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Sítio Inhaúma, MG: camadas aragoníticas pré-cambrianas
Sete Lagoas -
MG , Lat.:
-19.425264359 Long.:
-44.380840302
Última alteração: 25/11/2020 09:55:56
Última alteração: 25/11/2020 09:55:56
Status: Consistido
Geossitio de Relevância Internacional
Valor Científico:
335
Valor Educativo:
220 (Relevância Nacional)
Valor Turístico:
215 (Relevância Nacional)
Risco de Degradação:
245 (Risco Médio)
Identificação
Designação
Nome do Sítio: | Sítio Inhaúma, MG: camadas aragoníticas pré-cambrianas |
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Título Representativo: | |
Classificação temática principal: | Paleoambiental |
Classificação temática secundária: | |
Registro SIGEP (Comissão Brasileira de Sítios Geológicos e Paleobiológicos) com o Nº com o Nº: | 88 |
Sítio pertence a um geoparque ou proposta de geoparque: | Não |
Localização
Latitude: | -19.425264359 |
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Longitude: | -44.380840302 |
Datum: | SIRGAS2000 |
Cota: | m |
Estado: | MG |
Município: | Sete Lagoas |
Distrito: | |
Local: | |
Ponto de apoio mais próximo: | Sete Lagoas |
Ponto de referência rodoviária: | Posto Policial na BR-040 |
Acesso: | A pedreira Sambra localiza-se próximo ao povoado de Inhaúma, aproximadamente 50 km a noroeste de Belo Horizonte e 14 km a oeste-noroeste de Sete Lagoas (Figura 2b). Do posto da Polícia Rodoviária Federal, na entrada de Sete Lagoas, segue-se em direção a Brasília na BR-040 por 4,5 km, até a placa indicando Inhaúma. Percorre-se essa estrada asfaltada por 4,4 km em direção oeste até a placa Faz. Riacho do Campo, Braúnas. Segue-se então por mais 2,2 km em estrada não pavimentada, na direção noroeste. A pedreira, desativada por mais de duas décadas, encontra-se em propriedade particular e visitas apenas são possíveis com prévia autorização do proprietário. |
Imagem de identificação
Resumo
Resumo |
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Na borda sul do Cráton do São Francisco, a Formação Sete Lagoas, unidade basal do Grupo Bambuí (Neoproterozoico), inclui um pacote de calcário exibindo a alternância de camadas de microesparito laminado e camadas compostas por cristais aciculares de calcita com até 10 cm de comprimento, recoberto por calcários com estromatólitos. Estudos petrográficos e geoquímicos indicaram que os cristais de calcita resultam da transformação de aragonita cristalizada em ambiente subaquático. Ocorrência de aragonita dessa magnitude, além de indicar paleoambiente específico, é bastante rara no Pré-cambriano. (Hoppe et al. 2002) |
Abstract |
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At the southeastern border of the São Francisco Craton, the basal Sete Lagoas Formation of the Neoproterozoic Bambuí Group includes an alternation of laminated limestone and fibrous limestones composed of a mosaic of sparry calcite crystals up to 10 cm long. This sequence is overlain by stromatolites. Petrographical and geochemical studies point towards a subaquatic formation of aragonite for these crystals, presently transformed into calcite. Aragonite of such magnitude is very rare in the Precambrian and indicates furthermore a specific depositional paleoenvironment. (Hoppe et al. 2002) |
Autores e coautores |
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Andreas Hoppe (Institut für Angewandte Geowissenschaften, Technical University of Darmstadt) Joachim Karfunkel (Instituto de Geociências da UFMG) Carlos Maurício Noce (Instituto de Geociências da UFMG) Análise Quantitativa: José Adilson Dias Cavalcanti (Serviço Geológico do Brasil, CPRM, Sureg-BH) |
Contexto
Geológico
Enquadramento Geológico Geral: |
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Unidade do Tempo Geológico (Eon, Era ou Período): |
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Ambiente Dominante: |
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Tipo de Unidade: | |
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Nome: | |
Outros: | |
Rocha Predominante: | |
Rocha Subordinada: | |
Tipo e dimensões do afloramento, contato, espessura, outras informações descritivas do sítio. : |
Paleontológico
Local de ocorrência |
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Ramos da Paleontologia: |
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Taxons conhecidos: |
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Caracterização Geológica
Rochas Sedimentares
Ambientes Sedimentares: |
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Ambientes: | Antigos |
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Tipos de Ambientes: |
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Descontinuidades Estratigráficas: |
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Rochas Ígneas
Categoria: | Não se aplica - Não se aplica |
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Aspectos Texturais: |
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Estruturas: |
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Rochas Metamórficas
Metamorfismo: |
Facie Metamorfismo: |
Texturas: |
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Estruturas: |
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Deformação das Rochas
Tipo de Deformação: |
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Regime Tectônico: |
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Estruturas Lineares: |
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Estruturas Planas: |
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Feições de Relevo
FR2d - Planícies Marinhas (feixes de cordões arenosos) | |
FR2f - Praias |
Ilustração
Figura 1 – Mapa geológico simplificado de Minas Gerais com a localização da Bacia do Bambuí e da área onde se insere... |
Interesse
Dados
Pelo Conteúdo |
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Interesse associado |
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Pela sua possível utilização |
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Observações
Observações Gerais |
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O Grupo Bambuí constitui uma bacia sedimentar do tipo foreland, de idade neoproterozoica, que recobre uma extensa área do Cráton do São Francisco (Fig. 1). A litoestratigrafia do Grupo Bambuí foi originalmente levantada por Branco & Costa (1961) e logo foi modificada por Dardenne (1978). Posteriormente, diversas colunas estratigráficas apareceram, mas a estrutura principal do grupo continuou sendo a sequência pelito-carbonática formada, da base para o topo, pelas formações: Sete Lagoas, Serra de Santa Helena, Lagoa do Jacaré, Serra da Saudade e Três Marias (Fig. 2a). De acordo com Dardenne (2000) a sequência Bambuí pode ser dividida em três megaciclos sedimentares: i) sedimentos peliticos-carbonáticos da formação Sete Lagoas, que é uma sequência do tipo coarsening upward com calcilutito cinza escuro a negro na base, passando para calcário e dolomito no topo; ii) sedimentos pelíticos-carbonáticos da formação Serra de Santa Helena, essencialmente pelítica, indicando uma subsidência repentina da bacia, seguida pela formação Lagoa do Jacaré, que é composta por calcários cinza-escuro depositados em uma plataforma dominada por tempestades e correntes de maré; iii) sedimentos pelíticos-arenosos da formação Serra da Saudade, que representam camadas pelíticas depositadas em plataforma inclinada de média profundidade que foi periodicamente sujeita a tempestades, e pela formação Três Marias que é composta por arcósios depositados em uma plataforma rasa dominada por correntes de tempestades com fáceis de maré e supramaré, localmente (Fig. 2a). A sedimentação basal dessa unidade é representada por uma sequência pelito-carbonatica (Formação Sete Lagoas) que se sobrepõe aos sedimentos glaciogênicos do Grupo Macaúbas (Karfunkel & Hoppe, 1988). Os calcários da Formação Sete Lagoas foram explotados na pedreira Sambra em Inhaúma, localizada ao norte de Belo Horizonte (Fig. 2b e 3). Os cortes verticais resultantes da extração dos blocos possuem até 5 m de altura, permitindo uma visualização perfeita da exposição. O calcário apresenta alternância de camadas com tonalidades claras e escuras com textura fibrosa, estas últimas formadas por cristais aciculares de calcita agrupados em forma de boquet (Fig. 4). Estudos realizados neste afloramento levaram à conclusão de que os cristais aciculares de calcita resultam da transformação de cristais de aragonita, formados em ambiente subaquático. As camadas aragoníticas, que no caso chegam a atingir 10 cm de espessura, são extremamente raras no Pré-cambriano, onde dolomita e calcita constituem os minerais carbonáticos dominantes. Sua presença é incomum mesmo em sedimentos fanerozoicos (e.g. Peryt et al., 1990; Windley, 1995; Reading, 1996). A raridade dessas camadas, somado às suas dimensões e beleza, justificam a classificação da pedreira de Inhaúma como um geossítio paleoambiental. |
Bibliografia |
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Alkmim, F.F.; Martins-Neto, M.A. 2012. Proterozoic first-order sedimentary sequences of the São Francisco craton, eastern Brazil. Marine and Petroleum Geology, 33: 127-139. Branco, J. J. R.; Costa, M. T. 1961. Roteiro da excursão Belo Horizonte Brasília. Belo Horizonte, Instituto de Pesquisas Radioativas, p. 9-25 (Publ. 15). Cassedanne, J. 1984. Pseudomorphoses de cristaux de gypse dans les marbles à stromatolithes de Sete Lagoas (Minas Gerais, Brésil). Bulletin de la Societé Géologique de France, 7(26): 961-969. CPRM, 2014. Mapa Geológico do Estado de Minas Gerais, Escala 1:1.000.000. Formato Digital. Disponível em: http://www.portalgeologia.com.br/index.php/mapa. Dardenne, M. A. 1978. Síntese sobre a estratigrafia do Grupo Bambuí no Brasil Central. In: SBG, Congresso Brasileiro Geologia, 30, Recife, Anais, 2: 597-610. Grotzinger, J. P. 1986. Cyclicity and paleoenvironmental dynamics, Rocknest platform, nortwest Canada. Bulletin of the Geological Society of America, 97: 1208-1231. Hoppe, A.; Karfunkel, J.; Noce, C.M. 2002. Sítio Inhaúma, MG: Camadas Aragoníticas Pré-cambrianas. SIGEP 88. In: Schobbenhaus et al. (Eds.) 2002, Sítios Geológicos e Paleontológicos do Brasil, Volume 1. SIGEP-DNPM-CPRM, p. 175-180. Karfunkel, J.; Hoppe, A. 1988. Late Proterozoic glaciation in central eastern Brazil: synthesis and model. Paleogeography, Paleoclimatology, Paleoecology, 65: 1-21. Karfunkel, J.; Noce, C. M.; Hoppe, A. 2002. Sítio Serra da Água Fria (MG) e vizinhanças. SIGEP-23. In: Schobbenhaus et al. 2002 (Eds.), Sítios Geológicos e Paleontológicos do Brasil. CPRM-DNPM-SIGEP, Vol. 1, p.175-180. Peryt, T. M.; Hoppe, A.; Bechstädt, T.; Köster, J.; Pierre, C.; Richter, D.K. 1990. Late Proterozoic aragonite cement crusts, Bambuí Group, Minas Gerais, Brazil. Sedimentology, 37: 279-286. Reading, H.G. 1996. Sedimentary Environments: Processes, Facies and Stratigraphy. 3 ed. Oxford, Blackwell Science, 688 p. Schöll, W. U. 1976. Sedimentologia e geoquímica do Grupo Bambuí na parte sudeste da Bacia do São Francisco. In: SBG, Congresso Brasileiro Geologia, 29, Belo Horizonte, Anais, 2: 207-231. Windley, B. F. 1995. The Evolving Continents. 3 ed. London, Wiley, 526 p. |
Imagens Representativas e Dados Gráficos
Figura 4 – a) Calcário da Formação Sete Lagoas na pedreira Sambra, com alternância de camadas claras (microsparitos... |
Conservação
Unidade de Conservação
Nome da UC | Tipo da UC | Unidade de Conservação | Situação da Uc |
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APA do Carste de Lagoa Santa (Estadual) | UC de Uso Sustentável | Área de Proteção Ambiental |
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Proteção Indireta
Relatar: | |
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O afloramento na pedreira Sambra em Inhaúma encontra-se em propriedade particular. O crescimento de líquens tem mascarado partes do afloramento. Seções restritas, mas bem representativas, poderiam ser preservadas com a aplicação de um verniz. |
Uso e Ocupação
Propriedade do Terreno | ||||
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Privado |
Area Rural |
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Area Urbana |
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Fragilidade |
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Elevada |
Dificuldade de Acesso e aproveitamento do solo: |
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Quantificação
Valor Científico (indicativo do valor do conteúdo geocientífico do sítio ou do elemento geológico)
Ítem | Peso | Resposta | Valor |
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A1 - Representatividade | 30 | O local ou elemento de interesse é o melhor exemplo, atualmente conhecido, na área de trabalho, para ilustrar elementos ou processos, relacionados com a área temática em questão (quando aplicável) | 4 |
A2 - Local-tipo | 20 | O local ou elemento de interesse é reconhecido como holostratótipo ou unidade litodêmica nos léxicos estratigráficos do Brasil e da Amazônia Legal ou documentos similares, ou é a fonte de um holótipo, neótipo ou lectótipo registrado em publicações científicas, de acordo com o código (ICZN, ICBN ou ICN) vigente na época da descrição e cadastrado na Base de Dados Paleo da CPRM ou bases similares ou é um sítio de referência da IMA; | 4 |
A3 - Reconhecimento científico | 5 | É um sítio já aprovado pela SIGEP e/ou existem artigos sobre o local de interesse em livro, em revistas científicas internacionais... | 4 |
A4 - Integridade | 15 | O local de interesse não está muito bem preservado, mas os principais elementos geológicos (relacionados com a categoria temática em questão, quando aplicável) ainda estão preservados | 2 |
A5 - Diversidade geológica | 5 | Local de interesse com 1 ou 2 tipos diferentes de aspectos geológicos com relevância científica | 1 |
A6 - Raridade | 15 | O local de interesse é a única ocorrência deste tipo na área de estudo (representando a categoria temática em questão, quando aplicável) | 4 |
A7 - Limitações ao uso | 10 | É possível fazer amostragem ou trabalho de campo depois de ultrapassar as limitações existentes | 2 |
Valor Científico | 335 |
Risco de Degradação (dos valores geológicos retratados no sítio ou no elemento geológico)
Ítem | Peso | Resposta | Valor |
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B1 - Deterioração de elementos geológicos | 35 | Possibilidade de deterioração dos principais elementos geológicos | 3 |
B2 - Proximidade a áreas/atividades com potencial para causar degradação | 20 | Local de interesse situado a mais de 1000 m de área/atividade com potencial para causar degradação | 1 |
B3 - Proteção legal | 20 | Local de interesse situado numa área sem proteção legal, mas com controle de acesso | 3 |
B4 - Acessibilidade | 15 | Local de interesse acessível por veículo em estrada não asfaltada | 2 |
B5 - Densidade populacional | 10 | Local de interesse localizado num município com 250-1000 habitantes por km2 | 3 |
Risco de Degradação | 245 |
Potencial Valor Educativo e Turístico (indicativo de interesse educativo e turístico associado ao valor científico do sítio, sujeito à análise complementar dos setores competentes)
Ítem | P.E | P.T | Resposta | Valor |
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C1 - Vulnerabilidade | 10 | 10 | Possibilidade de deterioração dos principais elementos geológicos por atividade antrópica | 2 |
C2 - Acesso rodoviário | 10 | 10 | Local de interesse acessível por veículo em estrada não asfaltada | 2 |
C3 - Caracterização do acesso ao sítio | 5 | 5 | O acesso por estudantes e turistas é muito difícil devido a limitações existentes (autorizações, barreiras físicas, marés, inundações etc...) | 1 |
C4 - Segurança | 10 | 10 | Local de interesse sem infraestrutura de segurança (vedações, escadas, corrimões, etc.) mas com rede de comunicações móveis e situado a menos de 50 km de serviços de socorro | 2 |
C5 - Logística | 5 | 5 | Existem restaurantes e alojamentos para grupos de 50 pessoas a menos de 15 km do local de interesse | 4 |
C6 - Densidade populacional | 5 | 5 | Local de interesse localizado num município com 250-1000 habitantes por km2 | 3 |
C9 - Singularidade | 5 | 10 | Ocorrência de aspectos únicos e raros no país | 4 |
C10 - Condições de observação | 10 | 5 | A observação de todos os elementos geológicos é feita em boas condições | 4 |
C11 - Potencial didático | 20 | 0 | Ocorrência de elementos geológicos que são ensinados nas escolas de ensino secundário | 2 |
C12 - Diversidade geológica | 10 | 0 | Ocorrem 2 tipos de elementos da geodiversidade | 2 |
C13 - Potencial para divulgação | 0 | 10 | O público necessita de algum conhecimento geológico para entender os elementos geológicos que ocorrem no sítio | 3 |
C14 - Nível econômico | 0 | 5 | Local de interesse localizado num município com IDH superior ao que se verifica no estado | 3 |
C15 - Proximidade a zonas recreativas | 0 | 5 | Local de interesse localizado a menos de 15 km de uma zona recreativa ou com atrações turísticas | 2 |
C7 - Associação com outros valores | 5 | 5 | Não se aplica. | 0 |
C8 - Beleza cênica | 5 | 15 | Não se aplica. | 0 |
Valor Educativo | 220 | |||
Valor Turístico | 215 |
Classificação do sítio
Relevância: | Geossítio de relevância Internacional |
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Valor Científico: | 335 |
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Valor Educativo: | 220 (Relevância Nacional) |
Valor Turístico: | 215 (Relevância Nacional) |
Risco de Degradação: | 245 (Risco Médio) |
Recomendação
Urgência à Proteção global: | Necessário a longo prazo |
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Urgência à Proteção devido a atividades didáticas: | Necessário a longo prazo |
Urgência à Proteção devido a atividades turísticas: | Necessário a longo prazo |
Urgência à Proteção devido a atividades científicas: | Necessário a longo prazo |
Unidade de Conservação Recomendado: | UC de Proteção Integral - |
Justificativa: |
Coordenadas do polígono de proteção existente ou sugerido
Responsável
Nome: | Jose Adilson Dias Cavalcanti |
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Email: | jose.adilson@cprm.gov.br |
Profissão: | Geólogo |
Instituição: | Serviço Geológico do Brasil - SGB-CPRM |
Currículo Lattes: | http://lattes.cnpq.br/5968564202453915 |