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Caieira do Barreiro
Uberaba -
MG , Lat.:
-19.629671097 Long.:
-47.748611450
Última alteração: 10/10/2022 14:04:00
Última alteração: 10/10/2022 14:04:00
Status: Em análise
Sítio da Geodiversidade de Relevância Nacional.
Valor Científico:
135
Valor Educativo:
240 (Relevância Nacional)
Valor Turístico:
195 (Relevância Regional/Local)
Risco de Degradação:
100 (Risco Baixo)
Identificação
Designação
Nome do Sítio: | Caieira do Barreiro |
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Título Representativo: | |
Classificação temática principal: | História da mineração |
Classificação temática secundária: | Geomineração |
Registro SIGEP (Comissão Brasileira de Sítios Geológicos e Paleobiológicos) com o Nº : | Não |
Sítio pertence a um geoparque ou proposta de geoparque: | Sim (Uberaba, Terra dos Dinossauros - MG) |
Localização
Latitude: | -19.629671097 |
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Longitude: | -47.748611450 |
Datum: | SIRGAS2000 |
Cota: | 905m m |
Estado: | MG |
Município: | Uberaba |
Distrito: | |
Local: | Barreiro |
Ponto de apoio mais próximo: | Uberaba |
Ponto de referência rodoviária: | Uberaba |
Acesso: | O acesso é por estrada de terra a partir de Uberaba em direção a Santa Rosa, por cerca de 16 km. Depois de Santa Rosa segue por mais 3km, pega a saída à direita e segue por mais 9,5km, passando pela RPPN Capoeira do Boi e segue até um rancho onde há uma trilha de fácil acesso a caverna e cachoeira. Após seguindo por uma trilha no meio da mata, por aproximadamente 50m, chega-se a caieira e a área de lavra do calcário. |
Imagem de identificação
Resumo
Resumo |
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A Caieira do Barreiro foi construída com blocos de calcário do Membro Ponte Alta da Formação Marília. Na área há também duas pequenas frentes de lavra abandonadas e um muro construído com blocos de calcário que pode representar uma divisa de terreno. O sítio possibilita conhecer aspectos das construções dos fornos de calcinação, o método de lavra e da produção de cal. O sítio está bem conservado mas está abandonado no meio a uma mata. Possui grande potencial de uso turístico, mas precisa de uma limpeza, criação de um trilha e sinalização. |
Abstract |
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Caieira do Barreiro was built with limestone blocks from the Ponte Alta Member, of Marília Formation. In the area there are also two small abandoned mining fronts and a stone wall that may represent the land border. The site makes it possible to see aspects of the construction of the calcination ovens, the mining method and the production of lime. The site is well preserved but is abandoned in the middle of the forest. It has great potential for tourism use, but needs cleaning, creation of a trail and signposting. |
Autores e coautores |
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José Adilson Dias Cavalcanti - Serviço Geológico do Brasil - SUREG-BH Marcos Cristovão Batista - Serviço Geológico do Brasil - SUREG-BH |
Contexto
Geológico
Enquadramento Geológico Geral: |
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Unidade do Tempo Geológico (Eon, Era ou Período): |
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Ambiente Dominante: |
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Tipo de Unidade: | Unidade Litoestratigráfica |
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Nome: | Membro Ponte Alta |
Outros: | |
Rocha Predominante: | Calcário |
Rocha Subordinada: | |
Tipo e dimensões do afloramento, contato, espessura, outras informações descritivas do sítio. : |
A Caieira do Barreiro foi construída com blocos de calcário do Membro Ponte Alta. O calcário era retirado em duas pequenas frentes de lavra abandonadas que estão muito próximas dos fornos de calcinação. O sítio fica muito próximo da cachoeira e Lapa do Giovane. O sítio possui potencial educacional, possibilitando conhecer um pouco sobre a história da cal em Uberaba. Além de conhecer aspectos da construção dos fornos de calcinação, poderá aprender sobre os métodos de lavra e sobre a produção da cal. O sítio está bem conservado no meio da mata. O sítio, recém descoberto está no meio da mata fechada. Os fornos estão em bom estado de conservação. A parte de cima dos fornos está aberta e pode representar perigo de queda para os visitantes. Será necessária a construção de infraestrutura para os visitantes. A cal é o produto que resulta da decomposição térmica do calcário. Embora existam evidências da presença da cal ao longo da maior parte da história do homem, somente a partir da civilização egípcia que o produto começou a ser usado com frequência nas construções. Posteriormente, a arte de manipular a cal passou para a Grécia e, a seguir para Roma e depois para outras regiões mediterrâneas. Somente em 1775, o químico inglês Joseph Black formulou a primeira explicação científica sobre o processo de calcinação, com a expulsão do anidro carbônico como gás. Poucos anos mais tarde o químico Lavoisier reafirmou a teoria de Black (Soares 2007). De acordo com esse autor, a lista de utilização da cal nas indústrias químicas e minero-metalúrgicas é imensa, sendo usada principalmente, como agentes em processos químicos e físico-químicos (absorção, matéria-prima, desidratação, floculação, fluxo, lubrificação, aglomeração, neutralização, solução, caustização e hidrolização). De forma muito simples, as caieiras de Uberaba produziam a cal a partir da queima do calcário usando fornos primitivos chamados de caieiras. Para a produção da cal, primeiramente era feita a extração do calcário, em seguinda os blocos eram triturados e levados aos fornos onde ocorre o processo chamado calcinação para formar o óxido de cálcio, popularmente conhecido como cal virgem. CaCO3 --> CaO + CO2 |
Paleontológico
Local de ocorrência |
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Ramos da Paleontologia: |
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Taxons conhecidos: |
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Caracterização Geológica
Rochas Sedimentares
Ambientes Sedimentares: |
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Ambientes: | Antigos |
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Tipos de Ambientes: |
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Descontinuidades Estratigráficas: |
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Rochas Ígneas
Categoria: | Não se aplica - Não se aplica |
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Aspectos Texturais: |
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Estruturas: |
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Rochas Metamórficas
Metamorfismo: |
Facie Metamorfismo: |
Texturas: |
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Estruturas: |
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Deformação das Rochas
Tipo de Deformação: |
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Regime Tectônico: |
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Estruturas Lineares: |
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Estruturas Planas: |
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Feições de Relevo
FR1b - Terraços Fluviais | |
FR5e - Cachoeiras | |
FR7c - Escarpas | |
FR11a - Colina |
Ilustração
Interesse
Dados
Pelo Conteúdo |
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Interesse associado |
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Pela sua possível utilização |
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Observações
Observações Gerais |
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Os blocos de calcário usados na construção dos fornos de calcinação foram explotados de pequenas frentes de lavras situadas no entorno da caieira, no domínio geomorfológico das escarpas, onde predominam as rochas da Formação Marília, Bacia Bauru. O Membro Ponte Alta corresponde à porção basal da Formação Marília que depositou sobre a Formação Uberaba, em contato gradacional (Barcelos 1984, Barcelos & Suguio 1987). É composto por rochas calcárias com seixos e nódulos, arenitos e conglomerados calcíferos. O nome Ponte Alta foi utilizado devido à sua melhor exposição se dar no local da pedreira da Companhia de Cimento Ponte Alta (Barbosa et al. 1970). De acordo com Alves et al. (1994) o ambiente deposicional essa unidade é de leques aluviais intermediários coalescentes e intensamente retrabalhados por rios do tipo entrelaçado, com a formação de lagos efêmeros associados a calcretes em uma região de clima semi-árido. |
Bibliografia |
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Alves, J.M.P.; Gomes, N.S.; Hoernes, S. 1994. Calcretes do Membro Ponte Alta, Formação Marília, na região do Triângulo Mineiro - evidências de isótopos estáveis e catodoluminescência. 7º Simpósio de Geologia de Minas Gerais. Núcleo Minas Gerais, Belo Horizonte. Anais..., 12: 12-15. Barbosa, O.; Braun, O.P.G.; Dyer, R.C.; Cunha, C.A.B.R. 1970. Geologia da região do Triângulo Mineiro. 1970. Boletim No 136, Divisão de Fomento da Produção Mineral – DNPM, Rio de Janeiro, 213p. Barcelos, J.H. 1984. Reconstrução paleogeográfica da sedimentação do Grupo Bauru baseada na sua redefinição estratigráfica parcial em território paulista e no estudo preliminar fora do Estado de São Paulo. Inst. de Geociências e Ciências Exatas, Universidade Estadual Paulista, Rio Claro, Tese de Livre-Docência, 90. Barcelos, J.H.; Suguio, K. 1987. Correlação e extensão das unidades litoestratigráficas do Grupo Bauru, definidas em território paulista, nos estados de Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso do Sul e Paraná. 6º Simpósio Regional de Geologia, Rio Claro. Boletim de Resumos..., UNESP/Rio Claro, p. 313-321. Batezelli, A. 2003. Análise da sedimentação cretácea no Triângulo Mineiro e sua correlação com áreas adjacentes. Tese de Doutorado. Instituto deGeociências e Ciências Exatas, UNESP, Rio claro, 195p. Cavalheiro, L.; Wagner, T.; Steinig, S.; Bottini, C.; Dummann, W.; Esegbue, O.; Gambacorta, G.; Giraldo-Gómez, V.; Farnsworth, A.; Flögel, S.; Hofmann,P.;Lunt, D.J.; Rethemeyer, J.; Torricelli, S.; Erba, E. 2021. Impact of global cooling on Early Cretaceous high pCO2 world during the Weissert Event.NatureCommunications, 12: 5411. doi.org/10.1038/s41467-021-25706-0. Freitas, R. O. 1955. Sedimentação, estratigrafia e tectônica de Série Bauru. Bol. Fac. Fil. Cienc. E Letras, USP, 194 (14): 1-185. Fernandes, L. A. 1998. Estratigrafia e Evolução Geológica da Parte Oriental da Bacia Bauru (Ks, Brasil). Tese de Doutorado, Programa de Pós-GraduaçãoemGeologia Sedimentar, Instituto de Geociências, Universidade de São Paulo, 216p. Barcelos, J. H. & Suguio, K. 1980. Distribuição Regional e Estratigráfica das formações Cretácicas do Oeste Mineiro. In: 31º Congresso Brasileiro deGeologia,Camburiú, Anais... Camburiú, SBG. 5: 683-690. Fernandes, L.A.; Coimbra, A.M. 2000. Revisão estratigráfica da parte oriental da Bacia Bauru. Revista Brasileira de Geociências. 30(4): 717-728. Fernandes L.A.; Ribeiro C.M.M. 2015. Evolution and palaeoenvironment of the Bauru Basin (Upper Cretaceous, Brazil). Journal of South AmericaEarthSciences, 61:71-90. Gonzaga Campos, L. F. 1905. Reconhecimento da região compreendida entre Bauru e Itapura (Estrada de Ferro Noroeste do Brasil). São Paulo: Tip. Ideal,40p. Hasui, Y. 1969. O Cretáceo do Oeste Mineiro Bol. da Soc. Bras. e Geol. (São Paulo), 18 (1): 39-56. Menegazzo, M.C.; Catuneanu, O.; Chang, H.K. 2016. The South American retroarc foreland system: The development of the Bauru Basin in the back-bulgeprovince. Marine and Petroleum Geology 73: 131-156. Quintão, D.A.; Caxito, F.A.; Karfunkel, J.; Vieira, F.R.; Seer, H.J.; Moraes, L.C.; Ribeiro, L.C.B.; Pedrosa-Soares, A.C. 2017. Geochemistry and sedimentar provenance of the Upper Cretaceous Uberaba Formation (Southeastern Triângulo Mineiro, MG, Brazil). Brazilian Journal of Geology, 47(2): 159-182. Sigrist, J.R. 2018, Caracterização petrofísica dos arenitos fluviais da Formação Marília (Cretáceo Superior – Bacia Bauru) como modelo análogodereservatórios. Dissertação de Mestrado. Faculdade de Engenharia Mecânica e Instituto de Geociências da Unicamp. 59p. |
Imagens Representativas e Dados Gráficos
Conservação
Unidade de Conservação
Nome da UC | Tipo da UC | Unidade de Conservação | Situação da Uc |
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Proteção Indireta
Relatar: | |
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Uso e Ocupação
Propriedade do Terreno | ||||
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Público / |
Area Rural |
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Area Urbana |
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Fragilidade |
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Razoável |
Dificuldade de Acesso e aproveitamento do solo: |
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a caieira foi descoberta recentemente durante o levantamento de campo. Precisa ser tombada pelo órgão municipal responsável pelo Patrimônio Histórico, Artístico e Cultural. |
Quantificação
Valor Científico (indicativo do valor do conteúdo geocientífico do sítio ou do elemento geológico)
Ítem | Peso | Resposta | Valor |
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A4 - Integridade | 15 | Os principais elementos geológicos (relacionados com a categoria temática em questão, quando aplicável) estão muito bem preservados | 4 |
A5 - Diversidade geológica | 5 | Local de interesse com 1 ou 2 tipos diferentes de aspectos geológicos com relevância científica | 1 |
A6 - Raridade | 15 | Existem, na área de estudo, 2-3 exemplos de locais semelhantes (representando a categoria temática em questão, quando aplicável) | 2 |
A7 - Limitações ao uso | 10 | Não existem limitações (necessidade de autorização, barreiras físicas, etc.) para realizar amostragem ou trabalho de campo | 4 |
A1 - Representatividade | 30 | Não se aplica. | 0 |
A2 - Local-tipo | 20 | Não se aplica. | 0 |
A3 - Reconhecimento científico | 5 | Não se aplica. | 0 |
Valor Científico | 135 |
Risco de Degradação (dos valores geológicos retratados no sítio ou no elemento geológico)
Ítem | Peso | Resposta | Valor |
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B3 - Proteção legal | 20 | Local de interesse situado numa área sem proteção legal, mas com controle de acesso | 3 |
B4 - Acessibilidade | 15 | Local de interesse acessível por veículo em estrada não asfaltada | 2 |
B5 - Densidade populacional | 10 | Local de interesse localizado num município com menos de 100 habitantes por km2 | 1 |
B1 - Deterioração de elementos geológicos | 35 | Não se aplica. | 0 |
B2 - Proximidade a áreas/atividades com potencial para causar degradação | 20 | Não se aplica. | 0 |
Risco de Degradação | 100 |
Potencial Valor Educativo e Turístico (indicativo de interesse educativo e turístico associado ao valor científico do sítio, sujeito à análise complementar dos setores competentes)
Ítem | P.E | P.T | Resposta | Valor |
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C1 - Vulnerabilidade | 10 | 10 | Possibilidade de deterioração dos principais elementos geológicos por atividade antrópica | 2 |
C2 - Acesso rodoviário | 10 | 10 | Local de interesse acessível por veículo em estrada não asfaltada | 2 |
C3 - Caracterização do acesso ao sítio | 5 | 5 | O acesso por estudantes e turistas é muito difícil devido a limitações existentes (autorizações, barreiras físicas, marés, inundações etc...) | 1 |
C4 - Segurança | 10 | 10 | Local de interesse sem infraestrutura de segurança (vedações, escadas, corrimões, etc.) nem rede de comunicações móveis e situado a mais de 50 km de serviços de socorro | 1 |
C5 - Logística | 5 | 5 | Existem restaurantes e alojamentos para grupos de 50 pessoas a menos de 50 km do local de interesse | 3 |
C6 - Densidade populacional | 5 | 5 | Local de interesse localizado num município com menos de 100 habitantes por km2 | 1 |
C7 - Associação com outros valores | 5 | 5 | Existem diversos valores ecológicos e culturais a menos de 20 km do local de interesse | 3 |
C9 - Singularidade | 5 | 10 | Ocorrência de aspectos únicos e raros na região | 2 |
C10 - Condições de observação | 10 | 5 | A observação de todos os elementos geológicos é feita em boas condições | 4 |
C11 - Potencial didático | 20 | 0 | Ocorrência de elementos geológicos que são ensinados em todos os níveis de ensino | 4 |
C12 - Diversidade geológica | 10 | 0 | Ocorrem 2 tipos de elementos da geodiversidade | 2 |
C13 - Potencial para divulgação | 0 | 10 | Ocorrência de elementos geológicos que são evidentes e perceptíveis para todos os tipos de público | 4 |
C14 - Nível econômico | 0 | 5 | Local de interesse localizado num município com IDH superior ao que se verifica no estado | 3 |
C15 - Proximidade a zonas recreativas | 0 | 5 | Local de interesse localizado a menos de 15 km de uma zona recreativa ou com atrações turísticas | 2 |
C8 - Beleza cênica | 5 | 15 | Não se aplica. | 0 |
Valor Educativo | 240 | |||
Valor Turístico | 195 |
Classificação do sítio
Relevância: | Sítio da Geodiversidade Relevância Nacional |
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Valor Científico: | 135 |
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Valor Educativo: | 240 (Relevância Nacional) |
Valor Turístico: | 195 (Relevância Regional/Local) |
Risco de Degradação: | 100 (Risco Baixo) |
Recomendação
Urgência à Proteção global: | Necessário a longo prazo |
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Urgência à Proteção devido a atividades didáticas: | Necessário a longo prazo |
Urgência à Proteção devido a atividades turísticas: | Necessário a longo prazo |
Urgência à Proteção devido a atividades científicas: | Necessário a longo prazo |
Unidade de Conservação Recomendado: | UC de Proteção Integral - |
Justificativa: |
Coordenadas do polígono de proteção existente ou sugerido
Ponto 1: | Latitude: -19.622997077562285 e Longitude: -47.75334834877868 |
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Ponto 2: | Latitude: -19.62307792341879 e Longitude: -47.74090289894958 |
Ponto 3: | Latitude: -19.632253663815302 e Longitude: -47.74103164498229 |
Ponto 4: | Latitude: -19.63229408441971 e Longitude: -47.75377750222106 |
Justificativas e explicações sobre a delimitação sugerida para o sítio: |
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Responsável
Nome: | Jose Adilson Dias Cavalcanti |
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Email: | jose.adilson@cprm.gov.br |
Profissão: | Geólogo |
Instituição: | Serviço Geológico do Brasil - SGB-CPRM |
Currículo Lattes: | http://lattes.cnpq.br/5968564202453915 |