METARENITO SUBARCÓSEO COM ESTRATIFICAÇÕES CRUZADAS ACANALADAS DA FORMAÇÃO OURICURI DO OURO, RIO DE CONTAS - BA
Título Representativo:
Classificação temática principal:
Estratigrafia
Classificação temática secundária:
Registro SIGEP (Comissão Brasileira de Sítios Geológicos e Paleobiológicos) com o Nº com o Nº:
NÃO
Sítio pertence a um geoparque ou proposta de geoparque:
Sim (Alto Rio de Contas - BA)
Localização
Latitude:
-13.520449638
Longitude:
-41.934761047
Datum:
WGS 84
Cota:
1453 m
Estado:
BA
Município:
Rio de Contas
Distrito:
Mato Grosso
Local:
Trilha para o Pico das Almas
Ponto de apoio mais próximo:
Rio de Contas
Ponto de referência rodoviária:
Cerca de 15km de Rio de Contas, a noroeste em estrada não pavimentada. Para-se o carro na Fazenda Silvina
Acesso:
Acesso via estrada, sem pavimentação, das cidades de Rio de Contas - Brumadinho ate a Fazenda Silvina, cerca de 15 km.
Da fazenda Silvina são cerca de 200 metros, já na trilha para o Pico das Almas
Imagem de identificação
Resumo
Resumo
O sítio localiza-se bem no começo da trilha para o Pico das Almas, que dista cerca de 15 km a noroeste da sede do município de Rio de Contas, os quais podem ser percorridos por estrada não pavimentada, com alguns pontos de mais difícil acesso. Há local de estacionamento nas proximidades da Fazenda Silvina.
As rochas encontradas estão dispostas em perfil tipo "corte de estrada", com 30 metros de largura e cerca de dois metros de altura e são arenitos subarcóseos finos a médios bem selecionados compostos de 85-90% de quartzo, 10-15% de feldspato/fragmento de rocha e até 2% de minerais opacos. Os grãos são arredondados a subarredondados, com esfericidade média a baixa. Níveis de microconglomerados em contato irregular e erosivo são encontrados. Neles, os seixos são predominantemente de quartzo arredondados com média a baixa esfericidade. Granodecrescencia ascendente é encontrada, com níveis de microconglomerado que grada para arenito médio até fino. Foram agrupadas como Formação Ouricuri do Ouro.
Como estrutura sedimentar, tem-se estratificações cruzadas tangenciais e acanaladas de pequeno a médio porte. O acamamento primário (S0) posiciona-se em 010/25. Um sistema de veios de quartzo posiciona-se em 270/80 e 194/60.
Em Lâmina, a estimativa mineral revelou 85% de quartzo, 10% de feldspato e 5% de opacos. Percebeu-se bimodalidade primária no quartzo, com grãos variando de 1,5 mm a 0,8 mm e de 0,3 mm a 0,1 mm, bem como extinção ondulante. Os contatos são predominantemente retos, podendo também ser curvos. O feldspato varia a granulometria de 1 mm a 0,5 mm, também de contato reto a curvo. Já os opacos só aparecem com tamanho reduzido, variando de 0,1 mm a 0,3 mm.
Esse afloramento apresenta feições sedimentares muito bem preservadas e didáticas que permitem observar um registro geológico, com idade aproximada de 1722 Ma, e que reflete a época precoce de formação da bacia que abrigou os sedimentos da Chapada Diamantina. Nele, é possível estimar o provável ambiente de sedimentação e energia de transporte do material depositado, que foi interpretado como de ambiente fluvial. As rochas foram consolidadas e submetidas à deformação com circulação de fluidos ricos em SiO2, que foram responsáveis pela formação dos veios. Outra vantagem do ponto é que este encontra-se muito próximo ao acesso de carro
Abstract
The site is located right at the beggining of the trail to the Pico das Almas, which has a 15 km distance from the nearest city, Rio de Contas. Is possible to drive the way there in a non-pavimented road, usually easy, but with some difficult parts.
The rocks found are disposed in a "wall" 30.0 meters long and 2.0 meters high, and are characterized by fine to medium-sized subarcosean sandstones well-composed of 85-90% quartz, 10-15% feldspar / rock fragment and up to 2% opaque minerals. The grains are rounded to subrounded, with medium to low sphericity. Levels of microconglomerates in irregular and erosive contact are found. In them, the pebbles are predominantly rounded quartz with medium to low sphericity. Ascending granodescence is found, with levels of microconglomerate that evolves to medium to fine sandstone.
As a sedimentary structure, there are small to medium sized tangential and channeled stratifications. The primary bedding (S0) is positioned at 010/25. A quartz shaft system is positioned at 270/80 and 194/60.
In thin section, the mineral estimate revealed 85% quartz, 10% feldspar and 5% opaques. Primary bimodality was noticed in quartz, with grains ranging from 1.5 mm to 0.8 mm and from 0.3 mm to 0.1 mm, as well as wavy extinction. The contacts are predominantly straight and can also be curved. The feldspar varies in size from 1 mm to 0.5 mm, also from straight to curved contact. On the other hand, opaques only appear reduced in size, ranging from 0.1 mm to 0.3 mm.
This outcrop presents very well preserved and didactic sedimentary features that allow observing a geological record, with an approximate age of 1722 Ma, which reflects the early formation period of the basin that received the Chapada Diamantina sediments. In it, it is possible to estimate the probable sedimentation environment and transport energy of the deposited material, which was interpreted as a fluvial environment. The rocks were consolidated and submitted to deformation with circulation of fluids rich in SiO2, which were responsible for the formation of the quartz veins.
Autores e coautores
Ramon Borges Nolasco Oliveira (UFBA - Universidade Federal da Bahia) (Cadastro)
Simone Cerqueira Pereira Cruz (UFBA - Universidade Federal da Bahia)
Violeta de Souza Martins (CPRM - Serviço Geológico do Brasil)
Michelli Santana Santos (UFBA - Universidade Federal da Bahia)
Local: Vale anticlinal do rio da Conceição. Mun. de Santa Bárbara - Quadrilátero Ferrífero (MG).
Foto: Ivete de Souza Almeida.
FR1b - Terraços Fluviais:
Superfícies sub-horizontais de depósitos arenosos ou areno-argilosos, bem selecionados e posicionados em cotas mais elevadas que as planícies de inundação. Representam paleo-planícies de inundação, hidrologicamente inativas. O rebaixamento do nível de base local transformou estas antigas formas deposicionais em feições submetidas à erosão e acima da cota máxima das cheias sazonais. Consistem de depósitos aluviais que se encontram nas encostas de um fundo de vale.
FR8h - Captura de Drenagem
Local: Médio Vale do rio Paraíba do Sul, proximidade da localidade de Arapeí (SP)
Foto: Marcelo Eduardo Dantas
FR8h - Captura de Drenagem:
Sinônimo de cotovelo de drenagem ou inflexão do canal. Consiste em um desvio de direção de um canal fluvial (geralmente em ângulo reto – 90°), ocasionado pela concorrência entre dois rios, resultando na captura de um pelo outro, através da destruição do divisor e na inflexão de curso d’água do rio capturado. Frequentemente, está associado a controles litoestruturais do substrato geológico, ou mesmo, por reativações neotectônicas.
FR9c - Planaltos em derrames vulcânicos
Local: Proximidade da localidade Bom Jardim da Serra, divisa entre SC e RS.
Foto: Marcelo Eduardo Dantas
FR9c - Planaltos em derrames vulcânicos:
Superfície de terreno pouco acidentada, posicionada em cotas elevadas e geradas pelo empilhamento de sucessivos derrames de rochas extrusivas em grandes extensões, como verificado em grande parte do Planalto Meridional Brasileiro.
FR11d - Serra
Local: estrada entre as localidades de São Fidélis e Cardoso Moreira (RJ)
Foto: Marcelo Eduardo Dantas
FR11d - Serra:
Representam formas de relevo acidentadas que se destacam na morfologia regional e apresentam um formato alongado numa determinada direção. O topo é, invariavelmente, demarcado por uma linha de cumeada, sendo delimitado por vertentes íngremes e declivosas em ambos os flancos.
FR11g - Pico ou Cume
Local: Trecho da da Serra dos Órgãos (RJ), entre as localidades de Guapimirim e Teresópolis
Foto: Marcelo Eduardo Dantas
FR11g - Pico ou Cume:
Parte mais alta ou culminante de um morro ou de uma serra. Quando o cume é representado por um alinhamento de topos aguçados numa serra, denomina-se uma crista.
FR13a - Cangas e crostas lateríticas
Local: Serra do Rola-Moça, município de Belo Horizonte (MG).
Foto: Marcelo Eduardo Dantas
FR13a - Cangas e crostas lateríticas:
Também denominadas de couraças ou carapaças ferruginosas ou coberturas detrítico-lateríticas. Consistem de horizontes de nódulos endurecidos pela precipitação e concentração de nódulos de sesquióxidos de ferro e alumínio devido à oscilação do nível freático. Podem ter origem autóctone ou alóctone. As concreções ferruginosas autóctones têm sua gênese relacionada a uma longa evolução de processos de natureza geoquímica e pedogenética. As concreções ferruginosas alóctones, por sua vez, resultam do retrabalhamento de antigas couraças lateríticas e posterior recimentação em cotas mais baixas. Quando estas formações superficiais diagenéticas abrangem grande parte do perfil intempérico, são denominadas de cangas. Em geral, apresentam correspondência morfológica com os terrenos planos dos baixos platôs ou das chapadas elevadas, sendo que as crostas ferruginosas atuam como uma cobertura resistente à dissecação fluvial.
Ilustração
Aflorameto de Metarenito. Fonte: José Tânus Cruz (2019)
Relevo do metarenito. Fonte José Tânus Cruz (2019)
Martins, V. S; Ferreira, R. V; G, T. S; Espinheira, A. R. L; Costa, C. A. S; Comerlato, Fabiana. Geoparque Alto Rio de Contas (BA) – Proposta. CPRM, 2017.Pedrosa et al., 2007
Alkmim, F.F. et al. Sobre a evolução tectônica do orógeno Araçuaí-Congo ocidental. Geonomos, Belo Horizonte, v. 15, n. 1, p. 25-43, 2007.
Danderfer Filho, A. 1990. Análise estrutural descritiva e cinemática do Supergrupo Espinhaço na região da Chapada Diamantina (BA). Unpl. Master Thesis, Universidade Federal de Ouro Preto, Ouro Preto, 169p.
Imagens Representativas e Dados Gráficos
Estratificação Plano Paralela. José Tanus Cruz (2019).
Arenito com Estratificação cruzada. Fonte: José Tânus Cruz (2019).
Lentes areniticas e conglomeráticas. Fonte José Tânus Cruz (2019)
Granodescrecencia ascendente e contato entre metarenito e metaconglomerado. Fonte José Tânus Cruz (2019).
Valor Científico (indicativo do valor do conteúdo geocientífico do sítio ou do elemento geológico)
Ítem
Peso
Resposta
Valor
A1 - Representatividade
30
O local ou elemento de interesse é um bom exemplo para ilustrar elementos ou processos, relacionados com a área temática em questão (quando aplicável)
2
A2 - Local-tipo
20
O local ou elemento de interesse é reconhecido, na área de trabalho, como um dos locais-tipo secundário, sendo a fonte de um ou mais parastratótipo, unidades litodêmicas, parátipo ou sintipo
1
A3 - Reconhecimento científico
5
Existem artigos sobre o local de interesse em revistas científicas nacionais, diretamente relacionados com a categoria temática em questão (quando aplicável)
2
A4 - Integridade
15
Os principais elementos geológicos (relacionados com a categoria temática em questão, quando aplicável) estão muito bem preservados
4
A5 - Diversidade geológica
5
Local de interesse com 1 ou 2 tipos diferentes de aspectos geológicos com relevância científica
1
A6 - Raridade
15
Existem, na área de estudo, 2-3 exemplos de locais semelhantes (representando a categoria temática em questão, quando aplicável)
2
A7 - Limitações ao uso
10
Não existem limitações (necessidade de autorização, barreiras físicas, etc.) para realizar amostragem ou trabalho de campo
4
Valor Científico
225
Risco de Degradação (dos valores geológicos retratados no sítio ou no elemento geológico)
Ítem
Peso
Resposta
Valor
B1 - Deterioração de elementos geológicos
35
Existem reduzidas possibilidades de deterioração dos elementos geológicos secundários
1
B2 - Proximidade a áreas/atividades com potencial para causar degradação
20
Local de interesse situado a mais de 1000 m de área/atividade com potencial para causar degradação
1
B3 - Proteção legal
20
Local de interesse situado numa área com proteção legal, mas sem controle de acesso
2
B4 - Acessibilidade
15
Local de interesse acessível por veículo em estrada não asfaltada
2
B5 - Densidade populacional
10
Local de interesse localizado num município com menos de 100 habitantes por km2
1
Risco de Degradação
135
Potencial Valor Educativo e Turístico (indicativo de interesse educativo e turístico associado ao valor científico do sítio, sujeito à análise complementar dos setores competentes)
Ítem
P.E
P.T
Resposta
Valor
C1 - Vulnerabilidade
10
10
Possibilidade de deterioração de elementos geológicos secundários por atividade antrópica
3
C2 - Acesso rodoviário
10
10
Local de interesse acessível por veículo em estrada não asfaltada
2
C3 - Caracterização do acesso ao sítio
5
5
O local de interesse é acessado sem limitações por estudantes e turistas
4
C4 - Segurança
10
10
Local de interesse com infraestrutura de segurança (vedações, escadas, corrimões, etc.), rede de comunicações móveis e situado a menos de 25 km de serviços de socorro
3
C5 - Logística
5
5
Existem restaurantes e alojamentos para grupos de 50 pessoas a menos de 50 km do local de interesse
3
C6 - Densidade populacional
5
5
Local de interesse localizado num município com menos de 100 habitantes por km2
1
C7 - Associação com outros valores
5
5
Existem diversos valores ecológicos e culturais a menos de 10 km do local de interesse
4
C8 - Beleza cênica
5
15
Local de interesse ocasionalmente usado em campanhas turísticas locais, mostrando aspectos geológicos
1
C9 - Singularidade
5
10
Ocorrência de aspectos comum nas várias regiões do país
1
C10 - Condições de observação
10
5
A observação de todos os elementos geológicos é feita em boas condições
4
C11 - Potencial didático
20
0
Ocorrência de elementos geológicos que são ensinados nas escolas de ensino secundário
2
C12 - Diversidade geológica
10
0
Ocorrem 2 tipos de elementos da geodiversidade
2
C13 - Potencial para divulgação
0
10
O público necessita de algum conhecimento geológico para entender os elementos geológicos que ocorrem no sítio
3
C14 - Nível econômico
0
5
Local de interesse localizado num município com IDH idêntico ao se verifica no estado
2
C15 - Proximidade a zonas recreativas
0
5
Local de interesse localizado a menos de 5 km de uma zona recreativa ou com atrações turísticas
4
Valor Educativo
250
Valor Turístico
245
Classificação do sítio
Relevância:
Geossítio de relevância Nacional
Valor Científico:
225
Valor Educativo:
250 (Relevância Nacional)
Valor Turístico:
245 (Relevância Nacional)
Risco de Degradação:
135 (Risco Baixo)
Recomendação
Urgência à Proteção global:
Necessário a médio prazo
Urgência à Proteção devido a atividades didáticas:
Necessário a médio prazo
Urgência à Proteção devido a atividades turísticas:
Necessário a médio prazo
Urgência à Proteção devido a atividades científicas:
Necessário a médio prazo
Unidade de Conservação Recomendado:
UC de Proteção Integral -
Justificativa:
Coordenadas do polígono de proteção existente ou sugerido