Visualizando
Piroclásticas Tapalam
Marilândia do Sul -
PR , Lat.:
-23.742910385 Long.:
-51.281879425
Última alteração: 20/09/2024 14:29:11
Última alteração: 20/09/2024 14:29:11
Status: Em análise
Geossitio de Relevância Internacional
Valor Científico:
320
Valor Educativo:
250 (Relevância Nacional)
Valor Turístico:
195 (Relevância Regional/Local)
Risco de Degradação:
335 (Risco Alto)
Identificação
Designação
Nome do Sítio: | Piroclásticas Tapalam |
---|---|
Título Representativo: | Primeira descrição de depósito máfico de queda piroclástica da Província Ígnea Paraná-Etendeka, registro de um edifício vulcânico. |
Classificação temática principal: | Vulcanismo |
Classificação temática secundária: | Vulcanismo |
Registro SIGEP (Comissão Brasileira de Sítios Geológicos e Paleobiológicos) com o Nº : | Não |
Sítio pertence a um geoparque ou proposta de geoparque: | Não |
Localização
Latitude: | -23.742910385 |
---|---|
Longitude: | -51.281879425 |
Datum: | SIRGAS2000 |
Cota: | 820 m |
Estado: | PR |
Município: | Marilândia do Sul |
Distrito: | |
Local: | Pedreira Tapalam |
Ponto de apoio mais próximo: | Centro de Marilândia do Sul-PR |
Ponto de referência rodoviária: | Igreja Matriz - Paróquia N.Sra. das Dores, Marilândia do Sul-PR |
Acesso: | Igreja Matriz - Paróquia N.Sra. das Dores R. Clotário Portugal, 23 - Centro, Marilândia do Sul - PR, 86825-000 Pegue a Av. dos Missionários até Rod. Beligni e Pantano/Av. Três de Outubro 1 min (350 m) Siga a Av. Três de Outubro e BR-376 7 min (6,5 km) Dirija até seu destino 1 min (350 m) Vulcão TAPALAM Rod. do Café - Marilândia do Sul, PR, 86825-000 |
Imagem de identificação
Lava em cordas na superfície do derrame pahoehoe que cobre os depósitos piroclásticos e vulcanoclásticos secundários. |
Resumo
Resumo |
---|
A Província Magmática Paraná-Etendeka (PELIP) é conhecida por seus vastos derrames de basaltos de inundação (flood basalts), rapidamente colocados, que dominaram o centro do supercontinente Gondwana durante o Cretáceo Inferior. No entanto, pouco se compreende atualmente sobre as erupções explosivas máficas, que muitas vezes ocorrem simultaneamente com a atividade efusiva, como observado em vulcanismo basáltico mais recente. Aqui, é descrito a primeira camada bem preservada de tufo basáltico intercalada na sequência de lavas basálticas de alto Ti na parte central da PELIP, no Brasil. O Tufo Tapalam é composto por componentes juvenis basálticos vítreos, lapilli escoriáceos e cinzas grossas, com um cimento contendo argilas, zeólitos, carbonatos e óxidos de ferro. Os fragmentos vítreos de sideromelano variam desde acnelitos bem arredondados, com superfícies lisas e curvas, até fragmentos altamente angulosos em forma de cúspide ou placas. As formas dos acnelitos incluem gotículas quebradas (lágrimas de Pele), fragmentos de fios (cabelos de Pele), halteres, agulhas, esferas, ovoides e reticulitos. Piroclastos alongados exibem orientação achatada, e a estratificação sutil é definida pela alternância granulométrica. Essa descoberta sugere que essas rochas foram depositados próximos ao conduto vulcânico e provavelmente indicam um depósito de queda associado a uma fonte de lava fluida e alta (centenas de metros ou mais de 1 km), semelhante a uma erupção do tipo havaiano, alimentada por magma basáltico de baixa viscosidade. Portanto, a atividade vulcânica não foi exclusivamente efusiva, mas também envolveu erupções explosivas, o que pode ter implicações significativas para a compreensão da história vulcânica da PELIP e sua relação com mudanças ambientais locais e globais. |
Abstract |
---|
The Paraná-Etendeka Large Igneous Province (PELIP) is renowned for its massive and rapidly emplaced food basalts that dominated the centre of the Gondwana supercontinent during the Early Cretaceous. However, little is currently understood about mafc explosive eruptions, which often occur simultaneously with efusive activity, as observed in young basaltic volcanism. Here, are described the frst well-preserved layer of basaltic tuff interbedded within the high-Ti basaltic lava sequence in the central part of the PELIP, Brazil. The Tapalam Tuf consists of basaltic juvenile glassy components, scoriaceous lapilli and coarse ash, with a cement containing clays, zeolites, carbonates, and iron oxides. The glassy sideromelane fragments range from well-rounded achneliths with smooth, curved surfaces to highly angular, cuspate-shaped or platy shards. Achnelith morphologies include broken droplets (Pele’s tears), thread fragments (Pele’s hair), dumbbells, needles, spheres, ovoids and reticulite. Elongated pyroclasts exhibit a fat orientation, and subtle bedding is defned by granulometric alternation. These fndings suggest the deposits were laid down proximal to the volcanic vent and likely indicate a fallout deposit associated with a fuid-dominated, high (hundreds of meters or more than 1 km) fountain similar to a Hawaiian-type eruption, fed by low-viscosity basaltic magma. Volcanic activity was therefore not exclusively efusive but also involved explosive eruptions, which may have signifcant implications for understanding PELIP’s volcanic history and its relation to local and global environmental changes. |
Autores e coautores |
---|
AUTORES Marcell Leonard Besser (Serviço Geológico do Brasil) André Luis Spisila (Serviço Geológico do Brasil) COAUTORES Otavio Augusto Boni Licht (Extinta Mineropar - Serviço Geológico do Paraná) Eleonora Maria Gouvêa Vasconellos (UFPR) |
Contexto
Geológico
Enquadramento Geológico Geral: |
---|
|
Unidade do Tempo Geológico (Eon, Era ou Período): |
---|
Era Mesozoica, Período Cretáceo |
Ambiente Dominante: |
---|
|
Tipo de Unidade: | Unidade Litoestratigráfica |
---|---|
Nome: | Formação Pitanga, Grupo Serra Geral |
Outros: | Basalto pahoehoe |
Rocha Predominante: | Aglomerado |
Rocha Subordinada: | Tufo máfico |
Tipo e dimensões do afloramento, contato, espessura, outras informações descritivas do sítio. : |
A mineração no local do geossítio está atualmente desativo (2024). As rochas da pedreira Tapalam situam-se no eixo central do arco de Ponta Grossa e na interface entre as formações Pitanga e Paranapanema do Grupo Serra Geral. A primeira é observada sobrepondo-se ou em contato lateral com fluxos de riolito porfirítico da Formação Chapecó, ou diretamente sobre os arenitos eólicos da Formação Botucatu. A pedreira é composta por dois níveis, um a aproximadamente 800 metros e outro em torno de 820 metros de altitude. O principal foco das operações de mineração era a extração de fluxos de lava pahoehoe texturalmente homogêneos e mais espessos nesses níveis. Entre essas bancadas da pedreira, os depósitos entre derrames preservam materiais naturalmente desprezados pela mineração, incluindo depósitos vulcanoclásticos máficos e fluxos pahoehoe simples e vesiculares finos (que são inadequados para a britagem). A estratigrafia da pedreira compreende as seguintes camadas: Fluxo de lava pahoehoe homogêneo de ~10 metros de espessura, com disjunções colunares irregulares e altamente côncavas de largura decimétrica, sem padrões geométricos bem definidos; Camada irregular de brecha vulcânica máfica escoriácea de 8 a 10 metros de espessura, com matriz vulcânica de cor marrom-avermelhada. Rocha aglomerado. Camada irregular de menos de 1 metro de espessura de depósito vulcanoclástico primário (piroclástico) basáltico, denominada Tufo Tapalam; Camada irregular de brecha vulcânica máfica escoriácea de espessura métrica e variada, com matriz epiclástica bem selecionada de coloração marrom-avermelhada (incluindo partículas vulcânicas e não vulcânicas); Sequência de fluxos finos de lava pahoehoe, com superfície cordada, de 2 a 6 metros de espessura; Fluxo de lava pahoehoe com disjunções colunares irregulares e côncavas, similar ao fluxo basal, de 10 a 15 metros de espessura. A camada de tufo apresenta uma cor pálida que varia de avermelhado-bege a cinza, sendo distinguida por seu contato irregular com a brecha basáltica sobreposta, preenchendo depressões formadas pelos fragmentos da brecha em sua superfície superior. Fluxos basálticos de pahoehoe em lâminas finas sobrepõem-se a um contato nítido com o tufo. Os fragmentos de cinzas e lapilli são marrons escuros, enquanto suas superfícies possuem uma cobertura vermelho-clara. O tufo é mantido por um cimento bege/branco. Tanto os fragmentos de lapilli quanto de cinzas exibem propriedades magnéticas. A diversidade morfológica dentro do tufo é significativa, incluindo acnelitos alongados e fragmentos em forma de cúspide. Estimativas de tamanho de grão, por meio de exame petrográfico, revelam uma predominância de cinzas grossas (~60%) variando de 0,1 a 2 mm, ligadas por um cimento zeolítico microcristalino (~25%). Fragmentos de lapilli escoriáceos (~15%) variam de 2 a 5 mm, podendo chegar a 1 cm. Clastos holohialinos de cor laranja claro, identificados como sideromelana, contêm vesículas e raros micrólitos euédricos a subeuédricos (50–100 µm). A morfologia piroclástica distinta dos clastos indica uma origem juvenil. Cristais isolados raros (<1 mm) podem ser encontrados, como augita. Não foram identificados litoclastos ou fragmentos acidentais nas amostras. A presença de fraca laminação é evidente pela orientação achatada dos clastos alongados e pela alternância milimétrica dos tamanhos de grão. Os piroclastos exibem variações proeminentes na arredondamento e esfericidade. Um grupo distinto de acnelitos grossos apresenta formas fluidas, caracterizadas por superfícies lisas e curvas. Outra população de fragmentos vítreos é altamente angular, cúspide e em forma de placas, sugerindo que são remanescentes de paredes de vesículas quebradas. Acnelitos raros ocorrem com longos fios quebrados, semelhantes aos cabelos de Pele, que podem se estender por mais de 1 cm de comprimento e medir entre 50 e 200 µm de largura. Fragmentos de reticulito também estão presentes, com uma rede aberta de vesicularidade intrincada composta por hastes de vidro. Uma variedade de formas de acnelitos está presente, incluindo agulhas, esferas, ovoides, lágrimas de Pele, fragmentos fluidos e halteres. Alguns piroclastos retêm uma estrutura de fluxo interna, marcada por linhas mais escuras que seguem o contorno do fragmento, paralelas ao achatamento das vesículas. Os piroclastos são cimentados por uma massa de zeólita fibrosa, argilas, carbonatos e óxidos de ferro. A vesicularidade nos piroclastos varia de 5 a 90% da área. Geralmente, as vesículas apresentam forma esférica a ligeiramente oval. No entanto, em alguns piroclastos fibrosos, como nos cabelos de Pele, as vesículas são notavelmente alongadas e esticadas. Zeólitas fibrosas radiais revestem as vesículas, e estas estão preenchidas por zeólita maciça ou sílica microcristalina (calcedônia). Os processos de alteração preservaram eficazmente as morfologias dos clastos e também geraram fissuras nas superfícies dos piroclastos, principalmente devido à hidratação. Além disso, tipos únicos de zeólita, como a série heulandita-clinoptilolita, cristalizaram-se como parte da alteração, contribuindo para o cimentar dos piroclastos. |
Paleontológico
Local de ocorrência |
---|
|
Ramos da Paleontologia: |
---|
|
Taxons conhecidos: |
---|
|
Caracterização Geológica
Rochas Sedimentares
Ambientes Sedimentares: |
---|
|
Ambientes: | Antigos |
---|
Tipos de Ambientes: |
---|
|
Descontinuidades Estratigráficas: |
---|
Rochas Ígneas
Categoria: | Vulcânica - Outras (Cone e trincheira vulcânica do tipo spatter ) |
---|
Aspectos Texturais: |
---|
|
Estruturas: |
---|
|
Rochas Metamórficas
Metamorfismo: |
Facie Metamorfismo: |
Texturas: |
---|
|
Estruturas: |
---|
|
Deformação das Rochas
Tipo de Deformação: |
---|
Regime Tectônico: |
---|
Estruturas Lineares: |
---|
|
Estruturas Planas: |
---|
|
Interesse
Dados
Pelo Conteúdo |
---|
|
Interesse associado |
---|
|
Pela sua possível utilização |
---|
|
Observações
Observações Gerais |
---|
O Tufo Tapalam se destaca como um exemplo excepcional de registro piroclástico basáltico bem preservado em toda a LIP Paraná-Etendeka até o momento. A presença de piroclastos moderadamente a bem selecionados, com predominância de partículas de cinzas e a presença de acnelitos (lágrimas de Pele, cabelos de Pele quebrados, etc.), sugere um depósito de queda piroclástica. A preservação de texturas finas pode ser atribuída a condições únicas, como o rápido soterramento por atividade efusiva, o que contraria a erosão usualmente rápida de depósitos de tefra. Cinzas delicadas possivelmente soterraram material piroclástico significativo, levando a interações e intercalações complexas entre produtos de diversos condutos vulcânicos, resultando em uma estratigrafia complexa (Brown et al. 2015). O contexto paleogeográfico do Tufo Tapalam introduz outra variável: a quantidade substancial de areia do vasto deserto de Botucatu, que era continuamente soprada sobre os vulcões recém-formados, especialmente na base da sequência vulcânica. Grande parte da tefra pode ter sido levada pelas mesmas correntes de vento que transportaram as dunas de areia. As características morfológicas dos piroclastos, preservando a deformação de gotículas fundidas em resposta às forças aerodinâmicas e à tensão superficial durante o resfriamento, fornecem insights sobre o estilo eruptivo (Wolf e Sumner, 2000). A diversidade morfológica extensa dos piroclastos do Tufo Tapalam, juntamente com a presença de gotículas arredondadas de superfície lisa, fragmentos alongados quebrados (cabelos de Pele; Villermaux, 2012) e gotículas irregulares quebradas e irregulares, além de fragmentos com formas externas parcialmente influenciadas pela tensão superficial, são indicativos de uma erupção fissural com fonte de fogo semelhante ao tipo havaiano (Walker e Croasdale, 1971; Heiken, 1972; Schmith et al., 2017). A irregularidade morfológica dos piroclastos sugere processos de fragmentação completa (em vez de parcial), indicando a ocorrência de explosões de alta intensidade e fragmentação magmática em um cenário de fonte de fogo (fire-fountain) (Edwards et al., 2020). Uma fonte de lava dominada por fluidos e fragmentação dúctil gera principalmente clastos fluidais de milímetros (acnelitos, lágrimas de Pele, cabelos de Pele) até centímetros ou decímetros (respingos ou bombas) (Cannata et al., 2019; Spina et al., 2021), enquanto uma fonte de lava dominada por cinzas, impulsionada pela fragmentação frágil (rúptil) do magma, forma clastos sólidos muito menores, de centenas de micrômetros até poucos milímetros (Parfitt, 1998; Houghton e Gonnermann, 2008; Spina et al., 2021). No Tufo Tapalam, a presença de populações de piroclastos com características tanto fluido-dominadas quanto dominadas por cacos de vidro pode sugerir um depósito de queda resultante de mais de uma fonte de lava alimentando nuvens de cinzas ao longo de uma fissura com múltiplos e simultâneos condutos. Esse cenário foi observado na erupção prolongada do vulcão Hekla, na Islândia (Thorarinsson e Sigvaldason, 1972). Alternativamente, uma única fonte de lava pode ter gerado o depósito. É possível que a continuidade do depósito de tufo tenha sido interrompida por fluxos de lava posteriores, como observado em outros contextos vulcânicos, por exemplo, no Membro Roza da Província de Basaltos do Rio Columbia, onde lobos de lava inflados enterraram parcial ou totalmente os edifícios piroclásticos (Brown et al., 2014). Ambientes dinâmicos e em evolução prevalecem ao redor de condutos vulcânicos, especialmente durante erupções prolongadas de basaltos de inundação (flood basalts). Fluxos massivos de lava podem eventualmente cobrir extensas áreas e alternar entre fases dominadas por diferentes estilos de fragmentação, dúctil e frágil, como observado em erupções do Kīlauea, Havaí (Namiki et al., 2021), dando origem a uma intercalação sutil entre camadas mais finas e mais grossas. Em erupções de fragmentação magmática seca (sem presença de água no sistema), taxas de resfriamento mais lentas comumente resultam na formação de taquilito, um vidro rico em micrólitos (White e Valentine, 2016), enquanto em erupções freatomagmáticas, o vidro tipo sideromelano é mais comum, um vidro vulcânico basáltico resfriado (quenched) rapidamente, característico de magma basáltico resfriado por água (Heiken, 1974). No entanto, ambos os tipos de vidro basáltico podem ocorrer durante fragmentação seca e úmida (Moreland et al., 2019). Embora o sideromelano seja tipicamente rara em erupções basálticas secas, pode ser produzida em fontes de lava vigorosas (Stovall et al., 2012), como aquelas que formaram o Tufo Tapalam. Erupções históricas notáveis sublinham ainda mais o potencial para fontes de lava altas e dispersão de cinzas. Durante a erupção de Pu‘u ‘Ō ‘ō em 1983–1984 no Kīlauea, Havaí, jatos de lava atingiram cerca de 400 metros de altura, com plumas de 5 a 7 km (Parfitt, 2004). Na erupção de 2013 no Monte Etna (Itália), uma fonte de lava de 2,5 km de altura produziu uma coluna eruptiva que atingiu aproximadamente 6 km de altura e uma pluma densa que dispersou cinzas a até 400 km de distância (Bonaccorso et al., 2014). As fontes de lava de 1783–1784 da fissura do Laki (Islândia) provavelmente alcançaram mais de 1 km de altura, com colunas eruptivas sustentadas até 15 km de altitude (Thordarson e Self, 1993). Plumas altas e sustentadas também foram associadas a grandes erupções de basaltos de inundação, como reconhecido na Província de Basaltos do Rio Columbia através dos depósitos piroclásticos do campo de fluxo do Membro Roza (Brown et al., 2014; Glaze et al., 2017). Nossas observações sobre a ocorrência de fontes de lava altas na LIP Paraná-Etendeka fornecem vislumbres para entender a escala do impacto das erupções na contaminação atmosférica e sua inter-relação com os padrões de umidade local/regional no coração de Gondwana (Glaze et al., 2017; Cruz et al., 2021; Cavalheiro et al., 2021; Bacha et al., 2021). Embora depósitos piroclásticos máficos sejam menos comuns em LIPs em comparação com os félsicos, sua presença tem implicações significativas para regiões específicas, contribuindo para nossa compreensão da evolução de uma província magmática. As características observadas indicam fortemente a proximidade com o conduto vulcânico, sugerindo que o Tufo Tapalam seja um depósito piroclástico de queda (vulcanoclástico primário) originado de uma erupção com fonte de lava de grande altura, alimentada por magma basáltico de baixa viscosidade e alta temperatura. Além disso, a presença do Tufo Tapalam, o primeiro depósito piroclástico de queda máfico documentado na LIP Paraná-Etendeka, fornece valiosos vislumbres sobre a história vulcânica e os processos geodinâmicos associados a essas erupções extensas e de grande volume, que desempenharam um papel significativo na modelagem do passado da Terra. |
Bibliografia |
---|
Besser, M.L., Licht, O.A.B. & Vasconcellos, E.M.G. Well-preserved fallout basaltic tuff in central Paraná-Etendeka Large Igneous Province: pyroclastic evidence of high fire-fountain eruptions. Bull Volcanol 86, 6 (2024). https://doi.org/10.1007/s00445-023-01694-5 |
Imagens Representativas e Dados Gráficos
Conservação
Unidade de Conservação
Nome da UC | Tipo da UC | Unidade de Conservação | Situação da Uc |
---|---|---|---|
Proteção Indireta
Relatar: | |
---|---|
Uso e Ocupação
Propriedade do Terreno | ||||
---|---|---|---|---|
Privado |
Area Rural |
---|
|
Area Urbana |
---|
|
Fragilidade |
---|
Elevada |
Dificuldade de Acesso e aproveitamento do solo: |
---|
O acesso é permitido por meio de contato prévio dom a Mineração Tapalam. |
Quantificação
Valor Científico (indicativo do valor do conteúdo geocientífico do sítio ou do elemento geológico)
Ítem | Peso | Resposta | Valor |
---|---|---|---|
A1 - Representatividade | 30 | O local ou elemento de interesse é o melhor exemplo, atualmente conhecido, na área de trabalho, para ilustrar elementos ou processos, relacionados com a área temática em questão (quando aplicável) | 4 |
A2 - Local-tipo | 20 | O local ou elemento de interesse é reconhecido, na área de trabalho, como um dos locais-tipo secundário, sendo a fonte de um ou mais parastratótipo, unidades litodêmicas, parátipo ou sintipo | 1 |
A3 - Reconhecimento científico | 5 | É um sítio já aprovado pela SIGEP e/ou existem artigos sobre o local de interesse em livro, em revistas científicas internacionais... | 4 |
A4 - Integridade | 15 | Os principais elementos geológicos (relacionados com a categoria temática em questão, quando aplicável) estão muito bem preservados | 4 |
A5 - Diversidade geológica | 5 | Local de interesse com 5 ou mais tipos diferentes de aspectos geológicos com relevância científica | 4 |
A6 - Raridade | 15 | O local de interesse é a única ocorrência deste tipo na área de estudo (representando a categoria temática em questão, quando aplicável) | 4 |
A7 - Limitações ao uso | 10 | É possível fazer amostragem ou trabalho de campo depois de ultrapassar as limitações existentes | 2 |
Valor Científico | 320 |
Risco de Degradação (dos valores geológicos retratados no sítio ou no elemento geológico)
Ítem | Peso | Resposta | Valor |
---|---|---|---|
B1 - Deterioração de elementos geológicos | 35 | Possibilidade de deterioração de todos os elementos geológicos | 4 |
B2 - Proximidade a áreas/atividades com potencial para causar degradação | 20 | Local de interesse situado a menos de 100 m de área/atividade com potencial para causar degradação | 4 |
B3 - Proteção legal | 20 | Local de interesse situado numa área sem proteção legal, mas com controle de acesso | 3 |
B4 - Acessibilidade | 15 | Local de interesse localizado a menos de 500 m de uma estrada asfaltada | 3 |
B5 - Densidade populacional | 10 | Local de interesse localizado num município com menos de 100 habitantes por km2 | 1 |
Risco de Degradação | 335 |
Potencial Valor Educativo e Turístico (indicativo de interesse educativo e turístico associado ao valor científico do sítio, sujeito à análise complementar dos setores competentes)
Ítem | P.E | P.T | Resposta | Valor |
---|---|---|---|---|
C1 - Vulnerabilidade | 10 | 10 | Possibilidade de deterioração dos principais elementos geológicos por atividade antrópica | 2 |
C2 - Acesso rodoviário | 10 | 10 | Local de interesse localizado a menos de 500 m de uma estrada asfaltada | 3 |
C3 - Caracterização do acesso ao sítio | 5 | 5 | O local de interesse é acessado por estudantes e turistas, mas só depois de ultrapassar certas limitações (autorizações, barreiras físicas, marés, inundações etc...) | 2 |
C4 - Segurança | 10 | 10 | Local de interesse sem infraestrutura de segurança (vedações, escadas, corrimões, etc.) nem rede de comunicações móveis e situado a mais de 50 km de serviços de socorro | 1 |
C5 - Logística | 5 | 5 | Existem restaurantes e alojamentos para grupos de 50 pessoas a menos de 15 km do local de interesse | 4 |
C6 - Densidade populacional | 5 | 5 | Local de interesse localizado num município com menos de 100 habitantes por km2 | 1 |
C7 - Associação com outros valores | 5 | 5 | Existe um valor ecológico ou um cultural a menos de 20 km do local de interesse | 1 |
C9 - Singularidade | 5 | 10 | Ocorrência de aspectos únicos e raros no país | 4 |
C10 - Condições de observação | 10 | 5 | A observação de todos os elementos geológicos é feita em boas condições | 4 |
C11 - Potencial didático | 20 | 0 | Ocorrência de elementos geológicos que são ensinados em todos os níveis de ensino | 4 |
C12 - Diversidade geológica | 10 | 0 | Ocorre apenas 1 tipo de elemento da geodiversidade | 1 |
C13 - Potencial para divulgação | 0 | 10 | O público necessita de algum conhecimento geológico para entender os elementos geológicos que ocorrem no sítio | 3 |
C14 - Nível econômico | 0 | 5 | Local de interesse localizado num município com IDH inferior ao se verifica no estado | 1 |
C8 - Beleza cênica | 5 | 15 | Não se aplica. | 0 |
C15 - Proximidade a zonas recreativas | 0 | 5 | Não se aplica. | 0 |
Valor Educativo | 250 | |||
Valor Turístico | 195 |
Classificação do sítio
Relevância: | Geossítio de relevância Internacional |
---|
Valor Científico: | 320 |
---|---|
Valor Educativo: | 250 (Relevância Nacional) |
Valor Turístico: | 195 (Relevância Regional/Local) |
Risco de Degradação: | 335 (Risco Alto) |
Recomendação
Urgência à Proteção global: | Necessário a curto prazo |
---|---|
Urgência à Proteção devido a atividades didáticas: | Necessário a curto prazo |
Urgência à Proteção devido a atividades turísticas: | Necessário a médio prazo |
Urgência à Proteção devido a atividades científicas: | Necessário a curto prazo |
Unidade de Conservação Recomendado: | Não se aplica - |
Justificativa: | O superficiário (proprietário da terra) não é o mesmo proprietário da mineração. Quando o contrato entre a mineradora e o superficiário encerrar, o local do geossítio passa a ser de responsabilidade do superficiário novamente. No plano de fechamendo de mina, é necessário e urgente considerar a preservação do geossítio, se não, há risco de perda permanente do local. |
Coordenadas do polígono de proteção existente ou sugerido
Ponto 1: | Latitude: -23.742503740677027 e Longitude: -51.281840801239014 |
---|---|
Ponto 2: | Latitude: -23.743485816180343 e Longitude: -51.281315088272095 |
Ponto 3: | Latitude: -23.743932658083402 e Longitude: -51.28180325031281 |
Ponto 4: | Latitude: -23.743161732082804 e Longitude: -51.28277957439423 |
Justificativas e explicações sobre a delimitação sugerida para o sítio: |
---|
|
Responsável
Nome: | Marcell Leonard Besser |
---|---|
Email: | marcell.besser@sgb.gov.br |
Profissão: | Pesquisador em Geociências, Geólogo |
Instituição: | Serviço Geológico do Brasil - SGB-CPRM |
Currículo Lattes: | http://lattes.cnpq.br/3372242184425506 |