado por arenitos da Formação Tombador, instalado na zona de charneira de uma dobra anticlinal aberta, de escala regional, facilmente observável do alto do morro e conhecida como Anticlinal do Pai Inácio. Este aspecto confere uma importância didática e científica ao local, que somadas é também dotado de relevância cultural e turística. Segundo Castro (2003), o Morro do Pai Inácio apresenta uma das melhores exposições do intervalo inferior da Formação Tombador e, na sua base, pode-se observar o contato erosivo com a Formação Guiné, pertencente ao Grupo Paraguaçu. Do seu topo, pode-se observar o eixo esvaziado da dobra anticlinal. Esta dobra consiste em uma estrutura com cerca de 160 km de extensão e 20 a 30 km de largura, formada durante o Neoproterozóico (Castro, op cit). A origem deste morro testemunho está associada ao entalhamento vertical das vertentes, aproveitando-se das fraturas, com direções N60W/Subverticais e N60E/Subverticais, instaladas na charneira da dobra, até que se atinge as rochas mais argilosas do Grupo Paraguaçu, quando se inicia a erosão lateral das vertentes, formando o vale ao logo do anticlinal. |
Abstract |
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The site is one of the main points of tourist attraction of the Chapada Diamantina, also being one of its landmarks and its main iconographic representation. From the top, there is a panoramic view of the region, including the carbonate plateau of Irecê Basin. The site is inserted into the APA Marimbus-Iraquara, has been listed by IPHAN and have been stated as a municipal park for Palmeiras municipality. This geosite falls under the thematic category of Mesoproterozóicos deposits and consists in a residual hill, supported by Tombador sandstones, installed at the hinge zone of an anticlinal. This fold is an open fold, with regional scale, that is easily observable from the top of hill. This aspect gives a didactic and scientific importance to the site, which together is also endowed with cultural and tourist importance. According to Castro (2003), the Pai Inácio Hill has one of the best exhibitions of the lower Tombador Formation interval and, at its base, one can oberserve the erosive contact with the Guine formation, that belongs to the Paraguaçu Group. From the top, one can see the bending axis emptied of the anticline. This fold consists of a structure with about 160 km long and 20-30 km wide, formed during the Neoproterozoic (Castro, op cit). The origin of this residual hill is associated with vertical carving of the slopes, taking advantage of fractures, with directions N60W / subvertical and N60E / subvertical, installed at the hinge of the fold, until it reaches the most argillaceous rocks of the Paraguaçu Group, when starting lateral erosion of the slopes, forming the valley to the right of the anticline. |
Autores e coautores |
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Ricardo Galeno Fraga de Araújo Pereira Violeta de Souza Martins (Cadastro) |
Contexto
Geológico
Enquadramento Geológico Geral: |
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Unidade do Tempo Geológico (Eon, Era ou Período): |
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Paleoproterozoico/Mesoproterozoico |
Ambiente Dominante: |
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Tipo de Unidade: | Unidade Litoestratigráfica |
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Nome: | Formação Tombador/Guiné ou Açuruá |
Outros: | |
Rocha Predominante: | Arenito |
Rocha Subordinada: | Metassiltito |
Tipo e dimensões do afloramento, contato, espessura, outras informações descritivas do sítio. : |
O morro do Pai Inácio, localizado as margens da BR-242 com 1168 metros de altitude representa um dos principais sítios de visitação turística da Chapada Diamantina, sendo um dos seus locais turísticos de referência pelo fato do seu topo se obter uma vista panorâmica da região, sendo referência dos turistas como mirante ao pôr do sol. Existe um acesso rodoviário até a sua base onde os turistas realizam uma trilha de baixa complexidade até o seu topo. Formado pelos arenitos do grupo Paraguaçu na base, metarenito eólico e pelos arenitos da Formação Tombador representa o contato de litologias paleo e mesoproterozoicas. De acordo com Pereira, 2017 sua origem de morro testemunho está associada ao entalhamento vertical das vertentes, aproveitando-se de fraturas subverticais, com direções N60W e N60E, instaladas na charneira da dobra, até que se atinge as rochas argilosas do Grupo Paraguaçu, quando se inicia a erosão lateral das vertentes, formando o vale ao logo do anticlinal. Este modelo carece de estudos científicos mais consistentes, detalhando a história evolutiva do relevo. |
Paleontológico
Local de ocorrência |
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Ramos da Paleontologia: |
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Taxons conhecidos: |
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Caracterização Geológica
Rochas Sedimentares
Ambientes Sedimentares: |
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Ambientes: | Antigos |
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Tipos de Ambientes: |
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Descontinuidades Estratigráficas: |
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Disconformidade – intervalo de erosão ou não deposição entre camadas sedimentares, com ou sem ravinamento |
Rochas Ígneas
Categoria: | Não se aplica - Não se aplica |
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Aspectos Texturais: |
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Estruturas: |
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Rochas Metamórficas
Metamorfismo: |
Facie Metamorfismo: |
Texturas: |
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Estruturas: |
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Deformação das Rochas
Tipo de Deformação: | Dúctil / Rúptil |
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Regime Tectônico: | Compressional |
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Estruturas Lineares: |
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Estruturas Planas: |
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Feições de Relevo
FR1e - Rampas de Tálus (cones de dejeção) | |
FR7a - Rebordos erosivos | |
FR8f - Vales anticlinais | |
FR10c - Mesas, mesetas e morros-testemunho |
Ilustração
Croqui esquemático esquemático do vale entalhado no anticlinal do Pai Inácio. Figura - Pereira, R.F.G.A, 2017. |
Interesse
Dados
Pelo Conteúdo |
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Interesse associado |
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Pela sua possível utilização |
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Observações
Observações Gerais |
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O local foi descrito no SIGEP (Pedreira e Bomfim, 2002) e foi alvo de uma tese de doutorado (Castro, 2003) que estudou as rochas ali aflorantes na perspectiva da estratigrafia de sequências. Consiste em um dos principais atrativos da Chapada Diamantina e sua imagem é largamente utilizada em campanhas nacionais e/ou internacionais de divulgação da região Está protegido por três unidades de conservação e sua gestão está sob responsabilidade do Grupo Ambientalista de Palmeiras - GAP. |
Bibliografia |
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Castro, M. R. de -2003- Estratigrafia de Seqüências na Formação Tombador, Grupo Chapada Diamantina, Bahia. Tese de Doutoramento- Instituto de Geociências da Universidade de São Paulo. São Paulo/SP- Brasil. 122 p. Pedreira, A. J. & Bomfim L. F. -2002- Morro do Pai Inácio, BA- Marco Morfológico da Chapada Diamantina. In: Schobbenhaus, C., Campos, D. A., Queiroz, E. T., Winge, M. & Berbert-Born, M. L. C. –Eds.: Sítios geológicos e paleontológicos do Brasil. DNPM/CPRM/SIGEP, Brasília/DF- Brasil, 540 p. SILVA, A.J. P, PEREIRA, R.G.F.A, GUIDICE, D.S;, 2015, Geossítios: cenários da geodiversidade da Bahia, Série Publicações Especiais, 17/ - Companhia Baiana de Pesquisa Mineral - CBPM PEREIRA, R.G. F. A, Geoparks: Pathways to Internalize Sustainble Development in State of Bahia, Brazil, Revista Geoheritage, 2022. PEREIRA, R.G.F.A. Geoconservação e Desenvolvimento Sustentável na Chapada Diamantina (Bahia-Brasil). 2010. 295f. Tese (Doutorado) - Escola de Ciências, Universidade do Minho, Braga. PEREIRA R.G.F de A, ROCHA A.J.D, PEDREIRA A.J (2017) Geoparque Serra do Sincorá, BA: Proposta. Serviço Geológico do Brasil – CPRM. Salvador/BA - Brasil. http://rigeo.cprm.gov.br/jspui/ handle/doc/18230, acesso em 08/06/2022 |
Imagens Representativas e Dados Gráficos
Conservação
Unidade de Conservação
Nome da UC | Tipo da UC | Unidade de Conservação | Situação da Uc |
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Parque Municipal de Palmeiras (Municipal) | UC de Proteção Integral | Parque |
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APA Marimbus Iraquara (Privado) | UC de Uso Sustentável | Área de Proteção Ambiental |
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Proteção Indireta
APP (Área de Proteção Permanente): | Topo de Morro |
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Relatar: | |
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Considerando que se trata de um ícone da Chapada Diamantina, com um alto número de visitantes por ano, o local tem um forte apelo de conservação. Todavia, o mesmo pode ainda ser enquadrado nas APP de topos de morro, ou das encostas com mais de 45 graus de inclinação. O local foi também tombado pelo IPHAN. |
Uso e Ocupação
Propriedade do Terreno | ||||
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Público / Municipal |
Area Rural |
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Area Urbana |
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Fragilidade |
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Baixa |
Dificuldade de Acesso e aproveitamento do solo: |
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O Grupo Ambientalista de Palmeiras - GAP controla o acesso de visitantes ao local e cobra uma taxa de visitação de R$ 10. |
Quantificação
Valor Científico (indicativo do valor do conteúdo geocientífico do sítio ou do elemento geológico)
Ítem | Peso | Resposta | Valor |
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A1 - Representatividade | 30 | O local ou elemento de interesse é o melhor exemplo, atualmente conhecido, na área de trabalho, para ilustrar elementos ou processos, relacionados com a área temática em questão (quando aplicável) | 4 |
A2 - Local-tipo | 20 | O local ou elemento de interesse é reconhecido como holostratótipo ou unidade litodêmica nos léxicos estratigráficos do Brasil e da Amazônia Legal ou documentos similares, ou é a fonte de um holótipo, neótipo ou lectótipo registrado em publicações científicas, de acordo com o código (ICZN, ICBN ou ICN) vigente na época da descrição e cadastrado na Base de Dados Paleo da CPRM ou bases similares ou é um sítio de referência da IMA; | 4 |
A3 - Reconhecimento científico | 5 | É um sítio já aprovado pela SIGEP e/ou existem artigos sobre o local de interesse em livro, em revistas científicas internacionais... | 4 |
A4 - Integridade | 15 | Os principais elementos geológicos (relacionados com a categoria temática em questão, quando aplicável) estão muito bem preservados | 4 |
A5 - Diversidade geológica | 5 | Local de interesse com 5 ou mais tipos diferentes de aspectos geológicos com relevância científica | 4 |
A6 - Raridade | 15 | Existem, na área de estudo, 2-3 exemplos de locais semelhantes (representando a categoria temática em questão, quando aplicável) | 2 |
A7 - Limitações ao uso | 10 | Não existem limitações (necessidade de autorização, barreiras físicas, etc.) para realizar amostragem ou trabalho de campo | 4 |
Valor Científico | 370 |
Risco de Degradação (dos valores geológicos retratados no sítio ou no elemento geológico)
Ítem | Peso | Resposta | Valor |
---|---|---|---|
B1 - Deterioração de elementos geológicos | 35 | Existem reduzidas possibilidades de deterioração dos elementos geológicos secundários | 1 |
B2 - Proximidade a áreas/atividades com potencial para causar degradação | 20 | Local de interesse situado a menos de 500 m de área/atividade com potencial para causar degradação | 3 |
B3 - Proteção legal | 20 | Local de interesse situado numa área com proteção legal e com controle de acesso | 1 |
B4 - Acessibilidade | 15 | Local de interesse acessível por veículo em estrada não asfaltada | 2 |
B5 - Densidade populacional | 10 | Local de interesse localizado num município com menos de 100 habitantes por km2 | 1 |
Risco de Degradação | 155 |
Potencial Valor Educativo e Turístico (indicativo de interesse educativo e turístico associado ao valor científico do sítio, sujeito à análise complementar dos setores competentes)
Ítem | P.E | P.T | Resposta | Valor |
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C1 - Vulnerabilidade | 10 | 10 | Possibilidade de deterioração de elementos geológicos secundários por atividade antrópica | 3 |
C2 - Acesso rodoviário | 10 | 10 | Local de interesse acessível por veículo em estrada não asfaltada | 2 |
C3 - Caracterização do acesso ao sítio | 5 | 5 | O local de interesse é acessado por estudantes e turistas, mas só depois de ultrapassar certas limitações (autorizações, barreiras físicas, marés, inundações etc...) | 2 |
C4 - Segurança | 10 | 10 | Local de interesse sem infraestrutura de segurança (vedações, escadas, corrimões, etc.) mas com rede de comunicações móveis e situado a menos de 50 km de serviços de socorro | 2 |
C5 - Logística | 5 | 5 | Existem restaurantes e alojamentos para grupos de 50 pessoas a menos de 50 km do local de interesse | 3 |
C6 - Densidade populacional | 5 | 5 | Local de interesse localizado num município com menos de 100 habitantes por km2 | 1 |
C7 - Associação com outros valores | 5 | 5 | Existem diversos valores ecológicos e culturais a menos de 10 km do local de interesse | 4 |
C8 - Beleza cênica | 5 | 15 | Local de interesse habitualmente usado em campanhas turísticas do país, mostrando aspectos geológicos | 4 |
C9 - Singularidade | 5 | 10 | Ocorrência de aspectos únicos e raros no estado | 3 |
C10 - Condições de observação | 10 | 5 | A observação de todos os elementos geológicos é feita em boas condições | 4 |
C11 - Potencial didático | 20 | 0 | Ocorrência de elementos geológicos que são ensinados no ensino superior | 1 |
C12 - Diversidade geológica | 10 | 0 | Ocorrem 3 ou 4 tipos de elementos da geodiversidade | 3 |
C13 - Potencial para divulgação | 0 | 10 | Ocorrência de elementos geológicos que são evidentes e perceptíveis para todos os tipos de público | 4 |
C14 - Nível econômico | 0 | 5 | Local de interesse localizado num município com IDH inferior ao se verifica no estado | 1 |
C15 - Proximidade a zonas recreativas | 0 | 5 | Local de interesse localizado a menos de 5 km de uma zona recreativa ou com atrações turísticas | 4 |
Valor Educativo | 245 | |||
Valor Turístico | 295 |
Classificação do sítio
Relevância: | Geossítio de relevância Internacional |
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Valor Científico: | 370 |
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Valor Educativo: | 245 (Relevância Nacional) |
Valor Turístico: | 295 (Relevância Nacional) |
Risco de Degradação: | 155 (Risco Baixo) |
Recomendação
Urgência à Proteção global: | Necessário a médio prazo |
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Urgência à Proteção devido a atividades didáticas: | Necessário a médio prazo |
Urgência à Proteção devido a atividades turísticas: | Necessário a médio prazo |
Urgência à Proteção devido a atividades científicas: | Necessário a médio prazo |
Unidade de Conservação Recomendado: | UC de Proteção Integral - |
Justificativa: |
Coordenadas do polígono de proteção existente ou sugerido
Ponto 1: | Latitude: -12.457471194003798 e Longitude: -41.46419620461529 |
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Ponto 2: | Latitude: -12.460790045013292 e Longitude: -41.46852207079065 |
Ponto 3: | Latitude: -12.461435373393444 e Longitude: -41.4710283279419 |
Ponto 4: | Latitude: -12.462323745281555 e Longitude: -41.47345733537806 |
Ponto 5: | Latitude: -12.461368327493132 e Longitude: -41.47578334494029 |
Ponto 6: | Latitude: -12.459189294324498 e Longitude: -41.4777832015534 |
Ponto 7: | Latitude: -12.457010239008937 e Longitude: -41.47943114920054 |
Ponto 8: | Latitude: -12.454856309513177 e Longitude: -41.48192871222476 |
Ponto 9: | Latitude: -12.447313230615201 e Longitude: -41.478280907964525 |
Ponto 10: | Latitude: -12.45100098866831 e Longitude: -41.46573257341516 |
Justificativas e explicações sobre a delimitação sugerida para o sítio: |
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Responsável
Nome: | Ricardo Fraga Pereira |
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Email: | fraga.pereira@ufba.br |
Profissão: | Geólogo e Professor |
Instituição: | Universidade Federal da Bahia |
Currículo Lattes: | http://lattes.cnpq.br/1786940828895467 |