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Pegmatito Córrego Frio da Província Pegmatítica Ocidental Brasileira, Minas Gerais
Mendes Pimentel -
MG , Lat.:
-18.668930054 Long.:
-41.469135284
Última alteração: 17/12/2021 11:50:52
Última alteração: 17/12/2021 11:50:52
Status: Consistido
Geossitio de Relevância Internacional
Valor Científico:
305
Valor Educativo:
230 (Relevância Nacional)
Valor Turístico:
185 (Relevância Regional/Local)
Risco de Degradação:
205 (Risco Médio)
Identificação
Designação
Nome do Sítio: | Pegmatito Córrego Frio da Província Pegmatítica Ocidental Brasileira, Minas Gerais |
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Título Representativo: | Local tipo dos minerais Brazilianita, Scorzalita e Souzalita |
Classificação temática principal: | Mineralogia |
Classificação temática secundária: | |
Registro SIGEP (Comissão Brasileira de Sítios Geológicos e Paleobiológicos) com o Nº : | Não |
Sítio pertence a um geoparque ou proposta de geoparque: | Não |
Localização
Latitude: | -18.668930054 |
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Longitude: | -41.469135284 |
Datum: | SIRGAS2000 |
Cota: | m |
Estado: | MG |
Município: | Mendes Pimentel |
Distrito: | |
Local: | Pegmatito Córrrego Frio |
Ponto de apoio mais próximo: | Governador Valadares |
Ponto de referência rodoviária: | |
Acesso: | O pegmatito Córrego Frio está localizado no médio vale do Rio Doce, no município de Mendes Pimentel, próximo à divisa com o município Divino das Laranjeiras. Partindo de Belo Horizonte em direção a Governador Valadares, toma-se a Avenida Cristiano Machado em direção ao Aeroporto Internacional, pegue a rampa que dá acesso a Sabará/Caeté/Vale do Aço/Vitória pela BR-381 e segue-se até Governador Valadares, totalizando 314 km. Continuando pela BR-381 por mais 63 km chega-se a Linópolis. A partir de Linópolis, toma-se a estrada de chão, para norte em direção a Mendes Pimentel. O pegmatito Córrego Frio se encontra nas coordenadas: -41,469136 º W; -18,668930º S. |
Imagem de identificação
Resumo
Resumo |
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Os minerais Brazilianita, Scorzalita e Souzalita, foram descobertos no pegmatito Córrego Frio, localizado no campo Galileia-Mendes Pimentel, do Distrito Pegmatítico Conselheiro Pena. Esses minerais fazem parte da lista de minerais da IMA (International Mineralogical Association). O pegmatito Córrego Frio se localiza na Província Pegmatítica Oriental Brasileira, no município de Mendes Pimentel, porção leste de Minas Gerais, no contexto do Orógeno Araçuaí (630 – 480 Ma) onde se insere o Arco Magmático do Rio Doce. A brazilianita é um fosfato monoclínico de uso gemológico relativamente raro, de cor amarelo a amarelo-esverdeado de fórmula [NaAl3(PO4)2(OH)4]. A scozalita é um fostato hidratado monoclínico de aspecto maciço, brilho vítreo, cor azul escuro a azul-esverdeado e possui fórmula [(Fe2+, Mg)Al2(PO4)2(OH)2]. A souzalita é um fostato hidratado triclínico que ocorre em agregados fibrosos grosseiros, possui geminação polissintética, cor verde escuro a azul-esverdeado, traço verde claro, transparente e brilho vítreo e possui fórmula [(Mg, Fe2+)3(Al, Fe3+)4(PO4)4(OH)6·2H2O]. |
Abstract |
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The minerals Brazilianite, Scorzalite and Souzalite were discovered in the Córrego Frio pegmatite, located in the Galileia-Mendes Pimentel field, of the Conselheiro Pena Pegmatite District. These minerals are part of the IMA (International Mineralogical Association) mineral list. The Córrego Frio pegmatite is located in the Brazilian Oriental Pegmatite Province, in Mendes Pimentel municipality, eastern Minas Gerais, in the context of the Araçuaí Orogen (630 - 480 Ma) where the Rio Doce Magmatic Arc is inserted. Brazilianite is a monoclinic phosphate of relatively rare with gemological use, yellow to greenish-yellow in color with formula [NaAl3(PO4)2(OH)4]. Scozalite is a hydrated monoclinic phosphate of massive appearance, vitreous luster, dark blue to blue-green color and has formula [(Fe2+, Mg)Al2(PO4)2(OH)2]. Souzalite is a triclinic hydrated phosphate that occurs in coarse fibrous aggregates, has polysynthetic twinning, dark green to blue-green color, light green trace, transparent and vitreous luster and has formula [(Mg, Fe2+)3(Al, Fe3+)4(PO4)4(OH)6-2H2O]. |
Autores e coautores |
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José Adilson Dias Cavalcanti Serviço Geológico do Brasil – CPRM Daniel Atencio Instituto de Geociências - USP |
Contexto
Geológico
Enquadramento Geológico Geral: |
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Unidade do Tempo Geológico (Eon, Era ou Período): |
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Neoproterozoico |
Ambiente Dominante: |
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Tipo de Unidade: | Unidade Litoestratigráfica |
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Nome: | Formação São Tomé e Suite Galileia |
Outros: | |
Rocha Predominante: | Pegmatito |
Rocha Subordinada: | Xisto |
Tipo e dimensões do afloramento, contato, espessura, outras informações descritivas do sítio. : |
O pegmatito Córrego Frio é reconhecido internacionalmente por ser o local onde foram descobertos os novos minerais brazilianita, scorzalita, souzalita, que compõem a lista da IMA (International Mineralogy Association) e com fórmulas químicas aprovadas pela CNMCN (Commission of New Minerals, Classification and Nomenclature). Os corpos pegmatíticos encaixados nos micaxistos são geralmente médios a grandes e lenticulares, exibindo próximo ao contato feições como turmalinização, feldspatização e moscovitização (Netto et al. 2000). As variedades minerais encontradas nesses pegmatitos estão espodumênio, berilo, morganita, turmalina, quartzo (cristal-de-rocha), columbita/tantalita e cassiterita. Em pequenos caldeirões são extraídas albita, quartzo e, eventualmente, gemas. Na região de Linópolis são famosos os fosfatos secundários como beraunita, brasilianita, childrenita, dufrenita, fluorapatita, frondelita, jahnsita, roscherita, sabugalita, scorzalita, souzalita, strunzita, tapiolita e wylleita (Cassedane, 1983). O pegmatito Córrego Frio é um corpo tabular paralelo aos planos da xistosidade do biotita-granada xisto da formação São Tomé, com orientação E-W e caimento para N, que pode se apresentar sub-horizontal e também subvertical. Com base nas texturas e na composição mineral, Pacora & Fahey (1949) caracterizaram três zonas estruturais, da borda para o centro: (i) zona de borda com espessura variando de 30cm a 1 metro, é composta principalmente por albita, quartzo e moscovita, contendo massas azuis-esverdeadas de scorzalita e souzalita; (ii) zona de cavidades com cristais é irregular e possui contato difuso com a zona da borda, com espessura variando de poucos centímetros a um metro, é composta principalmente por quartzo e moscovita, mas também contem clevelandita e albita, e próximo ao contato com a zona da lente de quartzo ocorrem cavidades com cristais de quartzo, brasilianista e romboedros de limonita associados com moscovita; (iii) zona da lente de quartzo foi quase que totalmente removida pelos mineradores, mas nas porções que restaram observou-se nas bordas o enriquecimento que clevelandita e moscovita, em superfície tinha comprimento de 5 metros e espessura variando de um (1) a meio(1/2) metro, afinando gradativamente e desaparecendo em uma profundidade de 4 metros. A atividade econômica da lavra era voltada principalmente para o mercado de colecionadores, devido a raridade mineralógica presente, representada principalmente por minerais fosfáticos primários e secundários, destacando-se entre eles: Herderita, Brazilianita, Childrenita, Dufrenita, Souzalita e Scorzalita (Carneiro 2003). Brazilianita [NaAl3(PO4)2(OH)4], monoclínico A brazilianita é um fosfato gemológico relativamente raro, de cor amarelo a amarelo-esverdeado, descrito inicialmente por Pough & Henderson (1945) em amostras coletadas no Pegmatito Córrego Frio que é a sua localidade-tipo (Silveira et al. 2014). De acordo com o autor supracitado, ocorrem quatro depósitos de brazilianita na área de Conselheiro Pena (Córrego Frio, Telírio, Sebastião Cristino e Ari Machado) e um na área de Araçuaí (Agenor Silistrino). A brazilianita também foi descrita como um mineral acessório em pegmatitos na Alemanha, Argentina, Austrália, Áustria, Canadá, China, Espanha, Estados Unidos, Finlândia, França, Namíbia, República Sul-Africana, República Tcheca e Ruanda (www.mindat.org). Mas a localidade original, localizada nos arredores de Divino das Laranjeiras permanece como a principal área produtora brasileira e referência mundial para pesquisadores e colecionadores (Silveira et al. 2014). O nome é uma homenagem ao Brasil. Seus cristais são aproximadamente equidimensionais a primáticos curtos [001], com a zona de prisma estriada [001]; também alongado [100]. Atingir 12cm de comprimento por 1cm de largura. Pode ocorrer na forma globular com estrutura fibroradiada. Suas cores podem ser desde incolor, amarelo pálido a verde-amarelado. Transparente e com brilho vítreo, traço branco, quebradiço, clivagem {010} boa e fratura conchoidal (Atencio 1999). Amostras de brazilianita estão depositadas no Museu das Minas e do Metal em Belo Horizonte (Brasil) e no Museu Nacional de História Natural de Washington D.C. (USA), 105048. Scorzalita [(Fe2+, Mg)Al2(PO4)2(OH)2], monoclínico A scorzalita ocorre principalmente na zona da borda e na zona de cavidades de cristais definidas por Pacora & Fahey (1949), no pegmatito Córrego Frio. As maiores massas de scorzalita observadas tinham em torno de 7cm de diâmetro e estavam sempre associadas com souzalita. O nome do mineral foi dado em homenagem ao Dr. Evaristo Pena Scorza, mineralogista chefe do Serviço Mineralógico do Brasil, Rio de Janeiro. Suas principais propriedades são aspecto maciço, brilho vítreo, cor azul escuro a azul-esverdeado, fratura irregular e clivagem boa (Atencio 1999, Carneiro 2003). Amostras de scorzalita estão depositadas no Museu das Minas e do Metal em Belo Horizonte (Brasil); Museu de História Natural de Londres, Inglaterra (1965.207); Universidade de Harvard Massachusetts, Estados Unidos (100679), e no Museu Nacional de História Natural de Washington D.C., Estados Unidos (C5862). Souzalita [(Mg, Fe2+)3(Al, Fe3+)4(PO4)4(OH)6·2H2O], triclínico A souzalita ocorre em massas fibrosas irregulares, intimamente associadas com scorzalita, podendo se tratar de um produto da alteração hidrotermal da scorzalita (Pacora & Fahey 1949). Suas principais propriedades são: ocorre em agregados fibrosos grosseiros, possui geminação polissintética, cor verde escuro a azul-esverdeado, traço verde claro, transparente e brilho vítreo (Atencio 1999). O nome do mineral foi dado em homenagem ao Dr. Antônio José Alves de Souza, diretor do Departamento Nacional de Produção Mineral, Rio de Janeiro, Brasil. Amostras de souzalita estão depositadas no Museu das Minas e do Metal em Belo Horizonte (Brasil); Museu Royal de Ontário, Toronto, Canadá (M34010); Universidade de Harvard, Cambridge, Massachusetts, Estados Unidos (100680); e no Museu Nacional de História Natural de Washington D.C., Estados Unidos (160114). |
Paleontológico
Local de ocorrência |
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Ramos da Paleontologia: |
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Taxons conhecidos: |
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Caracterização Geológica
Rochas Sedimentares
Ambientes Sedimentares: |
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Ambientes: | Antigos |
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Tipos de Ambientes: |
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Descontinuidades Estratigráficas: |
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Rochas Ígneas
Categoria: | Não se aplica - Não se aplica |
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Aspectos Texturais: |
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Estruturas: |
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Rochas Metamórficas
Metamorfismo: |
Facie Metamorfismo: |
Texturas: |
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Estruturas: |
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Deformação das Rochas
Tipo de Deformação: |
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Regime Tectônico: |
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Estruturas Lineares: |
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Estruturas Planas: |
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Feições de Relevo
Interesse
Dados
Pelo Conteúdo |
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Interesse associado |
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Pela sua possível utilização |
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Observações
Observações Gerais |
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Os minerais Brazilianita (Pough & Henderson 1945), Scorzalita e Souzalita (Pecora & Fahey 1949) foram descobertos no Pegmatito Córrego Frio (Campo Galileia – Campos Pimentel), na Província Pegmatítica Oriental Brasileira, região leste de Minas Gerais, onde também estão localizadas as cidades Governador Valadares e Teófilo Otoni que representam um importante polo de produção e comercialização de gemas do Brasil. A região foi mapeada pelo Serviço Geológico Brasileiro, na escala 1:100.000, no Projeto Borda Leste, realizado através do Convênio CPRM-SEME-COMIG, como parte do Programa de Levantamentos Geológicos Básicos do Brasil (Netto et al. 2000). A Província Pegmatítica Oriental Brasileira contem minerais industriais, ornamentais, preciosos, metálicos e radioativos. Os pegmatitos são a principal fonte dos recursos minerais economicamente explotados na região. Seus principais produtos são: berilo gema (água-marinha/heliodoro/morganita), turmalinas (monocromáticas e multicolores), kunzita, hiddenita, crisoberilo (alexandrita); os minerais de aproveitamento industrial como feldspato (albita/ microclina/ortoclásio), quartzo (róseo, hialino e biterminado), mica, caulim e minerais de nióbio, tântalo, estanho e lítio (espodumênio, lepidolita) (Netto et al. 2000). Além de polo produtor de gemas e pedras preciosas, as atividades econômicas da região também são voltadas para a lapidação e comercialização de pedras. Nas cidades de Governador Valadares e Teófilo Otoni, de acordo com um levantamento realizado pelo MCT/CT, existem cerca de 300 microempresas nas áreas de lapidação e comercialização, além de 2.700 de lapidações informais, 1.500 corretores e um número desconhecido de garimpeiros (Medina 2017). CONTEXTO GEOLÓGICO A Província Pegmatítica Oriental Brasileira foi delimitada por Paiva (1940), e posteriormente, foi redesenhada por Putzer (1976) ocupando uma faixa de 800 km de extensão por 100 km a 150 km de largura, na porção oriental do Estado de Minas Gerais, se estendendo desde o sul da Bahia até o norte do Rio de Janeiro (Paiva 1946, Putzer 1976; in Correia Neves et al. 1986). A província está inteiramente inserida no Orógeno Araçuaí e o pegmatito Córrego Frio localiza-se na porção central da província, onde afloram rochas do Grupo Rio Doce (uma bacia sin-orogênica) e das supersuítes magmáticas relacionadas ao arco magmático continental que se instalou na Província Mantiqueira. Nesse contexto Pedrosa-Soares et al. (2011) identificaram cinco supersuítes de rochas granitoides que compõem o arco magmático no Orógeno Araçuaí. Na Província foram reconhecidos dez distritos pegmatíticos e o pegmatito Córrego Frio está inserido no Campo Galileia – Mendes Pimentel, que pertence ao Distrito Conselheiro Pena (Netto et al. 2000, Pedrosa-Soares et al. 2011). De acordo com esses autores os pegmatitos desse campo estão encaixados em sua maioria nos xistos da Formação São Tomé, do Grupo Rio Doce e, em menor quantidade nos tonalitos da Suíte Galileia (Figs. 5 e 6). Esses pegmatitos ficaram mundialmente conhecidos na década de 1940, por causa da sua larga produção de minerais industriais para suprir a indústria militar aliada durante a II Grande Guerra Mundial, o que levou também a descoberta de inúmeros depósitos contendo minerais gemológicos e de coleção (Silveira et al. 2014). O Grupo Rio Doce foi definido na região do Médio Rio Doce, próximo a Galileia, por Barbosa et al. (1966), que o subdividiu em duas formações: i) São Tomé, composta por quartzo-biotita xisto muscovítico e granatífero; e ii) Figueira, composta por gnaisses claros bandados. No mapa geológico da folha Conselheiro Pena, Oliveira (2001) identificou as formações São Tomé, Tumiritinga e João Pinto. Já, Vieira (2007) apresentou uma nova divisão para o grupo, dessa vez composto pelas formações, da base para o topo: João Pinto (quartzito), Palmital do Sul (micaxisto e gnaisse), São Tomé (metagrauvaca, micaxisto e metadacito) e Tumiritinga (micaxisto, gnaisse e rocha vulcanoclástica). No campo pegmatítico Galileia – Mendes Pimental afloram rochas pertencentes às formações São Tomé e Tumiritinga. Os estágios da evolução do arco magmático do Orógeno Araçuaí foram caracterizados através da definição das cinco supersuítes G1, G2, G3, G4 e G5, por Pedrosa-Soares et al. (2011). Os pegmatitos hospedados nos biotita xistos da Formação São Tomé são corpos concordantes com a foliação principal e, próximo aos contatos com as rochas hospedeiras, exibem alteração hidrotermal (turmalinização, feldspatização e muscovitização). Já nas rochas graníticas, os pegmatitos ocorrem preenchendo fraturas com espessuras decimétricas a poucos metros. Os principais minerais encontrados nesses pegmatitos são: espodumênio, (kunzita), berilo, (rubelita), morganita, turmalina, quartzo (cristal-de-rocha), columbita/tantalita e cassiterita (Netto et al. 2000). Na região de Linópolis ocorrem os fosfatos secundários como beraunita, brasilianita, childrenita, dufrenita, fluorapatita, frondelita, jahnsita, roscherita, sabugalita, scorzalita, souzalita, strunzita, tapiolita e wylleita (Cassedane, 1983; in Netto et al. 2000). |
Bibliografia |
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Atencio, D. 2020. Type Mineralogy of Brazil: a book in progress. Instituto de Geociências da USP. 663p. Barbosa, A.L.M.; Grossi-Sad, J.H.; Torres, N.; Melo, M.T.V. 1966. Descrição do mapa geológico preliminar do Médio do Rio Doce. Geologia da Região do Médio do Rio Doce (Excursão No2, Pegmatitos de Governador Valadares). Rio de Janeiro, Sociedade Brasileira de Geologia/Núcleo Rio de Janeiro, 02: 01-10. Carneiro, M.S. 2003. Distribuição dos pegmatitos com minerais fosfáticos na região de Conselheiro Pena - Mendes Pimentel, Província Pegmatítica Oriental, Minas Gerais. Dissertação de Mestrado. Departamento de Geociências da UFRJ. 64p. Carneiro, M.S. 2003. Distribuição dos pegmatitos com minerais fosfáticos na região de Conselheiro Pena - Mendes Pimentel, Província Pegmatítica Oriental, Minas Gerais. Dissertação de Mestrado, UFRJ. 64p. Cassedane, J.P. 1983. Famous mineral localities: the Córrego Frio mine and vicinity, Minas Gerais, Brazil. Mineralogical Record, 14: 227-237. Correia Neves, J.M.; Pedrosa-Soares, A.C.; Marciano, V.R.P.R.O. 1986. A Província Pegmatítica Oriental do Brasil a luz dos conhecimentos atuais. Revista Brasileira de Geociências, 16(1): 108-116. Feboli, W.L. 2014. Folha SE.24-Y-A-IV - Gorvenador Valadares. Escala 1:100.000. Projeto Borda Leste. Programa Levantamentos Geológicos Básicos do Brasil, CPRM. Em Formato Digital. Feboli, W.L.; Paes, V.J.P. 2014. Folha SE.24-Y-A-V. Geológico da Folha Itanhomi. Escala 1:100.000. Projeto Borda Leste. Programa Levantamentos Geológicos Básicos do Brasil, CPRM. Em Formato Digital. Medina, V.S. 2017. Pólos de Gemas e Jóias do Estado de Minas Gerais. In: https://silo.tips/download/polos-de-gemas-e-joias-do-estado-de-minas-gerais, (consultado em set. 2020). Menezes Filho, L.A.D.; Chaves, M.L.S.C.; Cooper, M.A.; Ball, N.A.; Abdu, Y.A.; Sharpe, R.; Day, M.C.; Hawthorne, F.C. 2019. Brandãoite, BeAl2(PO4)2(OH)2(H2O)4] (H2O), a new Be–Al phosphate mineral from the João Firmino mine, Pomarolli farm region, Divino das Laranjeiras County, Minas Gerais State, Brazil: description and crystal structure. Mineralogical Magazine, 83: 261-267. Netto, C.; Araujo, M.C.; Pinto, C.P.; Drumond, J.B.V. 2000. Pegmatitos. Projeto Leste, Cadastramento de Recursos Minerais, Província Pegmatítica Oriental, Programa Levantamentos Geológicos Básicos do Brasil (PLGB), CPRM. Volume 1. 207p. Oliveira, M.J.R. 2014. Folha Conselheiro Pena e São Gabriel da Palha. Escala 1:100.000. Projeto Borda Leste. Programa Levantamentos Geológicos Básicos do Brasil, CPRM. Em Formato Digital. Pecora, W.T. and Fahey, J.J. 1949. The Córrego Frio pegmatite, Minas Gerais: scorzalite and souzalite, two new phosphate minerals. American Mineralogist, 34: 83-93. Pedrosa-Soares, A.C.; Campos, C.P.; Noce, C.; Silva, L.C.; Novo, T.; Roncato, J.; Medeiros, S.; Castanheda, C.; Queiroga, G.; Dantas, E.; Dussin, I.; Alkmim, F.F. 2011. Late Neoproterozoic-Cambrian granitic magmatism in the Araçuaí orogen (Brazil), the Eastern Brazilian Pegmatite Province and related mineral resources. In: Sial et al. (Eds.), Granite-Related Ore Deposits. Geological Society, London, Special Publications, 350: 25–51. Pough, F.H.; Henderson, E.P. 1945. Brasilianita, um novo fosfato mineral. Mineração e Metalurgia, Rio de Janeiro, 8: 334. Putzer, H. 1976. Metalogenetische Provinzen in Suedameriko. Stuttgart. E. Schweizerbart’sche Verlagsbuchhandlung, 318p. Silveira, L.A.G.; Chaves, M.L.S.C.; Krambrock, K.; Menezes Filho, L.A.D.; Brandão, P.R.G.; Scholz, R.; Costa, M.A.F. 2014. Ocorrência, contexto mineralógico e química mineral da brazilianita e seus depósitos em Minas Gerais. Geociências UNESP, 33(3): 378-392. Vieira, V.S. 2007. Significado do Grupo Rio Doce no contexto do Orógeno Araçuaí. Tese de Doutorado. Instituto de Geociências da UFMG. 129p. Vieira, V.S. 2014. Mapa Geológico da Folha Itabirinha de Mantena. Escala 1:100.000. Projeto Borda Leste. Programa Levantamentos Geológicos Básicos do Brasil, CPRM. Em Formato Digital. |
Imagens Representativas e Dados Gráficos
Conservação
Unidade de Conservação
Nome da UC | Tipo da UC | Unidade de Conservação | Situação da Uc |
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Proteção Indireta
Reserva de Biosfera: | Reserva da Biosfera da Serra do Espinhaço |
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Relatar: | |
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O pegmatito se encontra em propriedade particular e não se encontra em atividade nessa data. |
Uso e Ocupação
Propriedade do Terreno | ||||
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Privado |
Area Rural |
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Area Urbana |
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Fragilidade |
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Elevada |
Dificuldade de Acesso e aproveitamento do solo: |
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Quantificação
Valor Científico (indicativo do valor do conteúdo geocientífico do sítio ou do elemento geológico)
Ítem | Peso | Resposta | Valor |
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A1 - Representatividade | 30 | O local ou elemento de interesse é o melhor exemplo, atualmente conhecido, na área de trabalho, para ilustrar elementos ou processos, relacionados com a área temática em questão (quando aplicável) | 4 |
A2 - Local-tipo | 20 | O local ou elemento de interesse é reconhecido como holostratótipo ou unidade litodêmica nos léxicos estratigráficos do Brasil e da Amazônia Legal ou documentos similares, ou é a fonte de um holótipo, neótipo ou lectótipo registrado em publicações científicas, de acordo com o código (ICZN, ICBN ou ICN) vigente na época da descrição e cadastrado na Base de Dados Paleo da CPRM ou bases similares ou é um sítio de referência da IMA; | 4 |
A3 - Reconhecimento científico | 5 | É um sítio já aprovado pela SIGEP e/ou existem artigos sobre o local de interesse em livro, em revistas científicas internacionais... | 4 |
A4 - Integridade | 15 | O local de interesse não está muito bem preservado, mas os principais elementos geológicos (relacionados com a categoria temática em questão, quando aplicável) ainda estão preservados | 2 |
A5 - Diversidade geológica | 5 | Local de interesse com 1 ou 2 tipos diferentes de aspectos geológicos com relevância científica | 1 |
A6 - Raridade | 15 | Existem, na área de estudo, 2-3 exemplos de locais semelhantes (representando a categoria temática em questão, quando aplicável) | 2 |
A7 - Limitações ao uso | 10 | É possível fazer amostragem ou trabalho de campo depois de ultrapassar as limitações existentes | 2 |
Valor Científico | 305 |
Risco de Degradação (dos valores geológicos retratados no sítio ou no elemento geológico)
Ítem | Peso | Resposta | Valor |
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B1 - Deterioração de elementos geológicos | 35 | Possibilidade de deterioração dos principais elementos geológicos | 3 |
B3 - Proteção legal | 20 | Local de interesse situado numa área sem proteção legal, mas com controle de acesso | 3 |
B4 - Acessibilidade | 15 | Local de interesse acessível por veículo em estrada não asfaltada | 2 |
B5 - Densidade populacional | 10 | Local de interesse localizado num município com menos de 100 habitantes por km2 | 1 |
B2 - Proximidade a áreas/atividades com potencial para causar degradação | 20 | Não se aplica. | 0 |
Risco de Degradação | 205 |
Potencial Valor Educativo e Turístico (indicativo de interesse educativo e turístico associado ao valor científico do sítio, sujeito à análise complementar dos setores competentes)
Ítem | P.E | P.T | Resposta | Valor |
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C1 - Vulnerabilidade | 10 | 10 | Possibilidade de deterioração dos principais elementos geológicos por atividade antrópica | 2 |
C2 - Acesso rodoviário | 10 | 10 | Local de interesse acessível por veículo em estrada não asfaltada | 2 |
C3 - Caracterização do acesso ao sítio | 5 | 5 | O local de interesse é acessado por estudantes e turistas, mas só depois de ultrapassar certas limitações (autorizações, barreiras físicas, marés, inundações etc...) | 2 |
C4 - Segurança | 10 | 10 | Local de interesse sem infraestrutura de segurança (vedações, escadas, corrimões, etc.) mas com rede de comunicações móveis e situado a menos de 50 km de serviços de socorro | 2 |
C5 - Logística | 5 | 5 | Existem restaurantes e alojamentos para grupos de 50 pessoas a menos de 50 km do local de interesse | 3 |
C6 - Densidade populacional | 5 | 5 | Local de interesse localizado num município com menos de 100 habitantes por km2 | 1 |
C9 - Singularidade | 5 | 10 | Ocorrência de aspectos únicos e raros no país | 4 |
C10 - Condições de observação | 10 | 5 | Existem obstáculos que tornam difícil a observação dos principais elementos geológicos | 2 |
C11 - Potencial didático | 20 | 0 | Ocorrência de elementos geológicos que são ensinados em todos os níveis de ensino | 4 |
C12 - Diversidade geológica | 10 | 0 | Ocorrem 2 tipos de elementos da geodiversidade | 2 |
C13 - Potencial para divulgação | 0 | 10 | Ocorrência de elementos geológicos que são evidentes e perceptíveis para todos os tipos de público | 4 |
C14 - Nível econômico | 0 | 5 | Local de interesse localizado num município com IDH inferior ao se verifica no estado | 1 |
C7 - Associação com outros valores | 5 | 5 | Não se aplica. | 0 |
C8 - Beleza cênica | 5 | 15 | Não se aplica. | 0 |
C15 - Proximidade a zonas recreativas | 0 | 5 | Não se aplica. | 0 |
Valor Educativo | 230 | |||
Valor Turístico | 185 |
Classificação do sítio
Relevância: | Geossítio de relevância Internacional |
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Valor Científico: | 305 |
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Valor Educativo: | 230 (Relevância Nacional) |
Valor Turístico: | 185 (Relevância Regional/Local) |
Risco de Degradação: | 205 (Risco Médio) |
Recomendação
Urgência à Proteção global: | Necessário a médio prazo |
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Urgência à Proteção devido a atividades didáticas: | Necessário a médio prazo |
Urgência à Proteção devido a atividades turísticas: | Necessário a médio prazo |
Urgência à Proteção devido a atividades científicas: | Necessário a médio prazo |
Unidade de Conservação Recomendado: | UC de Proteção Integral - |
Justificativa: |
Coordenadas do polígono de proteção existente ou sugerido
Ponto 1: | Latitude: -18.666510245578657 e Longitude: -41.47108368801375 |
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Ponto 2: | Latitude: -18.66645739049883 e Longitude: -41.46679302252692 |
Ponto 3: | Latitude: -18.67068982503535 e Longitude: -41.46671574931379 |
Ponto 4: | Latitude: -18.670714219414823 e Longitude: -41.47094208378558 |
Justificativas e explicações sobre a delimitação sugerida para o sítio: |
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Responsável
Nome: | Jose Adilson Dias Cavalcanti |
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Email: | jose.adilson@cprm.gov.br |
Profissão: | Geólogo |
Instituição: | Serviço Geológico do Brasil - SGB-CPRM |
Currículo Lattes: | http://lattes.cnpq.br/5968564202453915 |