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Estromatólitos da Pedreira do Cumbi
Ouro Preto -
MG , Lat.:
-20.413110733 Long.:
-43.691905975
Última alteração: 28/06/2023 08:16:15
Última alteração: 28/06/2023 08:16:15
Status: Em análise
Geossitio de Relevância Nacional
Valor Científico:
290
Valor Educativo:
270 (Relevância Nacional)
Valor Turístico:
230 (Relevância Nacional)
Risco de Degradação:
285 (Risco Médio)
Identificação
Designação
Nome do Sítio: | Estromatólitos da Pedreira do Cumbi |
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Título Representativo: | Microbialitos do Paleoproterozoico |
Classificação temática principal: | Paleontologia |
Classificação temática secundária: | Paleoambiental |
Registro SIGEP (Comissão Brasileira de Sítios Geológicos e Paleobiológicos) com o Nº : | Não |
Sítio pertence a um geoparque ou proposta de geoparque: | Sim (Quadrilátero Ferrífero - MG) |
Localização
Latitude: | -20.413110733 |
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Longitude: | -43.691905975 |
Datum: | SIRGAS2000 |
Cota: | 1150 m |
Estado: | MG |
Município: | Ouro Preto |
Distrito: | Cacohoeira do Campo |
Local: | Pedreira do Cumbi |
Ponto de apoio mais próximo: | Cachoeira do Campo |
Ponto de referência rodoviária: | Trevo da BR-356 em Cachoeira do Campo, próximo ao centro de artesanato. |
Acesso: | A Pedreira do Cumbi se localiza no distrito de Cachoeira do Campo, distante 70km de Belo Horizonte. O acesso a partir da capital é pela BR-040 (sentido RJ) até o trevo para Ouro Preto, de onde segue pela BR-356. Para chegar a pedreira, o acesso é realizado a partir do trevo da BR-356 em Cachoeira do Campo, de onde segue por uma estrada de terra na direção sul, antes da ponte do rio Maracujá. Depois de percorrer 10 km, passa perto de um túnel da rede ferroviária e avista-se uma placa de indicação "Guarniere", que é o nome da família detentora dos direitos minerários da área (Bezerra 1999). |
Imagem de identificação
Resumo
Resumo |
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Os estromatólitos do Cumbi, atualmente são os mais antigos conhecidos no Brasil. Ocorrem nos mármores da Formação Fecho do Funil do Grupo Piracicaba de idade Riaciana, no topo do Supergrupo Minas, na região Sul do Quadrilátero Ferrífero, extremo sudeste do Cráton São Francisco (Dardenne & Campos Neto 1975). A Formação Fecho do Funil é composta por filitos dolomíticos marrom escuro e cinza escuro e dolomito argiloso e silicoso. O contato inferior com os quartzitos ferruginosos da Formação Cercadinho é gradacional. Esse metadolomito estromatolítico é conhecido como “mármore pele de onça” e foi extraído no período entre 1935 e 2005 para serem usados em diversas construções no Brasil como rocha ornamental (Kuchenbecker et al. 2015). A idade mínima para a sedimentação dos estromatólitos da Formação Fecho do Funil de 2,11 ± 0,11 Ga, foi obtida por Babinski et al. (1995) pelo método Pb-Pb em amostras do metadolomito da Pedreira do Cumbi. De acordo com Kuchembecker et al. (2015), os valores dos isótopos estáveis de Carbono (12C e 13C) do metadolomitos são muito altos, entre +5,6 e +7,4%o, que são compatíveis com os valores atribuídos a anomalia Lomagundi em carbonatos depositados entre 2,1 e 2,2 Ga, uma época crítica para o planeta, um pouco depois que o oxigênio se tornou um componente estável na atmosfera (ca. 2,3Ga). |
Abstract |
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The Cumbi stromatolites are currently the oldest known in Brazil. They occur in the marbles of the Fecho do Funil Formation of the Piracicaba Group of Rhyacian age, at the top of the Minas Supergroup, in the southern region of the Iron Quadrangle, extreme southeast of the São Francisco Craton (Dardenne & Campos Neto 1975). The Fecho do Funil Formation is composed of dark brown and dark grey dolomitic phyllites and clay and siliceous dolomite. The lower contact with the ferruginous quartzite of the Cercadinho Formation is gradational. This stromatolitic marble was known as "mármore pele de onça" which was extracted in the period between 1935 and 2005 to be used in several constructions in Brazil as ornamental stone (Kuchenbecker et al. 2015). The minimum age for sedimentation of stromatolites from the Fecho do Funil Formation is 2.11 ± 0.11 Ga (Babinski et al. 1995) from samples of the metadolomite from the Cumbi Quarry. According to Kuchembecker et al. (2015), the stable Carbon isotope values (12C and 13C) of the metadolomite are very high, between +5.6 and +7.4%o, which are compatible with the values assigned to the Lomagundi anomaly in carbonates deposited between 2.1 and 2.2 Ga, a critical epoch for the planet, shortly after oxygen became a stable component in the atmosphere (ca. 2.3Ga). |
Autores e coautores |
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Lúcia Maria Fantinel – Instituto de Geociências, UFMG Matheus Kuchenbecker – Instituto de Ciência e Tecnologia, UFVJM Thomas R. Fairchild – Instituto de Geociências, USP Rosemarie Rohn – Instituto de Geociências e Ciências Exatas, UNESP |
Contexto
Geológico
Enquadramento Geológico Geral: |
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Unidade do Tempo Geológico (Eon, Era ou Período): |
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Paleoproterozoico |
Ambiente Dominante: |
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Tipo de Unidade: | Unidade Litoestratigráfica |
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Nome: | formação Fecho do Funil |
Outros: | Quartzito |
Rocha Predominante: | Mármore |
Rocha Subordinada: | Filito |
Tipo e dimensões do afloramento, contato, espessura, outras informações descritivas do sítio. : |
O geossítio está inserido no contexto do Sinclinal Dom Bosco, uma megaestrutura de orientação E-W, com cerca de 50 km de extensão, localizada na porção sul do Quadrilátero Ferrífero, onde predominam as rochas dos supergrupos Minas e Estrada Real. Na área onde se encontra o geossítio ocorrem rochas pertencentes ao Grupo Piracicaba, porção superior do Supergrupo Minas. O geossítio ocorre em uma pedreira abandonada e, nos seus arredores afloram filitos e quartzitos da Formação Cercadinho, sotopostos a Formação Fecho do Funil. Esta por sua vez é composta por filitos cinza dolomíticos, em geral rico em magnetita e sulfetos (Bezerra 1999). O metadolomito exibe tons de cinza, bege e vermelho, granulação fina a média e estruturas laminadas, bandadas e estromatolíticas que são vistas, principalmente nas porções avermelhadas. O metamorfismo na fácies xisto verde é evidenciado pela presença de laminações de sericita e moscovita que envolve algumas colunas e revestem fraturas e estilólitos. |
Paleontológico
Local de ocorrência |
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Ramos da Paleontologia: |
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Taxons conhecidos: |
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Caracterização Geológica
Rochas Sedimentares
Ambientes Sedimentares: |
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Ambientes: | Antigos |
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Tipos de Ambientes: |
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Descontinuidades Estratigráficas: |
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Rochas Ígneas
Categoria: | Não se aplica - Não se aplica |
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Aspectos Texturais: |
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Estruturas: |
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Rochas Metamórficas
Metamorfismo: Regional (dinamotermal) |
Facie Metamorfismo: Xisto verde |
Texturas: |
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Estruturas: |
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Deformação das Rochas
Tipo de Deformação: | Dúctil |
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Regime Tectônico: | Compressional |
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Estruturas Lineares: |
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Estruturas Planas: |
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Feições de Relevo
Interesse
Dados
Pelo Conteúdo |
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Interesse associado |
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Pela sua possível utilização |
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Observações
Observações Gerais |
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Segundo Castro et al. (2016) uma das principais características dos estromatólitos da Formação Fecho do Funil e a coexistência de Conophyton e Jacutophyton formando uma associação específica que possui como característica principal a falta de fornecimento de sedimentos externo o que reflete no preenchimento entre as colunas por micrito. A ausência de feições de dissecação e de brechas, junto com lama carbonática, indica uma posição de submaré baixa, dentro de um sistema costeiro protegido de ondas, mas dominado pelo avanço da maré. |
Bibliografia |
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Bezerra, F.N.M. 1999. Mármores ornamentais de Minas Gerais, novas técnicas de caracterização e prospecção: Pedreira do Cumbi, Cachoeira do Campo. Dissertação de Mestrado. Instituto de Geociências da UFMG, 141p. Bittencourt, J.; Kuchenbecker, M.; Vasconcelos, A.G.; Meyer, K.E.B. 2015. O registro das coberturas sedimentares do cráton são Francisco em Minas Gerais. Geonomos, 23(2): 39-62). Castro, B.V.M.; Novais, E.A.; Castro, L.V.M.; Barbosa, L.S.; Moraes, S.B.; Vieira, R.S.A.; Oliveira, V.A.; Marques, M.R.; Kraemer, B.M. 2016. Cianobactérias: dos primórdios da vida à formação de um substrato atual, o minério de ferro. Revista Geologia, 29(1): 113-123. Dardenne, M.A.; Campos Neto, M.C. 1975. Estromatólitos colunares na Série Minas (MG). Revista Brasileira de Geociências, 5: 99-105. Kuchenbecker, M., Fantinel, L.M., Fairchild, T.R., Rohn, R., 2015. Microbialitos da Formação Fecho do Funil (Paleoproterozoico) na Pedreira Cumbi, Quadrilátero Ferrífero (MG), In: Fairchild, T.R., Rohn, R., Dias-Brito, D. (Eds.), Microbialitos do Brasil do Pré-Cambriano ao Recente: Um Atlas. UNESP, IGCE, UNESPetro, Rio Claro, pp. 76-89. Nogueira, L.B. 2018. Estudo geoquímico e isotópico de rochas carbonáticas das formações Gandarela e Fecho do Funil – Quadrilátero Ferrífero – Brasil. Tese de Doutorado, Departamento de Geologia da Escola de Minas de Ouro Preto – UFOP, Ouro Preto, 145p. Simmons, G.C. 1958. Fecho do Funil Formation. Boletim da Sociedade Brasileira de Geologia. Symposium on the Stratigraphy of the Minas Series in the Quadrilátero Ferrífero, Minas Gerais, Brazil, p. 65-66. |
Imagens Representativas e Dados Gráficos
Conservação
Unidade de Conservação
Nome da UC | Tipo da UC | Unidade de Conservação | Situação da Uc |
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(Privado) | Não se aplica |
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Proteção Indireta
Reserva de Biosfera: | Reserva da Biosfera da Serra do Espinhaço |
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Relatar: | |
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A pedreira encontra-se desativada. |
Uso e Ocupação
Propriedade do Terreno | ||||
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Privado |
Area Rural |
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Area Urbana |
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Fragilidade |
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Elevada |
Dificuldade de Acesso e aproveitamento do solo: |
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Por se tratar de uma área de mineração abandonada, a área está exposta e necessita ser tombada como Patrimônio Natural Municipal ou Estadual. |
Quantificação
Valor Científico (indicativo do valor do conteúdo geocientífico do sítio ou do elemento geológico)
Ítem | Peso | Resposta | Valor |
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A1 - Representatividade | 30 | O local ou elemento de interesse é o melhor exemplo, atualmente conhecido, na área de trabalho, para ilustrar elementos ou processos, relacionados com a área temática em questão (quando aplicável) | 4 |
A2 - Local-tipo | 20 | O local ou elemento de interesse é reconhecido, na área de trabalho, como local-tipo secundário, sendo a fonte de um parastratótipo, unidade litodêmica ou de um parátipo | 2 |
A3 - Reconhecimento científico | 5 | Existem artigos sobre o local de interesse em revistas científicas nacionais, diretamente relacionados com a categoria temática em questão (quando aplicável) | 2 |
A4 - Integridade | 15 | O local de interesse não está muito bem preservado, mas os principais elementos geológicos (relacionados com a categoria temática em questão, quando aplicável) ainda estão preservados | 2 |
A5 - Diversidade geológica | 5 | Local de interesse com 3 ou 4 tipos diferentes de aspectos geológicos com relevância científica | 2 |
A6 - Raridade | 15 | O local de interesse é a única ocorrência deste tipo na área de estudo (representando a categoria temática em questão, quando aplicável) | 4 |
A7 - Limitações ao uso | 10 | É possível fazer amostragem ou trabalho de campo depois de ultrapassar as limitações existentes | 2 |
Valor Científico | 290 |
Risco de Degradação (dos valores geológicos retratados no sítio ou no elemento geológico)
Ítem | Peso | Resposta | Valor |
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B1 - Deterioração de elementos geológicos | 35 | Possibilidade de deterioração dos principais elementos geológicos | 3 |
B2 - Proximidade a áreas/atividades com potencial para causar degradação | 20 | Local de interesse situado a menos de 100 m de área/atividade com potencial para causar degradação | 4 |
B3 - Proteção legal | 20 | Local de interesse situado numa área sem proteção legal, mas com controle de acesso | 3 |
B4 - Acessibilidade | 15 | Local de interesse acessível por veículo em estrada não asfaltada | 2 |
B5 - Densidade populacional | 10 | Local de interesse localizado num município com menos de 100 habitantes por km2 | 1 |
Risco de Degradação | 285 |
Potencial Valor Educativo e Turístico (indicativo de interesse educativo e turístico associado ao valor científico do sítio, sujeito à análise complementar dos setores competentes)
Ítem | P.E | P.T | Resposta | Valor |
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C1 - Vulnerabilidade | 10 | 10 | Possibilidade de deterioração dos principais elementos geológicos por atividade antrópica | 2 |
C2 - Acesso rodoviário | 10 | 10 | Local de interesse acessível por veículo em estrada não asfaltada | 2 |
C3 - Caracterização do acesso ao sítio | 5 | 5 | O local de interesse é acessado por estudantes e turistas, mas só depois de ultrapassar certas limitações (autorizações, barreiras físicas, marés, inundações etc...) | 2 |
C4 - Segurança | 10 | 10 | Local de interesse sem infraestrutura de segurança (vedações, escadas, corrimões, etc.) mas com rede de comunicações móveis e situado a menos de 50 km de serviços de socorro | 2 |
C5 - Logística | 5 | 5 | Existem restaurantes e alojamentos para grupos de 50 pessoas a menos de 15 km do local de interesse | 4 |
C6 - Densidade populacional | 5 | 5 | Local de interesse localizado num município com menos de 100 habitantes por km2 | 1 |
C7 - Associação com outros valores | 5 | 5 | Existem diversos valores ecológicos e culturais a menos de 20 km do local de interesse | 3 |
C9 - Singularidade | 5 | 10 | Ocorrência de aspectos únicos e raros no país | 4 |
C10 - Condições de observação | 10 | 5 | Existem obstáculos que tornam difícil a observação de alguns elementos geológicos | 3 |
C11 - Potencial didático | 20 | 0 | Ocorrência de elementos geológicos que são ensinados em todos os níveis de ensino | 4 |
C12 - Diversidade geológica | 10 | 0 | Ocorrem 3 ou 4 tipos de elementos da geodiversidade | 3 |
C13 - Potencial para divulgação | 0 | 10 | Ocorrência de elementos geológicos que são evidentes e perceptíveis para todos os tipos de público | 4 |
C14 - Nível econômico | 0 | 5 | Local de interesse localizado num município com IDH superior ao que se verifica no estado | 3 |
C15 - Proximidade a zonas recreativas | 0 | 5 | Local de interesse localizado a menos de 15 km de uma zona recreativa ou com atrações turísticas | 2 |
C8 - Beleza cênica | 5 | 15 | Não se aplica. | 0 |
Valor Educativo | 270 | |||
Valor Turístico | 230 |
Classificação do sítio
Relevância: | Geossítio de relevância Nacional |
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Valor Científico: | 290 |
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Valor Educativo: | 270 (Relevância Nacional) |
Valor Turístico: | 230 (Relevância Nacional) |
Risco de Degradação: | 285 (Risco Médio) |
Recomendação
Urgência à Proteção global: | Necessário a longo prazo |
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Urgência à Proteção devido a atividades didáticas: | Necessário a longo prazo |
Urgência à Proteção devido a atividades turísticas: | Necessário a longo prazo |
Urgência à Proteção devido a atividades científicas: | Necessário a longo prazo |
Unidade de Conservação Recomendado: | UC de Proteção Integral - |
Justificativa: | O local é uma pedreira abandonada. Precisa ser protegida por leis municipais e/ou estaduais. Também há necessidade de sinalização e limpeza do local para facilitar o acesso, além de placas indicativas do risco ao qual está expostos os visitantes. |
Coordenadas do polígono de proteção existente ou sugerido
Ponto 1: | Latitude: -20.413157529746908 e Longitude: -43.69379480440429 |
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Ponto 2: | Latitude: -20.410563295618605 e Longitude: -43.693777646470515 |
Ponto 3: | Latitude: -20.410398389560545 e Longitude: -43.68594935837716 |
Ponto 4: | Latitude: -20.416700901118322 e Longitude: -43.685945452415055 |
Ponto 5: | Latitude: -20.416700901425155 e Longitude: -43.69388059374598 |
Justificativas e explicações sobre a delimitação sugerida para o sítio: |
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Responsável
Nome: | Jose Adilson Dias Cavalcanti |
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Email: | jose.adilson@cprm.gov.br |
Profissão: | Geólogo |
Instituição: | Serviço Geológico do Brasil - SGB-CPRM |
Currículo Lattes: | http://lattes.cnpq.br/5968564202453915 |