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Cachoeira Salto do Pântano
Descalvado -
SP , Lat.:
-21.942939758 Long.:
-47.672031403
Última alteração: 30/04/2022 11:03:08
Última alteração: 30/04/2022 11:03:08
Status: Em análise
Geossitio de Relevância Nacional
Valor Científico:
285
Valor Educativo:
280 (Relevância Nacional)
Valor Turístico:
215 (Relevância Nacional)
Risco de Degradação:
135 (Risco Baixo)
Identificação
Designação
Nome do Sítio: | Cachoeira Salto do Pântano |
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Título Representativo: | A disjunção prismática nos basaltos da Província Magmática do Paraná |
Classificação temática principal: | Vulcanismo |
Classificação temática secundária: | Geomorfologia |
Registro SIGEP (Comissão Brasileira de Sítios Geológicos e Paleobiológicos) com o Nº : | Não |
Sítio pertence a um geoparque ou proposta de geoparque: | Não |
Localização
Latitude: | -21.942939758 |
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Longitude: | -47.672031403 |
Datum: | WGS 84 |
Cota: | 660 m |
Estado: | SP |
Município: | Descalvado |
Distrito: | |
Local: | Cachoeira Salto do Pântano |
Ponto de apoio mais próximo: | Posto Ipiranga – Auto Posto Fênix (Rua: João Augusto Cirelli, Jardim do Lago, Descalvado) |
Ponto de referência rodoviária: | São Paulo/Campinas (SP) |
Acesso: | O município de Descalvado se situa, na porção centro-leste do estado de São Paulo, a 152 km de Campinas, e a 245 km da capital. A Cachoeira Salto do Pântano fica localizada na zona rural, a 13 km do centro da cidade e é considerada um dos principais atrativos turísticos de Descalvado. O acesso a cachoeira pode ser feito por vias asfaltadas, pela rodovia Washington Luís (SP-310) ou rodovia Anhanguera (SP-330), e rodovia Luís Augusto de Oliveira (BR-267), além de estrada vicinal municipal (Dcv-351) e finalmente por uma trilha com cerca de 50 m, com baixo grau de dificuldade. |
Imagem de identificação
Resumo
Resumo |
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A Cachoeira Salto do Pântano está localizada a 20 km de São Carlos, na zona rural de Descalvado, a 13 km do centro da cidade, situada na região centro-leste do estado de São Paulo, sendo um dos pontos turísticos mais importantes deste município. O acesso à referida cachoeira, com uma queda d’água de cerca de 40 m, é feito por vias asfaltadas (SP- 310 ou SP- 330, e BR- 267), além de estrada vicinal (Dcv - 351) e finalmente por uma trilha em meio à mata nativa, com cerca de 50 m, e de baixo grau de dificuldade. A entrada no local onde se situa a cachoeira é gratuita e o espaço circundante tem uma área de estacionamento. O Ribeirão do Pântano, que despenca na cachoeira, é um afluente da Bacia Hidrográfica do Rio Mogi-Guaçu. Este rio desemboca no Rio Pardo (Bico do Pontal, Pitangueiras – SP), no município de Pontal – SP que, por sua vez, é um dos principais afluentes da Bacia do Rio Grande. O afloramento visível na cachoeira tem orientação WSW-ENE e é constituído pelos basaltos e/ou diabásios do tipo Continental Flood Basalts da Formação Serra Geral. Este vulcanismo bimodal, de idade cretácica, caracteriza a Província Magmática do Paraná (PMP), uma das Large Igneous Province (LIP) mais importantes no planeta. Os litotipos apresentam estruturas distintas, visíveis macroscopicamente. Os basaltos que ocorrem na base do afloramento apresentam estrutura maciça, acamadada, compacta e sem orientação preferencial, com cerca de 5-10 m de espessura. São rochas afaníticas, melanocráticas e isotrópicas. Os basaltos e/ou diabásios suprajacentes aos basaltos maciços e acamadados, e com uma espessura com cerca de 25-30 m, ocorrem em forma de dique magmático, truncando os basaltos maciços. Na Cachoeira Salto do Pântano ocorre um tipo particular de fraturas nestas rochas, a disjunção colunar e/ou prismática. A disjunção prismática é um fenômeno comum em rochas ígneas extrusivas (e às vezes intrusivas), especialmente aquelas de composição basáltica, que resultam da contração durante o resfriamento e são de particular interesse porque refletem a história térmica de um maciço rochoso. Esse resfriamento se manifesta como mudanças na temperatura, na taxa de resfriamento e no gradiente térmico (Grossenbacher & McDuffie, 1995). As juntas colunares são comuns em fluxos de lava encontrados em todo o mundo, em uma ampla variedade de materiais e condições de deposição (Goehring et al., 2006). Na Cachoeira Salto do Pântano a estrutura destes basaltos e/ou diabásios é marcada pela disjunção prismática, constituída por colunas hexagonais formando junções de 120°, com diâmetro variando entre 0,2-0,4 m e até 20 m de comprimento, imprimindo uma expressão cênica e de rara beleza ao afloramento. Além dos interesses geológico/geomorfológico na Cachoeira Salto do Pântano, existe também o interesse histórico/cultural de caráter religioso associado a este local. A cerca de 2 km da cachoeira existe uma estrada vicinal que se constitui como um dos trechos do Caminho da Fé que conecta São Carlos a Descalvado. Nessa estrada, num ponto localizado a aproximadamente 3 km de distância da cachoeira encontra-se uma placa que indica a marca de 500 km restantes, para os peregrinos que se dirigem a pé e/ou de bicicleta dos ramais de São José do Rio Preto – SP, Borborema – SP e São Carlos – SP, rumo à cidade de Aparecida – SP, destino final do Caminho da Fé. O Caminho da Fé tem mais de 2000 km de extensão, dos quais aproximadamente 400 km atravessam os vales e montanhas da Serra da Mantiqueira por estradas asfaltadas, vicinais, trilhas e bosques. Existem 18 ramais que se constituem como diferentes pontos de partida do Caminho da Fé, sendo que o ramal principal se inicia em Águas da Prata – SP e termina em Aparecida – SP. Este caminho é inspirado no milenar Caminho de Santiago de Compostela, no norte da Espanha, e foi idealizado e desenvolvido para dar estrutura e apoio aos peregrinos do Santuário Nacional de Aparecida. A Cachoeira Salto do Pântano é de fácil acesso, e é um dos locais turísticos mais frequentados da cidade, e há a necessidade de inventariar, proteger e divulgar o geopatrimônio desta região que está inserida no contexto geológico da PMP e da separação continental entre a América do Sul e África. |
Abstract |
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Salto do Pântano waterfall is located 20 km from São Carlos, in rural area of Descalvado, 13 km from the city centre, located in São Paulo’s east-central region, and one of the most city’s important tourist attractions. Access to the waterfall, 40 m high, is by paved roads (SP-310 or SP-330, and BR-267), as well as a side road (Dcv - 351) and finally by a trail in the middle of the native forest, 50 m long, with a low degree of difficulty. Entrance is free and the surrounding space has a parking area. Ribeirão do Pântano, the small river into the waterfall, is a tributary of the Mogi-Guaçu River Basin. This river flows into the Pardo River (Bico do Pontal, Pitangueiras – SP), in Pontal – SP, which, in turn, is one of the main tributaries of Rio Grande Basin. Outcrop’s orientation is WSW-ENE and is constituted by basalt and/or diabase of Continental Flood Basalts volcanism from the Serra Geral Formation. This bimodal volcanism, of Cretaceous age, characterizes the Paraná Magmatic Province (PMP), one of the most important Large Igneous Province (LIP) on the planet. Lithotypes exhibit distinct structures. Basalt occurs at the base and is massive, layered, compact with no orientation, and 5-10 meters thickness. These rocks are aphanitic, melanocratic and isotropic. Basalt and/or diabase overlying the massive and layered basalts, and 25-30 m thickness, occurs in a magmatic dyke, transversal to the massive basalts. In Salto do Pântano waterfall, a particular type of fracture occurs, the columnar and/or prismatic jointing. Prismatic jointing is a common in extrusive (and sometimes intrusive) igneous rocks, especially those of basaltic composition, which result from contraction during cooling and are of particular interest because they reflect the thermal history of a rock pile. Cooling manifests as changes in temperature, cooling rate and thermal gradient (Grossenbacher & McDuffie, 1995). Columnar joints are common in lava flows throughout the world, in a wide variety of materials and deposition conditions (Goehring et al., 2006). At Salto do Pântano waterfall, the structure of these rocks is marked by the prismatic jointing, consisting of hexagonal columns forming 120° junctions, with a diameter varying between 0.2-0.4 m and up to 20 m in length, giving an outcrop’s expression scenic and beauty. In addition to geological/geomorphological interests in Salto do Pântano waterfall, there is also historical/cultural interest of a religious nature. About 2 km from the waterfall one of the stretches of Caminho da Fé peregrination path that links São Carlos to Descalvado. On this road, at a point approximately 3 km from the waterfall, there is a mark of 500 km, for devotee who go on foot and/or by bicycle from the branches of São José do Rio Preto – SP, Borborema – SP and São Carlos – SP, towards the city of Aparecida – SP, destination of Caminho da Fé path. Is 2000 km long, of which approximately 400 km cross the valleys and mountains of Serra da Mantiqueira on paved roads, side roads, trails, and woods. There are eighteen branches of Caminho da Fé peregrination path, the main branch beginning in Águas da Prata – SP and ending in Aparecida – SP. This peregrination path is inspired by ancient Camino de Santiago de Compostela peregrination path, in northern Spain, and was designed and developed to provide to devotee’s structure and support to the Aparecida’s National Sanctuary. Salto do Pântano waterfall is easily accessible and is one of the most city’s frequented tourist sites, and there is a need to inventory, protect and bring out the region’s geoheritage in the geological context of the PMP and the continental break-up between South America and Africa. |
Autores e coautores |
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1º Autor: Nuno Manuel Martinho Vieira, Instituto de Geociências - IGEO, Universidade Federal da Bahia (UFBA), Campus Universitário de Ondina, Av. Adhemar de Barros, s/n, CEP: 40170-110 Salvador - Bahia - Brasil; e-mail: nuno_ksudachix@hotmail.com 2ª Autor: João Paulo Silva dos Santos, Instituto de Geociências e Ciências Exatas - IGCE , Universidade Estadual Paulista - UNESP - Campus Rio Claro, Av. 24 A, 1515 - Bela Vista, CEP 13506-900, Rio Claro - São Paulo - Brasil; e-mail: jpgeo17@gmail.com |
Contexto
Geológico
Enquadramento Geológico Geral: |
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Unidade do Tempo Geológico (Eon, Era ou Período): |
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Fanerozóico, Mesozóico, Cretácico |
Ambiente Dominante: |
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Tipo de Unidade: | Unidade Litoestratigráfica |
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Nome: | Formação Serra Geral |
Outros: | |
Rocha Predominante: | Basalto |
Rocha Subordinada: | Diabásio |
Tipo e dimensões do afloramento, contato, espessura, outras informações descritivas do sítio. : | Afloramento apresenta cerca de 50 m de altura e 20 m de largura situado em uma cachoeira, onde despenca o Ribeirão do Pântano (queda d'água com cerca de 40 m; Fig. 1B). O afloramento tem orientação WSW-ENE e é constituído pelos basaltos e/ou diabásios da Formação Serra Geral (Fig. 2), que caracteriza a Província Magmática do Paraná, de idade cretácica, uma das manifestações de vulcanismo fissural do tipo Continental Flood Basalts mais expressivas do planeta. Os litotipos apresentam estruturas distintas, visíveis macroscopicamente (Fig. 1B). Os basaltos ocorrem na base do afloramento com estrutura maciça, compacta e sem orientação preferencial, com cerca de 5-10 m de espessura. São rochas afaníticas, melanocráticas e isotrópicas. Os basaltos e/ou diabásios que ocorrem suprajacentes aos basaltos maciços, apresentam espessura com cerca de 25-30 m e em forma de dique truncando os basaltos maciços (Fig. 1B). A estrutura destes basaltos e/ou diabásios é fluidal, marcada pela presença da disjunção prismática, constituída por colunas hexagonais formando junções de 120º, com diâmetro variando entre 0,2-0,4 m e até 20 m de comprimento (Fig. 3). Assim, no caso deste afloramento, pode observar-se que o eixo dos prismas é subhorizontal e radial (dissipação térmica do fluxo magmático no sentido da rocha encaixante). Estas rochas são melanocráticas, subfaneríticas e de granulação fina, e apresentam textura hipovítrea a holocristalina (Fig. 3). Na secção inferior da cachoeira, blocos e matacões de diversas dimensões e com a forma de colunas prismáticas ocorrem espalhados formando um cone de dejeção de pequena dimensão (Fig 4). Os sedimentos que ocorrem na base da cachoeira são mal calibrados (granulação de areias até matacões; Fig. 4), e resultam da erosão diferencial e preferencial do dique de basalto e/ou diabásio com disjunção prismática (as arestas dos prismas hexagonais apresentam linhas de fraqueza e maior facilidade de erosão). |
Paleontológico
Local de ocorrência |
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Ramos da Paleontologia: |
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Taxons conhecidos: |
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Caracterização Geológica
Rochas Sedimentares
Ambientes Sedimentares: |
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Ambientes: |
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Tipos de Ambientes: |
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Descontinuidades Estratigráficas: |
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Rochas Ígneas
Categoria: | Vulcânica - Dique |
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Aspectos Texturais: |
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Estruturas: |
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Rochas Metamórficas
Metamorfismo: |
Facie Metamorfismo: |
Texturas: |
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Estruturas: |
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Deformação das Rochas
Tipo de Deformação: |
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Regime Tectônico: |
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Estruturas Lineares: |
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Estruturas Planas: |
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Feições de Relevo
FR1e - Rampas de Tálus (cones de dejeção) | |
FR5e - Cachoeiras | |
FR7a - Rebordos erosivos | |
FR8a - Cuestas | |
FR9c - Planaltos em derrames vulcânicos |
Ilustração
Interesse
Dados
Pelo Conteúdo |
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Interesse associado |
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Pela sua possível utilização |
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Observações
Observações Gerais |
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A Cachoeira Salto do Pântano e os litotipos presentes neste afloramento estão inseridos no contexto tectonoestratigráfico da Bacia do Paraná, a qual compreende uma vasta área com aproximadamente 1.400.000 km² dentro do continente sul-americano, recobrindo porções do Brasil, Paraguai, Argentina e Uruguai (Fig. 1A; Milani et al., 2007). Apresenta formato alongado na direção NNE-SSW, com aproximadamente 1.750 km de comprimento e largura média de 900 km, e está preenchida por espessos pacotes de rochas sedimentares e vulcânicas com idades variando do Siluriano ao Cretáceo, atingindo espessuras máximas da ordem de 6.000 m (Fig. 1A; Milani et al., 2007). Na Cachoeira Salto do Pântano ocorre exposição de parte do pacote sedimentar da Bacia do Paraná, sobretudo das rochas vulcânicas de idades Eo a Neocretácea, representadas pela Formação Serra Geral. A Formação Serra Geral é uma unidade de natureza vulcânica que recobre cerca de 75% da Bacia do Paraná (Fig. 1A). O intenso vulcanismo que caracteriza a Formação Serra Geral compreende uma área total de cerca de 1.200.000 km2, e no território brasileiro atinge cerca de 750.000 km2 (Melfi et al., 1988), estendendo-se sobre o sul e centro-oeste, abrangendo grande parte nos estados de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, São Paulo, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e parte dos estados de Minas Gerais e Goiás (Petri & Fúlfaro, 1983; Santos et al., 1984). A atividade magmática durou apenas 3 Ma (Renne et al., 1992; Turner et al., 1994), no Cretáceo Inferior, gerando a Província Magmática do Paraná (PMP), uma das mais importantes manifestações de vulcanismo fissural de caráter continental (Continental Flood Basalts – CFB) no planeta, e está fortemente relacionada com a abertura do oceano Atlântico Sul. A Formação Serra Geral é formada por uma sequência de diques, soleiras e derrames vulcânicos de composição bimodal, predominantemente básica (com ácidas subordinadas), recobrindo a Formação Botucatu (Peate et al., 1992; Fig. 2). O pacote dos derrames lávicos chega a 1500-1700 m de espessura coincidindo com a porção central da Bacia do Paraná, e com média em torno dos 800 m (Frank et al., 2009). Durante esta atividade vulcânica reinavam condições desérticas evidenciadas pela presença de camadas lenticulares de arenitos eólicos da Formação Botucatu intercaladas com os derrames básicos e ácidos (Almeida, 1964; Bellieni et al., 1986; Milner et al., 1992). A presença de diques e soleiras nos sedimentos adjacentes é uma feição bastante comum nestas rochas, e também estão presentes na área em estudo, na Cachoeira Salto do Pântano, sendo muito frequentes na região do Arco de Ponta Grossa, no Paraná, onde atingem localmente até várias dezenas de km. Um dique ígneo é um tipo de intrusão formada quando o magma (rocha fundida) preenche uma fratura e/ou uma falha em rochas mais antigas. Diques são intrusões ígneas tabulares que cortam rochas existentes, como rochas sedimentares, rochas metamórficas ou mesmo outras magmáticas. Os diques são normalmente orientados em uma posição vertical ou quase vertical. A largura dos diques é variável, variando de alguns centímetros a muitas dezenas de metros de diâmetro. Por outras palavras, diques e/ou soleiras são corpos rochosos com estrutura planar intrusiva que cortam ou estão concordantes ao longo das camadas. Se a intrusão atravessar camadas de rocha, é um dique, mas se esta estiver paralela às camadas, é uma soleira (ou sill). Diques e soleiras são estruturas muito importantes para os geólogos porque registram episódios da história da Terra, representando um marcador no tempo geológico. Os diques e soleiras são sempre mais jovens do que a rocha que truncam – um importante conceito geológico denominado de “A Lei das Relações Transversais”. Os geólogos estudam diques e soleiras porque podem usá-los para entender diferentes aspetos da história do planeta. Os diques também são usados para entender a atividade tectônica em um determinado contexto geológico. Na Cachoeira Salto do Pântano, a formação do dique e soleira com disjunção prismática, está relacionada com a separação do supercontinente Gondwana, que se iniciou no Triássico e terminou, com a abertura do oceano Atlântico Sul, no final do Cretácico, através de forças de extensão crustal e posterior vulcanismo bimodal do tipo CFB da Província Magmática do Paraná (basaltos e rochas ácidas subordinadas da Formação Serra Geral). A geração de diques e soleiras pode ser bastante variada, podem formar-se através de uma falha ou de fraturas pré-existentes na rocha encaixante, ou por dobramento nas camadas rochosas suprajacentes que facilita e permite a intrusão magmática. Este afloramento pode ser considerado como uma chaminé vulcânica representando uma porção do preenchimento da conduta vertical do antigo aparelho vulcânico que terá solidificado em profundidade. Um modelo esquemático para a geração de diques e soleiras é mostrado na Figura 5. |
Bibliografia |
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Imagens Representativas e Dados Gráficos
Conservação
Unidade de Conservação
Nome da UC | Tipo da UC | Unidade de Conservação | Situação da Uc |
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Proteção Indireta
APP (Área de Proteção Permanente): | Cachoeira Salto do Pântano |
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Relatar: | |
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A Cachoeira Salto do Pântano está inserida em uma Área de Preservação Permanente (APP). As APP são áreas cobertas ou não por vegetação nativa, localizadas na zona rural ou urbana, com a função ambiental de preservar os recursos hídricos, a paisagem, a estabilidade da geodiversidade e da biodiversidade, buscando assim facilitar o fluxo gênico de fauna e flora, proteger o solo e assegurar o bem-estar das populações humanas. Neste sentido, como as Unidades de Conservação (UC), as APP visam atender ao direito fundamental de todo brasileiro a um meio ambiente ecologicamente equilibrado, conforme assegura o Art. 225 da Constituição. Os parâmetros de definições e limites estabelecidos nas APP são definidos pela Lei 12.651, de 25 de maio de 2012 (Novo Código Florestal) e por legislações estaduais e municipais específicas de cada lugar. No caso da Cachoeira Salto do Pântano, e com base no Artigo 4º da referida lei, a área é considerada uma APP devido às seguintes características: encostas da parte baixa da cachoeira possuem uma declividade maior do que 45º e a mata ciliar do Ribeirão do Pântano possui até 10 m de largura naquele trecho, e por isso deve ter 30 m de cada lado da margem preservados. |
Uso e Ocupação
Propriedade do Terreno | ||||
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Público / Municipal |
Area Rural |
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Area Urbana |
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Fragilidade |
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Razoável |
Dificuldade de Acesso e aproveitamento do solo: |
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Baixo grau de dificuldade. O acesso à cachoeira é feito por umas escadas e trilha em meio à mata nativa, com cerca de 50 m de comprimento. |
Quantificação
Valor Científico (indicativo do valor do conteúdo geocientífico do sítio ou do elemento geológico)
Ítem | Peso | Resposta | Valor |
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A1 - Representatividade | 30 | O local ou elemento de interesse é o melhor exemplo, atualmente conhecido, na área de trabalho, para ilustrar elementos ou processos, relacionados com a área temática em questão (quando aplicável) | 4 |
A4 - Integridade | 15 | Os principais elementos geológicos (relacionados com a categoria temática em questão, quando aplicável) estão muito bem preservados | 4 |
A5 - Diversidade geológica | 5 | Local de interesse com 1 ou 2 tipos diferentes de aspectos geológicos com relevância científica | 1 |
A6 - Raridade | 15 | O local de interesse é a única ocorrência deste tipo na área de estudo (representando a categoria temática em questão, quando aplicável) | 4 |
A7 - Limitações ao uso | 10 | Não existem limitações (necessidade de autorização, barreiras físicas, etc.) para realizar amostragem ou trabalho de campo | 4 |
A2 - Local-tipo | 20 | Não se aplica. | 0 |
A3 - Reconhecimento científico | 5 | Não se aplica. | 0 |
Valor Científico | 285 |
Risco de Degradação (dos valores geológicos retratados no sítio ou no elemento geológico)
Ítem | Peso | Resposta | Valor |
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B1 - Deterioração de elementos geológicos | 35 | Existem reduzidas possibilidades de deterioração dos elementos geológicos secundários | 1 |
B2 - Proximidade a áreas/atividades com potencial para causar degradação | 20 | Local de interesse situado a mais de 1000 m de área/atividade com potencial para causar degradação | 1 |
B3 - Proteção legal | 20 | Local de interesse situado numa área com proteção legal, mas sem controle de acesso | 2 |
B4 - Acessibilidade | 15 | Local de interesse acessível por veículo em estrada não asfaltada | 2 |
B5 - Densidade populacional | 10 | Local de interesse localizado num município com menos de 100 habitantes por km2 | 1 |
Risco de Degradação | 135 |
Potencial Valor Educativo e Turístico (indicativo de interesse educativo e turístico associado ao valor científico do sítio, sujeito à análise complementar dos setores competentes)
Ítem | P.E | P.T | Resposta | Valor |
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C1 - Vulnerabilidade | 10 | 10 | Possibilidade de deterioração de elementos geológicos secundários por atividade antrópica | 3 |
C2 - Acesso rodoviário | 10 | 10 | Local de interesse acessível por veículo em estrada não asfaltada | 2 |
C3 - Caracterização do acesso ao sítio | 5 | 5 | O local de interesse é acessado sem limitações por estudantes e turistas | 4 |
C4 - Segurança | 10 | 10 | Local de interesse com infraestrutura de segurança (vedações, escadas, corrimões, etc.), rede de comunicações móveis e situado a menos de 25 km de serviços de socorro | 3 |
C5 - Logística | 5 | 5 | Existem restaurantes e alojamentos para grupos de 50 pessoas a menos de 15 km do local de interesse | 4 |
C6 - Densidade populacional | 5 | 5 | Local de interesse localizado num município com menos de 100 habitantes por km2 | 1 |
C7 - Associação com outros valores | 5 | 5 | Existe um valor ecológico ou um cultural a menos de 20 km do local de interesse | 1 |
C9 - Singularidade | 5 | 10 | Ocorrência de aspectos únicos e raros na região | 2 |
C10 - Condições de observação | 10 | 5 | A observação de todos os elementos geológicos é feita em boas condições | 4 |
C11 - Potencial didático | 20 | 0 | Ocorrência de elementos geológicos que são ensinados em todos os níveis de ensino | 4 |
C12 - Diversidade geológica | 10 | 0 | Ocorrem 2 tipos de elementos da geodiversidade | 2 |
C13 - Potencial para divulgação | 0 | 10 | Ocorrência de elementos geológicos que são evidentes e perceptíveis para todos os tipos de público | 4 |
C14 - Nível econômico | 0 | 5 | Local de interesse localizado num município com IDH inferior ao se verifica no estado | 1 |
C8 - Beleza cênica | 5 | 15 | Não se aplica. | 0 |
C15 - Proximidade a zonas recreativas | 0 | 5 | Não se aplica. | 0 |
Valor Educativo | 280 | |||
Valor Turístico | 215 |
Classificação do sítio
Relevância: | Geossítio de relevância Nacional |
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Valor Científico: | 285 |
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Valor Educativo: | 280 (Relevância Nacional) |
Valor Turístico: | 215 (Relevância Nacional) |
Risco de Degradação: | 135 (Risco Baixo) |
Recomendação
Urgência à Proteção global: | Necessário a médio prazo |
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Urgência à Proteção devido a atividades didáticas: | Necessário a médio prazo |
Urgência à Proteção devido a atividades turísticas: | Necessário a médio prazo |
Urgência à Proteção devido a atividades científicas: | Necessário a médio prazo |
Unidade de Conservação Recomendado: | UC de Proteção Integral - Monumento Natural |
Justificativa: | A Cachoeira Salto do Pântano é de fácil acesso, e é um dos locais turísticos mais frequentados da cidade de Descalvado - SP. Existe a necessidade de inventariar, proteger e divulgar o geopatrimônio desta região que está inserida no contexto geológico e tectono-estrutural da Província Magmática do Paraná. |
Coordenadas do polígono de proteção existente ou sugerido
Ponto 1: | Latitude: -21.94319480726696 e Longitude: -47.67232339479595 |
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Ponto 2: | Latitude: -21.943421703368852 e Longitude: -47.67161887828596 |
Ponto 3: | Latitude: -21.943590879915497 e Longitude: -47.670707366530465 |
Ponto 4: | Latitude: -21.943750104716713 e Longitude: -47.670192630480315 |
Ponto 5: | Latitude: -21.943988941584312 e Longitude: -47.66938835540196 |
Ponto 6: | Latitude: -21.94410835986768 e Longitude: -47.66908809270603 |
Ponto 7: | Latitude: -21.94303359170733 e Longitude: -47.66994598612296 |
Ponto 8: | Latitude: -21.942098138734355 e Longitude: -47.67046072217311 |
Ponto 9: | Latitude: -21.941381617402328 e Longitude: -47.67086822154615 |
Ponto 10: | Latitude: -21.940565574822134 e Longitude: -47.67118993157749 |
Ponto 11: | Latitude: -21.939936621918473 e Longitude: -47.67135100866849 |
Ponto 12: | Latitude: -21.939239993419122 e Longitude: -47.67162982402898 |
Ponto 13: | Latitude: -21.938603072948446 e Longitude: -47.67308824283777 |
Ponto 14: | Latitude: -21.938782207119072 e Longitude: -47.674503766975675 |
Ponto 15: | Latitude: -21.93953854890803 e Longitude: -47.67574771243022 |
Ponto 16: | Latitude: -21.940135658005936 e Longitude: -47.67574771243022 |
Ponto 17: | Latitude: -21.94121044806551 e Longitude: -47.67512573970296 |
Ponto 18: | Latitude: -21.941887163565994 e Longitude: -47.67364587355877 |
Ponto 19: | Latitude: -21.942126003562137 e Longitude: -47.67308824283777 |
Ponto 20: | Latitude: -21.942273287601317 e Longitude: -47.67302296084668 |
Ponto 21: | Latitude: -21.94236683330324 e Longitude: -47.67296016885393 |
Ponto 22: | Latitude: -21.942424552689594 e Longitude: -47.67284487037198 |
Ponto 23: | Latitude: -21.94259771101175 e Longitude: -47.67278049702838 |
Ponto 24: | Latitude: -21.94271713046334 e Longitude: -47.67271293030015 |
Ponto 25: | Latitude: -21.942808685277953 e Longitude: -47.67264964263689 |
Ponto 26: | Latitude: -21.9429559690657 e Longitude: -47.67251450918051 |
Ponto 27: | Latitude: -21.94307737850443 e Longitude: -47.672423386267226 |
Justificativas e explicações sobre a delimitação sugerida para o sítio: |
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Responsável
Nome: | Nuno Manuel Martinho Vieira |
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Email: | nuno_ksudachix@hotmail.com |
Profissão: | Geólogo, Doutorando |
Instituição: | UFBA - Universidade Federal da Bahia |
Currículo Lattes: | http://lattes.cnpq.br/1171108232427528 |