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Morro da Pedra Rica, Grão Mogol, MG: Primeira jazida de diamantes minerada em rocha no mundo
Grão Mogol -
MG , Lat.:
-16.549999237 Long.:
-42.883335114
Última alteração: 25/11/2020 09:47:04
Última alteração: 25/11/2020 09:47:04
Status: Consistido
Geossitio de Relevância Nacional
Valor Científico:
235
Valor Educativo:
285 (Relevância Nacional)
Valor Turístico:
235 (Relevância Nacional)
Risco de Degradação:
155 (Risco Baixo)
Identificação
Designação
Nome do Sítio: | Morro da Pedra Rica, Grão Mogol, MG: Primeira jazida de diamantes minerada em rocha no mundo |
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Título Representativo: | |
Classificação temática principal: | História da mineração |
Classificação temática secundária: | |
Registro SIGEP (Comissão Brasileira de Sítios Geológicos e Paleobiológicos) com o Nº com o Nº: | 130 |
Sítio pertence a um geoparque ou proposta de geoparque: | Não |
Localização
Latitude: | -16.549999237 |
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Longitude: | -42.883335114 |
Datum: | SIRGAS2000 |
Cota: | m |
Estado: | MG |
Município: | Grão Mogol |
Distrito: | |
Local: | |
Ponto de apoio mais próximo: | Grão Mogol |
Ponto de referência rodoviária: | Belo Horizonte |
Acesso: | A sede municipal de Grão Mogol situa-se a 550 km de Belo Horizonte, localizado no extremo norte de Minas Gerais (Fig. 1). O acesso a esta cidade a partir da capital mineira se faz inicialmente através da Rodovia BR-040 (Rio-Brasília) até o trevo de São José da Lagoa, depois de Paraopeba, quando se toma a BR-135 passando por Curvelo, Buenópolis e Bocaiúva até alcançar Montes Claros. Daí segue pela BR-251 no sentido de Salinas, de onde após 77 km de rodagem, toma-se trevo a direita que leva à cidade de Grão Mogol. Esse último trecho de acesso, através de estrada encascalhada em condições precárias de tráfego, possui 52 km de extensão. A Pedra Rica localiza-se nas coordenadas 42°53’W - 16°33’S a cerca de 1.700 m (em linha reta) do centro da cidade de Grão Mogol, na direção nordeste. |
Imagem de identificação
Resumo
Resumo |
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A Pedra Rica está situada no município de Grão Mogol, centro norte de Minas Gerais, constitui a primeira localidade a nível mundial onde os diamantes foram encontrados e lavrados pelo desmonte de uma rocha. Esse fato, ocorrido por volta de 1827, é revestido de importância ímpar, pois até então, todos os diamantes eram provenientes de depósitos aluvionares. A Pedra Rica é um nível de metaconglomerado lenticular, com cerca de 2 m de espessura máxima por 10 m de largura, que se encontra na encosta oeste de um morro margeado pelo Córrego dos Bois, a nordeste da cidade. Esse afloramento, bem como, diversos outros na mesma área pertencem à Formação Grão Mogol, porção basal do Supergrupo Espinhaço na região, cuja sedimentação ocorreu em uma bacia do tipo rifte desenvolvida entre ±1,75 – 1,30 Ga. Uma notável discordância erosiva foi verificada entre esses metassedimentos, considerados de origem fluvial, outros metassedimentos com sets gigantes de estratos cruzados da unidade estratigráfica inferior, Formação Resplandecente. Atualmente a mineração na área está bastante restrita, tendo em vista a criação em 1998, do Parque Estadual de Grão Mogol. Além disso, uma campanha de conscientização a nível municipal tem procurado preservar os principais sítios remanescentes da época mineradora e, assim, estimulando a atividade ecoturística. (Chaves et al. 2009) |
Abstract |
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Pedra Rica is located in Grão Mogol, a little town in the northern part of the State of Minas Gerais. It represents the first place in the world where diamonds were found and exploited in a rock. This remarkable event occurred around 1827 and is of historical importance, since until that time diamonds only were mined from gravel in stream beds. Pedra Rica crops out at the northeastern part of the town and represents a 10 m long and about 2 m thick lenticular bed of metaconglomerate, on the western slope of a hill bordered by the Córrego (creek) dos Bois. This metaconglomerate and other ones that occur in the region belong to the Grão Mogol Formation, a basal sedimentary unit of the Espinhaço Supergroup, which was layered down in a rift type basin developed between ca. 1,75 Ga and 1,30 Ga. A remarkable erosive discordance is observed between the conglomeratic unit of probably fluvial origin, cutting large sets of cross stratification of the basal Resplandecente Formation. Diamond mining in the area became very limited after the creation in 1998 of the Grão Mogol State Park. Since then a campaign of awareness do occur in the city, to preserve the geoheritage sites representing the main remainder of the mining epoch and at the same time to stimulate the ecotouristic activity. (Chaves et al. 2009) |
Autores e coautores |
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Mario Luiz de Sá Carneiro Chaves (Instituto de Geociências da UFMG) Leila Benitez (Centro de Ciências Jurídicas e Econômicas da UFES) Kerley Wanderson Andrade ( GEOMIL Serviços de Mineração Ltda.) Avaliação Quantitativa: José Adilson Dias Cavalcanti (Serviço Geológico do Brasil, CPRM, Sureg-BH) |
Contexto
Geológico
Enquadramento Geológico Geral: |
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Unidade do Tempo Geológico (Eon, Era ou Período): |
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Ambiente Dominante: |
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Tipo de Unidade: | |
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Nome: | |
Outros: | |
Rocha Predominante: | |
Rocha Subordinada: | |
Tipo e dimensões do afloramento, contato, espessura, outras informações descritivas do sítio. : |
Paleontológico
Local de ocorrência |
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Ramos da Paleontologia: |
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Taxons conhecidos: |
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Caracterização Geológica
Rochas Sedimentares
Ambientes Sedimentares: |
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Ambientes: |
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Tipos de Ambientes: |
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Descontinuidades Estratigráficas: |
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Rochas Ígneas
Categoria: | Não se aplica - Não se aplica |
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Aspectos Texturais: |
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Estruturas: |
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Rochas Metamórficas
Metamorfismo: |
Facie Metamorfismo: |
Texturas: |
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Estruturas: |
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Deformação das Rochas
Tipo de Deformação: |
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Regime Tectônico: |
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Estruturas Lineares: |
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Estruturas Planas: |
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Feições de Relevo
FR1b - Terraços Fluviais | |
FR5c - Vales encaixados | |
FR11a - Colina | |
FR11b - Morro | |
FR11d - Serra | |
FR13a - Cangas e crostas lateríticas |
Ilustração
Figura 1 - Mapa tectônico simplificado da Serra do Espinhaço, com a localização da área do do Pedra Rica na região... |
Interesse
Dados
Pelo Conteúdo |
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Interesse associado |
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Pela sua possível utilização |
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Observações
Observações Gerais |
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No Brasil, os diamantes foram descobertos na Serra do Espinhaço, nos arredores do então Arraial do Tejuco (atual Diamantina), por volta de 1710. Esses diamantes eram recuperados de depósitos aluvionares, à semelhança dos provenientes da Índia e Bornéo os outros dois locais onde eram explorados no mundo. A expansão da mineração de diamantes ao longo da Serra do Espinhaço no rumo norte, fez com que diversos novos sítios fossem progressivamente descobertos. Na região do Espinhaço onde se localiza Grão Mogol, as primeiras publicações sobre tais achados são devidas ao mineralogista José Bonifácio de Andrada e Silva, ao informar sobre a lavra de diamantes ao longo do Rio Itacambiruçu (Silva, 1792). Os naturalistas Spix & Martius (1828), visitaram a região no início do século XIX e relataram que tais descobertas se deram por volta de 1781, na serra de Santo Antônio (ou do Grão-Mogol), a partir das quais permitiram o surgimento do povoado de Grão Mogol. No início do século XIX, começaram a circular os rumores na região diamantífera da Serra do Espinhaço de que nos arredores de Grão Mogol diamantes estavam sendo recuperados a partir de sua própria “rocha matriz” (Moraes, 1934). Como em Diamantina os conglomerados do “tipo-Sopa” só foram reconhecidos como portadores de diamantes na década de 1850, tais achados são anteriores. As informações científicas consideradas pioneiras foram devidas ao dinamarquês Claussen (1841a; b), embora posteriormente tenham surgido sérias dúvidas sobre se tal autor de fato esteve na região enfocada. Da maior importância para o entendimento da questão é a obra de Helmreichen (1846), que descreveu os diamantes com suas respectivas localizações e processos de mineração utilizados, além dos modos de ocorrência do mineral naquela localidade. Nesse estudo, foram detalhados os depósitos do Córrego dos Bois (além de outros), bem como o conglomerado adjacente a este córrego, conhecido como “Pedra Rica” (Fig.3) e descrito como um “itacolomito de aspecto conglomerático”. Sem dúvidas, esse achado representou o primeiro a nível mundial de diamantes hospedados em rocha. Outras referências históricas referentes à Pedra Rica foram Heusser & Claraz (1859), Derby (1879; 1882) e Gorceix (1884a; b). Entretanto, os mais importantes estudos de detalhe foram efetuados na década de 1930, cujos resultados encontram-se na obra de Moraes (1934). Esse autor levantou os principais depósitos diamantíferos da região de Grão Mogol, trazendo novas informações sobre a geologia da área e da relação desta com a Pedra Rica (Fig.4). Seus relatos históricos também são dignos de nota: “Data de 1827 a mineração do diamante (na rocha) em Grão Mogol. Em 1839, Pedro Claussen visitou a localidade e em 1841 publicou um trabalho na Revista da Academia Real de Bruxellas, em que alludia á ocorrência de diamante na rocha actualmente classificada como conglomerato. Em 1841, Virgil von Helmreichen realizou uma viagem a Grão Mogol, devido á informação de lá ser commum o encontro do diamante encravado na rocha... elle enviou do Rio de Janeiro á Academia de Sciencias de Vienna, uma memória sobre o assumpto de sua viagem, que veio a lume em 1846”. No entanto em relato, pouco conhecido de Helmreichen (1847), questiona-se a autoria do descobrimento de P. Claussen: “Espero que meu trabalho sobre a ocorrência dos diamantes na Serra do Grão-Mogol, que enviei a Viena há algum tempo, já tenha ido para o prelo. Tenho de confessar: muitas vezes fiquei aborrecido porque esse trabalho ficou tanto tempo sem ser publicado, não porque tenha a presunção de que seja muito bom, pois acredito que apresenta muitos erros que me escaparam. Entretanto, fui pelo menos o primeiro – e até agora o único – homem do ramo a estudar a ocorrência dos diamantes em sua matriz no próprio local, e a publicação desse trabalho pelo menos vai poder corrigir as inverdades que o dinamarquês Peter Klausen teve a ousadia de relatar ao mundo com uma autoridade indevida para alguém que nunca pisou nesse local em toda a sua vida. Apesar disso, sua dissertação parece ter tido uma boa aceitação, visto que até Humboldt se baseia nisso na página 278 do seu Kosmos”. Essas informações, se verdadeiras, confirmam a primeira descrição científica da Pedra Rica como a de Virgil von Helmreichen. A Serra do Espinhaço apresenta formas de relevo características e similares, destacando-se certas feições principais moldadas segundo o tipo ou associação de rochas presentes. Ao oeste da serra, as depressões pediplanas caracterizam o domínio das rochas do Embasamento Cristalino. Na zona serrana, os quartzitos, principalmente quando se apresentam com grão fino e alto grau de maturidade (características que são predominantes na área), mostram escarpas com ângulos elevados ou mesmo subverticiais que acompanham uma direção geral norte-sul, concordante com a estruturação regional dos dobramentos e do plano da foliação principal. Elevações abruptas como morros testemunhos em superfícies de aplainamento, resultado da erosão diferencial, são típicas deste setor serrano. King (1956) reconheceu superfícies de aplainamento cíclicas, das quais, na região do Espinhaço, aparecem as superfícies “Pós-Gondwana” e “Sul-Americana”, respectivamente, no Cretáceo Superior e Terciário Médio-Superior (Fig.4c). Nas proximidades de Grão Mogol, a serra apresenta certas peculiaridades decorrentes do seu afinamento por cerca de 3-7 km, em contraste com as larguras de 60-80 km verificadas na região de Diamantina. As partes aplainadas mais altas (1.200-1.300 m) formaram-se em consequência do Ciclo Pós-Gondwana. A superfície em torno de 1.000 m (Sul-Americana) aparece amplamente desenvolvida a leste da serra, sobre rochas do Grupo Macaúbas, mas ocorre também em áreas restritas no Supergrupo Espinhaço, onde chega a formar delgadas cascalheiras cimentadas por lateritas que também foram garimpadas para diamantes. A Pedra Rica e a Mineração de Diamantes No distrito de Grão Mogol, afloram numerosos corpos de metaconglomerado diamantífero, os quais são aqui inseridos na base da Formação Grão Mogol. A Pedra Rica, embora não seja o mais potente ou mesmo “vistoso” desses corpos, ganhou notoriedade por ser a primeira rocha hospedeira de diamantes descrita na literatura científica; a dimensão desse afloramento é de cerca de 2-3 m de espessura, por cerca de 10 m de largura segundo alongamento nortesul. Em geral tais conglomerados possuem em torno de 5 m de espessura, atingindo o máximo de 8 m na área do Córrego das Mortes. Entretanto, as mais interessantes exposições encontram-se na localidade de Papo d’Ema, onde as condições de exposição permitem definir com clareza as relações com a unidade subjacente, Formação Resplandecente (Fig.5a). Não existem dados a respeito de teores em nenhuma das localidades citadas. Além do Conglomerado Grão Mogol, diamantes são ainda lavrados na região em depósitos coluvionares (ou “gorgulhos”) e aluvionares. Registros históricos sobre o volume de diamantes produzidos são escassos. Helmreichen (1846) mencionou valores de produção em torno de 20.000 ct/ano em 1841, o que representava na época cerca de 20% da produção de Minas Gerais, então largamente a maior do país. Esses dados indicam a importância relativa dos depósitos de Grão Mogol durante o século XIX, quando a cidade chegou a contar com mais que 7.000 habitantes (Helmreichen, 1846), ainda acrescida pela excelente qualidade dos diamantes desse distrito (Fig.5b). Chaves et al. (1999) estimaram uma produção regional de 5.000 ct/ano em 1992, em franco declínio, de modo que no biênio 1995-96 tais números caíram para 1.500 ct/ano. Atualmente (2006), segundo informações de garimpeiros experientes da cidade, a produção caiu a níveis mínimos, podendo ser considerada em torno de 100-150 ct/ano. Prevê-se, assim, a rápida extinção da atividade, e a necessidade de novos meios de subsistência para a população mais carente, o que poderia ser alcançado com o incremento do turismo em torno do Parque Estadual de Grão Mogol. |
Bibliografia |
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Chaves, M.L.S.C. 1997. Geologia e mineralogia do diamante da Serra do Espinhaço em Minas Gerais. São Paulo, IGUSP, Tese de Doutoramento, 289p. Chaves, M.L.S.C.; Karfunkel,J.; Addad,J. 1999. Geologia da região diamantífera de Grão Mogol (MG). Geociências, 18:129-155. Chaves, M.L.S.C.; Benitez, L.; Andrade, K.W. 2009. Morro da Pedra Rica, Grão Mogol, MG: primeira jazida de diamantes minerada em rocha no mundo. (SIGEP 130). In: Winge et al. 2009, Sítios Geológicos e Paleontológicos do Brasil, Volume 2. SIGEP-DNPM-CPRM, p.213-221. Claussen,P. 1841a. Gisement des diamants dans le grès rouge ancien. L’Institut, Paris, n.397, p.266. Claussen, P. 1841b. Notes géologiques sur la province de Minas Geraes, au Brésil. Academie Royale de Sciences et Belles Lettres, Bulletin, Bruxeles, v.8, p.322-344. CPRM, 2014. Mapa de Recursos Minerais do Estado de Minas Gerais, Escala 1:1.000.000. Formato Digital. Disponível em: http://www.portalgeologia.com.br/index.php/mapa. Derby, O.A. 1879. Observações sobre algumas rochas diamantíferas de Minas Geraes. Archivos do Museu Nacional, Rio de Janeiro, v.4, p.21-132. Derby, O.A. 1882. Modes of occurrence of the diamond in Brazil. American Journal of Science, 24:34-42. Dossin, I.A.; Dossin,T.M.; Chaves,M.L.S.C. 1990. Compartimentação estratigráfica do Supergrupo Espinhaço em Minas Gerais: os grupos Diamantina e Conselheiro Mata. Revista Brasileira de Geociências, 20:178-186. Garcia, A.J.V.; Uhlein,A. 1987. Sistemas deposicionais do Supergrupo Espinhaço na região de Diamantina (MG). In: Simpósio sobre Sistemas Deposicionais no Pré-Cambriano, Ouro Preto, 1987, Anais... Ouro Preto, SBGMG, p.113-135. Gorceix, H. 1884a. Nouveau mémoire sur lê gisement du diamant à Grão Mogol, Province de Minas Geraes (Brésil). Comptes Rendus des Séances de l’Academie des Sciences, Paris, v.98, p.1010-1011. Gorceix, H. 1884b. Gisement de diamant de Grão-Mogor, province de Minas Geraes, Brésil. Bulletin de la Société Mineralogique de France, Paris, v.12, p.538-545. Harlow, G.E. 1998. The world’s great diamonds. In: G.E. Harlow (ed.) The nature of diamonds. Cambridge, Cambridge University Press, p.105-115. Helmreichen, V.von. 1846. Über das geognostische Vorkommen der Diamanten und ihre Gewinnungs-methoden auf der Serra do Grão Mogor. Wien, Braunmüller & Seidel, 74p. Helmreichen, V.v. 1847. Versammlungs-Berichte. Berichte über die Mittheilungen von Freuden der Naturwissenschaften in Wien, n.10, p.137-151 (trad. E.C. Renger & F.E. Renger, Obras Várias de Virgil von Helmreichen 1805-1852, Belo Horizonte, 2002, Fundação João Pinheiro). Heusser, J.C.; Claraz, G. 1859. Über die wahre Lagerstätte der Diamanten in Brazilien und anderer Edelsteine in der Provinz Minas Geraes, in Brazilien. Zeitschrift der Deutschen Geologischen Gesellschaft, Berlin, v.11, p.448-466. Karfunkel, B.; Karfunkel, J. 1976. Geologia da Serra do Espinhaço no norte de Minas Gerais (Itacambira –Botumirim). In: Congr. Bras. Geol., 29, Ouro Preto, Anais do..., p.169-177. King, L.C. 1956. A geomorfologia do Brasil Oriental. Revista Brasileira de Geografia, 18:147-265. Martins-Neto, M.A. 1993. The sedimentary evolution of a Proterozoic rift basin: the basal Espinhaço Supergroup, Southern Serra d Espinhaço, Minas Gerais, Brazil. Freiburg, Albert-Ludwigs Universität, Tese de Doutoramento, 155p. Moraes, L.J. 1934. Depósitos diamantíferos no norte do Estado de Minas Gerais. Boletim DNPM/SFPM, 3:1-61. Moraes, L.J.; Guimarães, D. (1930) Geologia da região diamantífera do norte de Minas Gerais. Anais da Academia Brasileira de Ciências, 2:153-186. Silva, J.B.A. 1792. Mémoire sur les diamants du Brésil. Annales de Chimie e Physique, Paris, v.1, p.82-88. Spix, J.B.von.; Martius, C.F.P.von. 1828. Reisen in Brazilien in den Jahren 1817 bis 1820 gemacht. München, Zweiter Theil, 3vol. Uhlein, A. 1991. Transição cráton-faixa dobrada: um exemplo do Cráton São Francisco e da Faixa Araçuaí (Ciclo Brasiliano) no Estado de Minas Gerais. São Paulo, IGUSP, Tese de Doutoramento, 295p. Wikipedia. 2006. http://pt.Wikipedia.org (Acesso em 22/11/ 2006). |
Imagens Representativas e Dados Gráficos
Conservação
Unidade de Conservação
Nome da UC | Tipo da UC | Unidade de Conservação | Situação da Uc |
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Parque Estadual de Grão Mogol (Estadual) | UC de Proteção Integral | Parque |
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Proteção Indireta
Reserva de Biosfera: | Reserva da Biosfera da Serra do Espinhaço |
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Relatar: | |
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O sítio Pedra Rica encontra-se na atualidade convenientemente protegido, tendo em vista que se situa em área do Parque Estadual de Grão Mogol. Este parque foi criado em 22 de setembro de 1998, visando preservar recursos hídricos, flora e fauna locais, e se situa integralmente no domínio serrano do município de Grão Mogol. O Rio Itacambiruçú baliza ao sul o parque, e este também é revestido de invulgar beleza cênica (Fig.10). Mais que isso, entretanto, é o fato de que, nos últimos 10anos tem tomado força a nível local uma conscientização ambiental no sentido de proteção da serra em seus recursos naturais como um todo, incluindo assim também seus patrimônios de ordem geológica, onde se insere a própria Pedra Rica, que foi tombada a nível municipal em 2000 (Fig.11). Entretanto, são pouquíssimas as pessoas no município que têm o conhecimento da Pedra Rica como a primeira rocha diamantífera do mundo ou mesmo sua localização exata. Neste sentido, então, sugere-se que palestras periódicas sejam proferidas por pesquisadores de geociências entre o professorado dos ensinos fundamental e médio de Grão Mogol, incluindo-se visitas in loco ao sítio, para que tal fato seja relatado e reconhecido pelos seus habitantes, valorizando a história da mineração e a importância geológica da Serra do Espinhaço nessa região. Essas atividades, em consórcio com a atividade ecoturística que deveria ser estimulada com a criação do Parque, poderiam assegurar alternativas de sustentação da economia municipal, afetada com o declínio da atividade garimpeira. |
Uso e Ocupação
Propriedade do Terreno | ||||
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Público / |
Area Rural |
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Area Urbana |
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Fragilidade |
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Baixa |
Dificuldade de Acesso e aproveitamento do solo: |
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O último trecho de acesso é realizado através de estrada encascalhada em condições precárias de tráfego, possui 52 km de extensão. A Pedra Rica localiza-se nas coordenadas 42°53’W - 16°33’S a cerca de 1.700 m (em linha reta) do centro da cidade de Grão Mogol, na direção nordeste. |
Quantificação
Valor Científico (indicativo do valor do conteúdo geocientífico do sítio ou do elemento geológico)
Ítem | Peso | Resposta | Valor |
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A1 - Representatividade | 30 | O local ou elemento de interesse é um bom exemplo para ilustrar elementos ou processos, relacionados com a área temática em questão (quando aplicável) | 2 |
A2 - Local-tipo | 20 | O local ou elemento de interesse é reconhecido, na área de trabalho, como local-tipo secundário, sendo a fonte de um parastratótipo, unidade litodêmica ou de um parátipo | 2 |
A3 - Reconhecimento científico | 5 | Existem artigos sobre o local de interesse em revistas científicas nacionais, diretamente relacionados com a categoria temática em questão (quando aplicável) | 2 |
A4 - Integridade | 15 | Os principais elementos geológicos (relacionados com a categoria temática em questão, quando aplicável) estão muito bem preservados | 4 |
A5 - Diversidade geológica | 5 | Local de interesse com 3 ou 4 tipos diferentes de aspectos geológicos com relevância científica | 2 |
A6 - Raridade | 15 | Existem, na área de estudo, 4-5 exemplos de locais semelhantes (representando a categoria temática em questão, quando aplicável) | 1 |
A7 - Limitações ao uso | 10 | Não existem limitações (necessidade de autorização, barreiras físicas, etc.) para realizar amostragem ou trabalho de campo | 4 |
Valor Científico | 235 |
Risco de Degradação (dos valores geológicos retratados no sítio ou no elemento geológico)
Ítem | Peso | Resposta | Valor |
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B1 - Deterioração de elementos geológicos | 35 | Existem reduzidas possibilidades de deterioração dos elementos geológicos secundários | 1 |
B2 - Proximidade a áreas/atividades com potencial para causar degradação | 20 | Local de interesse situado a menos de 1000 m de área/atividade com potencial para causar degradação | 2 |
B3 - Proteção legal | 20 | Local de interesse situado numa área com proteção legal, mas sem controle de acesso | 2 |
B4 - Acessibilidade | 15 | Local de interesse acessível por veículo em estrada não asfaltada | 2 |
B5 - Densidade populacional | 10 | Local de interesse localizado num município com menos de 100 habitantes por km2 | 1 |
Risco de Degradação | 155 |
Potencial Valor Educativo e Turístico (indicativo de interesse educativo e turístico associado ao valor científico do sítio, sujeito à análise complementar dos setores competentes)
Ítem | P.E | P.T | Resposta | Valor |
---|---|---|---|---|
C1 - Vulnerabilidade | 10 | 10 | Possibilidade de deterioração de elementos geológicos secundários por atividade antrópica | 3 |
C2 - Acesso rodoviário | 10 | 10 | Local de interesse acessível por veículo em estrada não asfaltada | 2 |
C3 - Caracterização do acesso ao sítio | 5 | 5 | O local de interesse é acessado sem limitações por estudantes e turistas | 4 |
C4 - Segurança | 10 | 10 | Local de interesse sem infraestrutura de segurança (vedações, escadas, corrimões, etc.) mas com rede de comunicações móveis e situado a menos de 50 km de serviços de socorro | 2 |
C5 - Logística | 5 | 5 | Existem restaurantes e alojamentos para grupos de 50 pessoas a menos de 15 km do local de interesse | 4 |
C6 - Densidade populacional | 5 | 5 | Local de interesse localizado num município com menos de 100 habitantes por km2 | 1 |
C7 - Associação com outros valores | 5 | 5 | Existe um valor ecológico ou um cultural a menos de 20 km do local de interesse | 1 |
C8 - Beleza cênica | 5 | 15 | Local de interesse ocasionalmente usado em campanhas turísticas locais, mostrando aspectos geológicos | 1 |
C9 - Singularidade | 5 | 10 | Ocorrência de aspectos únicos e raros na região | 2 |
C10 - Condições de observação | 10 | 5 | A observação de todos os elementos geológicos é feita em boas condições | 4 |
C11 - Potencial didático | 20 | 0 | Ocorrência de elementos geológicos que são ensinados em todos os níveis de ensino | 4 |
C12 - Diversidade geológica | 10 | 0 | Ocorrem 3 ou 4 tipos de elementos da geodiversidade | 3 |
C13 - Potencial para divulgação | 0 | 10 | Ocorrência de elementos geológicos que são evidentes e perceptíveis para todos os tipos de público | 4 |
C14 - Nível econômico | 0 | 5 | Local de interesse localizado num município com IDH inferior ao se verifica no estado | 1 |
C15 - Proximidade a zonas recreativas | 0 | 5 | Local de interesse localizado a menos de 10 km de uma zona recreativa ou com atrações turísticas | 3 |
Valor Educativo | 285 | |||
Valor Turístico | 235 |
Classificação do sítio
Relevância: | Geossítio de relevância Nacional |
---|
Valor Científico: | 235 |
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Valor Educativo: | 285 (Relevância Nacional) |
Valor Turístico: | 235 (Relevância Nacional) |
Risco de Degradação: | 155 (Risco Baixo) |
Recomendação
Urgência à Proteção global: | Necessário a longo prazo |
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Urgência à Proteção devido a atividades didáticas: | Necessário a longo prazo |
Urgência à Proteção devido a atividades turísticas: | Necessário a longo prazo |
Urgência à Proteção devido a atividades científicas: | Necessário a longo prazo |
Unidade de Conservação Recomendado: | UC de Proteção Integral - |
Justificativa: |
Coordenadas do polígono de proteção existente ou sugerido
Responsável
Nome: | Jose Adilson Dias Cavalcanti |
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Email: | jose.adilson@cprm.gov.br |
Profissão: | Geólogo |
Instituição: | Serviço Geológico do Brasil - SGB-CPRM |
Currículo Lattes: | http://lattes.cnpq.br/5968564202453915 |