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Pico do Itambé, Serra do Espinhaço, MG: imponente relevo residual na superfície de erosão gondwana
Serro -
MG , Lat.:
-18.399723053 Long.:
-43.348331451
Última alteração: 25/11/2020 09:44:56
Última alteração: 25/11/2020 09:44:56
Status: Consistido
Geossitio de Relevância Nacional
Valor Científico:
210
Valor Educativo:
230 (Relevância Nacional)
Valor Turístico:
140 (Relevância Regional/Local)
Risco de Degradação:
115 (Risco Baixo)
Identificação
Designação
Nome do Sítio: | Pico do Itambé, Serra do Espinhaço, MG: imponente relevo residual na superfície de erosão gondwana |
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Título Representativo: | |
Classificação temática principal: | Geomorfologia |
Classificação temática secundária: | |
Registro SIGEP (Comissão Brasileira de Sítios Geológicos e Paleobiológicos) com o Nº com o Nº: | 57 |
Sítio pertence a um geoparque ou proposta de geoparque: | Não |
Localização
Latitude: | -18.399723053 |
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Longitude: | -43.348331451 |
Datum: | SIRGAS2000 |
Cota: | 2060 metros m |
Estado: | MG |
Município: | Serro |
Distrito: | |
Local: | |
Ponto de apoio mais próximo: | Diamantina |
Ponto de referência rodoviária: | Diamantina |
Acesso: | A região do pico é ainda pouco conhecida em termos geológicos. Provavelmente isto se deve ao seu difícil acesso, pois, apesar de estar situado a 32 km em linha reta, a sudeste de Diamantina, é necessário realizar um contorno por, cerca de, 135 km para acessar a área, através de um longo trecho passando por Datas (33 km), Serro (55 km), Santo Antônio do Itambé (25 km), e daí até se alcançar a base do morro (20 km). Os dois últimos percursos são feitos por estradas não pavimentadas, com condições precárias de uso especialmente na estação chuvosa (outubro-março). Partindo de Belo Horizonte, Santo Antônio do Itambé dista cerca de 330 km. A subida ao pico, na atualidade, é feita através de uma trilha em bom estado de conservação, incluindo pequenas pontes artesanais, trilha esta que parte de um pequeno sítio a cerca de 9 km ao norte de Santo Antônio do Itambé. As coordenadas geográficas do pico são: 18°23'59"S, 43°20'54"W. |
Imagem de identificação
Resumo
Resumo |
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O Pico do Itambé, com 2.060m de altitude, situa-se na Serra do Espinhaço, ao norte de Serro (MG), constituindo um imponente relevo residual do aplainamento Gondwana, do Cretáceo Inferior, registrado regionalmente ao longo dessa Serra. A região apresenta rochas pré-cambrianas do Complexo Basal, do Grupo Serra da Serpentina e do Supergrupo Espinhaço. As rochas desta última sequência, de idade paleo a mesoproterozoica, sustentam a serra na área do pico, onde se reconhecem principalmente metaconglomerados e quartzitos das formações Sopa-Brumadinho e Galho do Miguel. Os depósitos coluvionares diamantíferos situados nas imediações dos conglomerados já foram garimpados. O pico possui importância histórica, pois durante a mineração de diamantes da região de Diamantina sempre foi considerado um guia natural para os viajantes e mineradores, tal sua imponência na paisagem e interessante morfologia. A cobertura vegetal nativa é constituída por campos de altitude e cerrados. Nos fundos dos vales ocorrem solos de maior fertilidade, onde se desenvolvem exuberantes matas ciliares pluviais. A região encontra-se ambientalmente protegida desde a criação do Parque Estadual do Pico do Itambé (1998), envolvendo os municípios de Serro, Santo Antônio do Itambé e Serra Azul de Minas, com forte apoio das comunidades circunvizinhas. (Chaves et al. 2013) |
Abstract |
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The 2,060 m high Itambé Peak, located in the Espinhaço Range, north of the of Serro town (State of Minas Gerais), represents an impressive residual relief of the early cretaceous Gondwana erosion surface, regionally recorded along this range. The region shows precambrian rocks of the Basement Complex, Serra da Serpentina Group and Espinhaço Supergroup. Rocks of this last sequence, of paleo to mesoproterozoic age, occur in the peak area, where mainly metaconglomerates and quartzites of the Sopa-Brumadinho and Galho do Miguel formations are recognized. Colluvial deposits located in the vicinity of diamondiferous conglomerates have already been mined. The peak has historical importance because it has always been considered something of a natural guide for travelers and miners of the diamond mining region of Diamantina, such magnificence in their landscape and interesting morphology. The native vegetation cover consists of altitude grass fields and “cerrados”; in the valleys there are fertile soils where exuberant rain forests occur. The region is environmentally protected since the creation of the Pico do Itambé State Park (1998), embracing the municipalities of Serro, Santo Antônio do Itambé and Serra Azul de Minas, which proposition has been strongly supported by the surrounding communities. (Chaves et al. 2013) |
Autores e coautores |
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Mario Luiz de Sá Carneiro Chaves (Instituto de Geociências da UFMG) Kerley Wanderson Andrade (GEOMIL - Serviços de Mineração Ltda.) Leila Benitez (Departamento de Gemologia da UFES) Avaliação Quantitativa: José Adilson Dias Cavalcanti (Serviço Geológico do Brasil, Sureg-BH) |
Contexto
Geológico
Enquadramento Geológico Geral: |
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Unidade do Tempo Geológico (Eon, Era ou Período): |
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Ambiente Dominante: |
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Tipo de Unidade: | |
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Nome: | |
Outros: | |
Rocha Predominante: | |
Rocha Subordinada: | |
Tipo e dimensões do afloramento, contato, espessura, outras informações descritivas do sítio. : |
Paleontológico
Local de ocorrência |
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Ramos da Paleontologia: |
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Taxons conhecidos: |
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Caracterização Geológica
Rochas Sedimentares
Ambientes Sedimentares: |
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Ambientes: | Antigos |
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Tipos de Ambientes: |
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Descontinuidades Estratigráficas: |
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Rochas Ígneas
Categoria: | Não se aplica - Não se aplica |
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Aspectos Texturais: |
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Estruturas: |
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Rochas Metamórficas
Metamorfismo: |
Facie Metamorfismo: |
Texturas: |
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Estruturas: |
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Deformação das Rochas
Tipo de Deformação: |
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Regime Tectônico: |
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Estruturas Lineares: |
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Estruturas Planas: |
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Feições de Relevo
FR1d - Leques Aluviais | |
FR6a - Superfícies de aplainamento | |
FR7c - Escarpas | |
FR7c2 - Escarpas estruturais | |
FR8d - Vales estruturais | |
FR11b - Morro | |
FR11d - Serra | |
FR11f - Crista | |
FR11g - Pico ou Cume |
Ilustração
Interesse
Dados
Pelo Conteúdo |
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Interesse associado |
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Pela sua possível utilização |
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Observações
Observações Gerais |
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O Pico do Itambé é o ponto culminante da Serra do Espinhaço. A altitude do pico segundo o mapa topográfico do IBGE (1977) é de 2.002 m, e segundo King (1956) é de 2.038 m. Essa altitude foi corrigida recentemente para 2.060 m, com medições realizadas por GPS (Chaves et al., 2007). Na região centro-norte de Minas Gerais são reconhecidas diversas superfícies de aplainamento, desenvolvidas a partir do Cretáceo Inferior (King, 1956). A superfície mais antiga foi denominada por esse autor como “Gondwana”, onde se reconhecem serrotes quartzíticos alongados e isolados, os quais são balizados por um horizonte máximo de altitude por volta de 1.800 m (Fig. 6). Entretanto, King (1956) observou que a altitude da área do Pico do Itambé era bastante superior a essa, e destacou: “É possível que a região tenha sido atingida por pequenas falhas. Este fato viria explicar a excessiva altitude do pico do Itambé (2.038 m) que nos pareceu muito alta, mesmo para um remanescente do ciclo Gondwana” (pág. 237). A Serra do Espinhaço, nas proximidades de Diamantina, tem seu topo mais ou menos nivelado por outra superfície de aplainamento mais jovem com altitudes entre 1.250-1.300 m (Fig. 6). Ela constitui o divisor geral de águas da serra sobre um platô ondulado, derivado do ciclo designado de “Pós-Gondwana” por King (1956). Esse ciclo, desenvolvido no Cretáceo Superior, tem seu topo mais ou menos nivelado por uma superfície de aplainamento que aparece entre 1.250-1.300 m. Os rios que drenam para leste escavaram profundas gargantas na região montanhosa, em cujos vales ocorrem inúmeros depósitos de cascalhos diamantíferos. No entanto, a principal unidade geomorfológica a nível regional, também individualizada por King (1956), e depois detalhada por Abreu (1982) e Saadi (1991,1995), é a superfície de aplainamento “Sul-Americana”, desenvolvida durante o Terciário Médio-Superior em cotas por volta de 1.000m. Essa superfície ocorre de maneira característica a leste do Espinhaço, onde forma longas cristas de topos aplainados pela ação erosiva (as “chapadas”), paralelas a serra, as quais podem ser observadas com uma crescente elevação de leste para oeste (Fig. 7). As outras superfícies reconhecidas, mais jovens, designadas de “Velhas” (500-700 m) e “Paraguaçu” (<300 m), são de importância restrita na região enfocada. Segundo o mapa do Instituto de Geociências Aplicada (IGA, 1977) que abrange a região na escala 1:500.000, observa-se que o alinhamento estrutural no qual se encontra o Pico do Itambé apresenta superfícies aplainadas, com cristas e picos esparsos e vales encaixados, o que foi também observado com a fotointerpretação local. Os “Montes, Patamares e Escarpas do Espinhaço” são considerados testemunhos escalonados de superfícies de aplainamento que truncam estruturas dobradas e falhadas, corroborando com King (1956). Na faixa situada a leste do pico ocorre uma forte ruptura de declive que corresponde ao contato dos metassedimentos do Supergrupo Espinhaço com rochas do embasamento, onde situa-se a cidade de Santo Antonio do Itambé (Fig. 8). Esta última região já abrange a unidade “Planaltos Dissecados do Leste de Minas” (IGA, 1977), caracteriza-se por formas de relevo evoluídas predominantemente por processos de erosão diferencial e esfoliação esferoidal sobre rochas xistosas ou granito-gnáissicas do embasamento arqueano. A Serra do Espinhaço conformou-se inicialmente pela inversão de sua bacia sedimentar, ocorrida ao final do Neoproterozóico (0,65-0,5 Ga) durante a Orogênese Brasiliana (eg., Uhlein et al., 1986; Chaves et al., 1990; Schobbenhaus, 1993). A deformação superimposta foi progressivamente mais intensa em direção a leste, de modo que neste setor da serra as rochas encontram-se fatiadas estruturalmente em segmentos dados por múltiplas falhas inversas ou de empurrão. A questão da existência do Pico do Itambé em tal domínio leva de início à seguinte discussão: seria um relevo residual anterior às superfícies de aplainamento supra relacionadas, ou consequência de movimentações tectônicas posteriores ao desenvolvimento da Superfície Gondwana do Cretáceo Inferior? Embora outros estudos específicos sejam ainda necessários, não se observou nos trabalhos de mapeamento, nem no exame de fotografias aéreas dos arredores da zona do pico, grandes falhamentos normais que pudessem soerguer tão fortemente o espigão serrano. Falhas normais com tamanha expressão, de rejeitos próximos a 300 m e pós-cretácicas, deveriam estar associadas a alguma fase tectônica distensiva importante, inclusive com sedimentação associada, ambas desconhecidas na borda leste do Espinhaço. De tal maneira, considera-se mais provável que tal elevação constitua um possível resíduo da Superfície Gondwana, porém em desconformidade com a altitude geral dessa superfície devido a processos lentos de natureza epirogênica, que soergueram a área mais fortemente que o geral da Serra do Espinhaço a partir do Mesozóico. Tais processos devem se associar à separação continental da América do Sul com a África, e provavelmente se deram com maior intensidade naquela zona, mais afetada originalmente pela tectônica pré-cambriana. Conforme Saadi (1991), sabe-se que o conjunto orográfico da Mantiqueira perdeu grande parte de suas áreas de cumeadas após a abertura do Oceano Atlântico, devido a soerguimentos contínuos, o que é comprovado nos topos dos maciços de Itatiaia e Passa Quatro. O Pico do Itambé (2.060 m de altitude), ponto culminante da Serra do Espinhaço, é uma das maiores elevações do Estado de Minas Gerais. A serra na região de Diamantina tem o seu topo nivelado principalmente entre as cotas 1.250 - 1.300 m, definindo a superfície de aplainamento Pós-Gondwana, desenvolvida no Cretáceo Superior. Acima desta superfície, se reconhece os resquícios de outra mais antiga, do Cretáceo Inferior, designada de Gondwana, cujo topo é balizado aproximadamente pela cota 1.800 m. A zona do pico encontra-se a cerca de 200 m acima desse nível, e sua origem tem sido alvo de discussões. As sequências que compõem o Supergrupo Espinhaço, principal unidade litoestratigráfica que sustenta o espigão serrano, foram dobradas durante o ciclo orogênico Brasiliano (0,65-0,5 Ga) e a deformação decorrente foi mais intensa no setor leste da serra, onde se situa o pico. Embora em posição mais alta do que as em geral encontradas nos remanescentes da Superfície Gondwana, a área enfocada provavelmente constitui parte dessa superfície. Sua diferença de altitude pode ser creditada a soerguimentos pós-cretáceos, de natureza epirogenética, que elevaram tal domínio reaproveitando estruturas brasilianas, para alçar novos relevos que foram, também, parcialmente erodidos até os dias atuais. |
Bibliografia |
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Abreu,A.A. 1982. Análise geomorfológica: reflexão e aplicação (Uma contribuição ao conhecimento das formas de relevo do Planalto de Diamantina-MG). São Paulo, IG-USP, Tese de Livre Docência, 296p. Chaves,M.L.S.C.; Benitez,L.; Andrade,K.W. 2007. Geologia da Serra do Espinhaço na região do Pico do Itambé (Serro, MG). In: Simpósio de Geologia de Minas Gerais, 14, Diamantina. Anais do..., p.35. Chaves, M.L.S.C.; Andrade, K.W.; Benitez, L. 2013. Pico do Itambé, Serra do Espinhaço, MG - Imponente relevo residual na superfície de erosão Gondwana (SIGEP 057). In: Winge et al. 2013, Sítios Geológicos e Paleontológicos do Brasil, Volume 3. SIGEP-DNPM-CPRM, p.57-68. Dossin,I.A.; Dossin,T.M.; Chaves,M.L.S.C. 1990. Compartimentação litoestratigráfica do Supergrupo Espinhaço em Minas Gerais: os grupos Diamantina e Conselheiro Mata. Revista Brasileira de Geociências, 20:178-186. Gorlt,G. 1970. Fazieswechel und Metamorphose in der westlichen Serra Negra (Espinhaço-Zone, Minas Gerais, Brasilien). Heidelberg, Tese de Doutoramento, Universität Heidelberg, 39p. (em alemão). Gorlt,G. 1972. Fazieswechsel und Metamorphose in der westlichen Serra Negra (Espinhaço-Zone, Minas Gerais, Brasilien). Geol. Rundschau, 61:166-201. IBGE. 1977. Carta do Brasil – Escala 1:100.000 Rio Vermelho. Rio de Janeiro, IBGE – Diretoria de Geodésia e Cartografia, 1 folha. Instituto de Geociências Aplicada-IGA. 1977. Projeto Radar – Minas Gerais, Folha Belo Horizonte – Mapa Geomorfológico 1:500.000. Belo Horizonte, Secretaria de Estado de Ciência e Tecnologia, Instituto de Geo-Ciências Aplicadas, 1 mapa. King,L.C. 1956. A geomorfologia do Brasil Oriental. Revista Brasileira de Geografia, 18:147-265. Pflug,R. 1968. Observações sobre a estratigrafia da Série Minas na região de Diamantina, MG. Notas Preliminares e Estudos DNPM/DGM, 119:1-20. Saadi,A. 1991. Ensaio sobre a morfotectônica de Minas Gerais. Belo Horizonte, IGC/UFMG, Tese para Admissão em Professor Titular, 300p. Saadi,A. 1995. A geomorfologia da Serra do Espinhaço em Minas Gerais e de suas margens. Geonomos, 3:41-63. Schobbenhaus,C. 1993. O Proterozóico Médio no Brasil com ênfase à região centro leste: uma revisão. Freiburg, Univeridade de Freiburg, Tese de Doutoramento, 166p. Schöll,W.U.; Fogaça,A.C.C. 1979. Estratigrafia da Serra do Espinhaço na região de Diamantina (MG). In: Simpósio de Geologia de Minas Gerais, 1, Diamantina, Atas do..., p.55-73. Spix,J.B.v.; Martius,C.F.P.v. 1828. Reisen in Brazilien in dem Jahren 1817 bis 1820 gemacht. München: Gedruckt bei I.J.Lentner (Trad. de Lúcia F. Lahmeyer, Ed. Itatiaia/EDUSP, Belo Horizonte, 1981, 747p.). Tupinambá,M.; Baars,F.J.; Uhlein,A.; Grossi-Sad,J.H.; Knauer,L.G. 1996. Mapa Geológico da Folha Rio Vermelho, Minas Gerais, Brasil. Belo Horizonte, Projeto Espinhaço, Convênio COMIG/UFMG, 1 mapa. Tupinambá,M.; Grossi-Sad,J.H. 1997. Geologia da Folha Rio Vermelho, Minas Gerais. Belo Horizonte, Projeto Espinhaço em CD-ROM, Convênio COMIG/UFMG, Relat. Final, Cap. 17, p.1667-1806. Uhlein,A. 1982. Geologia e mineralizações de cromita e itabiritos da região de Serro (MG). Brasília, IGC-UnB, Tese de Mestrado, 189p. Uhlein,A.; Chaves,M.L.S.C. 1989. Geologia da borda nordeste da Serra do Espinhaço Meridional (região de Mendanha a São Gonçalo do Rio Preto, MG). In: Simpósio de Geologia de Minas Gerais, 5, Belo Horizonte. Boletim de Resumos Expandidos..., p.175-179. Uhlein,A.; Dossin,I.A.; Chaves,M.L.S.C. 1986. Contribuição à geologia estrutural e tectônica das rochas arqueanas e proterozóicas da Serra do Espinhaço Meridional-MG. In: Congresso Brasileiro de Geologia, 34, Goiânia. Anais..., v.3, p.1191-1201. Wikipedia. 2008. http://pt.Wikipedia.org/wiki/Relevobrasileiro (Acesso em 15/12/2008). |
Imagens Representativas e Dados Gráficos
Conservação
Unidade de Conservação
Nome da UC | Tipo da UC | Unidade de Conservação | Situação da Uc |
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Parque Estadual do Pico do Itambé (Estadual) | UC de Proteção Integral | Parque |
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APA Águas das Vertentes (Privado) | UC de Uso Sustentável | Área de Proteção Ambiental |
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Proteção Indireta
Reserva de Biosfera: | Reservas da Biosfera da Serra do Espinhaço e da Mata Atlântica, r |
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Relatar: | |
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A região do Pico do Itambé encontra-se protegida desde a implantação do Parque Estadual do Pico do Itambé, criado em 21/01/1998 com forte apoio das comunidades circunvizinhas. O parque envolve parte dos municípios de Serro (930 ha), Santo Antônio do Itambé (2.926 ha) e Serra Azul de Minas (840 ha). Ele é gerido pelo Instituto Estadual de Florestas (IEF-MG), órgão que tem por finalidades executar a política florestal do Estado e promover a preservação e a conservação da fauna e O conhecimento das questões de preservação ambiental na região apresenta-se também como fator preponderante para sua proteção. Os funcionários que cuidam da manutenção do parque são todos das comunidades de entorno, e dentre esses figuram ex-garimpeiros que mudaram suas atividades em prol da conservação local. As poucas casas ainda restantes encontram-se perfeitamente inseridas no contexto da paisagem (Fig. 13). Tendo em vista este elevado grau de conscientização local, torna-se possível o desenvolvimento de medidas que viabilizem a exploração do ecoturismo, dando ênfase também aos aspectos geológicos e geomorfológicos que representam um fator de vital importância para a formação da exuberante paisagem da região. A beleza paisagística da região, onde o pico se destaca imponente, inclui ainda outros montes e numerosas cachoeiras, além de muitas nascentes de drenagens das bacias dos rios Jequitinhonha e Doce, atributos que justificaram a criação, para tal área, do Parque Estadual do Pico do Itambé em 1998. Ressalta-se também o aspecto histórico-cultural do sítio pelo fato dele ter sido minuciosamente descrito por dois famosos viajantes europeus do século XIX, os naturalistas alemães Johann Baptiste von Spix e Carl Friendrich Phillip von Martius, que em 1828 empreenderam sua escalada completa. Desde meados do século XVIII, as áreas circunvizinhas a Serro/Santo Antonio do Itambé constituíram um centro de mineração de ouro e diamantes, embora de menor porte e importância quando comparadas à da região de Diamantina, a oeste. Nas proximidades do Pico do Itambé, além da referência de Spix & Martius (1828), existem registros de lavras mais recentes, embora abandonadas a mais que 50 anos. Entretanto, na atualidade não há indícios de atividades de garimpagem ou mineração (mesmo clandestina) no local, e com a criação do Parque Estadual do Pico do Itambé tais atividades encontram-se inteiramente controladas |
Uso e Ocupação
Propriedade do Terreno | ||||
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Público / Estadual |
Area Rural |
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Area Urbana |
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Fragilidade |
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Baixa |
Dificuldade de Acesso e aproveitamento do solo: |
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A subida ao pico, na atualidade, é feita através de uma trilha em bom estado de conservação, incluindo pequenas pontes artesanais, trilha esta que parte de um pequeno sítio a cerca de 9 km ao norte de Santo Antônio do Itambé. |
Quantificação
Valor Científico (indicativo do valor do conteúdo geocientífico do sítio ou do elemento geológico)
Ítem | Peso | Resposta | Valor |
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A1 - Representatividade | 30 | O local ou elemento de interesse é um bom exemplo para ilustrar elementos ou processos, relacionados com a área temática em questão (quando aplicável) | 2 |
A2 - Local-tipo | 20 | O local ou elemento de interesse é reconhecido, na área de trabalho, como um dos locais-tipo secundário, sendo a fonte de um ou mais parastratótipo, unidades litodêmicas, parátipo ou sintipo | 1 |
A3 - Reconhecimento científico | 5 | Existem artigos sobre o local de interesse em revistas científicas nacionais, diretamente relacionados com a categoria temática em questão (quando aplicável) | 2 |
A4 - Integridade | 15 | Os principais elementos geológicos (relacionados com a categoria temática em questão, quando aplicável) estão muito bem preservados | 4 |
A5 - Diversidade geológica | 5 | Local de interesse com 3 ou 4 tipos diferentes de aspectos geológicos com relevância científica | 2 |
A6 - Raridade | 15 | Existem, na área de estudo, 2-3 exemplos de locais semelhantes (representando a categoria temática em questão, quando aplicável) | 2 |
A7 - Limitações ao uso | 10 | É possível fazer amostragem ou trabalho de campo depois de ultrapassar as limitações existentes | 2 |
Valor Científico | 210 |
Risco de Degradação (dos valores geológicos retratados no sítio ou no elemento geológico)
Ítem | Peso | Resposta | Valor |
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B1 - Deterioração de elementos geológicos | 35 | Existem reduzidas possibilidades de deterioração dos elementos geológicos secundários | 1 |
B3 - Proteção legal | 20 | Local de interesse situado numa área com proteção legal, mas sem controle de acesso | 2 |
B4 - Acessibilidade | 15 | Local de interesse acessível por veículo em estrada não asfaltada | 2 |
B5 - Densidade populacional | 10 | Local de interesse localizado num município com menos de 100 habitantes por km2 | 1 |
B2 - Proximidade a áreas/atividades com potencial para causar degradação | 20 | Não se aplica. | 0 |
Risco de Degradação | 115 |
Potencial Valor Educativo e Turístico (indicativo de interesse educativo e turístico associado ao valor científico do sítio, sujeito à análise complementar dos setores competentes)
Ítem | P.E | P.T | Resposta | Valor |
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C1 - Vulnerabilidade | 10 | 10 | Os elementos geológicos do local de interesse não apresentam possibilidade de deterioração por atividades antrópicas | 4 |
C3 - Caracterização do acesso ao sítio | 5 | 5 | O local de interesse é acessado por estudantes e turistas, mas apenas ocasionalmente | 3 |
C5 - Logística | 5 | 5 | Existem restaurantes e alojamentos para grupos de 50 pessoas a menos de 50 km do local de interesse | 3 |
C6 - Densidade populacional | 5 | 5 | Local de interesse localizado num município com menos de 100 habitantes por km2 | 1 |
C9 - Singularidade | 5 | 10 | Ocorrência de aspectos comum nas várias regiões do país | 1 |
C10 - Condições de observação | 10 | 5 | A observação de todos os elementos geológicos é feita em boas condições | 4 |
C11 - Potencial didático | 20 | 0 | Ocorrência de elementos geológicos que são ensinados em todos os níveis de ensino | 4 |
C12 - Diversidade geológica | 10 | 0 | Ocorrem 3 ou 4 tipos de elementos da geodiversidade | 3 |
C13 - Potencial para divulgação | 0 | 10 | O público necessita de algum conhecimento geológico para entender os elementos geológicos que ocorrem no sítio | 3 |
C14 - Nível econômico | 0 | 5 | Local de interesse localizado num município com IDH inferior ao se verifica no estado | 1 |
C2 - Acesso rodoviário | 10 | 10 | Não se aplica. | 0 |
C4 - Segurança | 10 | 10 | Não se aplica. | 0 |
C7 - Associação com outros valores | 5 | 5 | Não se aplica. | 0 |
C8 - Beleza cênica | 5 | 15 | Não se aplica. | 0 |
C15 - Proximidade a zonas recreativas | 0 | 5 | Não se aplica. | 0 |
Valor Educativo | 230 | |||
Valor Turístico | 140 |
Classificação do sítio
Relevância: | Geossítio de relevância Nacional |
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Valor Científico: | 210 |
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Valor Educativo: | 230 (Relevância Nacional) |
Valor Turístico: | 140 (Relevância Regional/Local) |
Risco de Degradação: | 115 (Risco Baixo) |
Recomendação
Urgência à Proteção global: | Necessário a longo prazo |
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Urgência à Proteção devido a atividades didáticas: | Necessário a longo prazo |
Urgência à Proteção devido a atividades turísticas: | Necessário a longo prazo |
Urgência à Proteção devido a atividades científicas: | Necessário a longo prazo |
Unidade de Conservação Recomendado: | UC de Proteção Integral - |
Justificativa: |
Coordenadas do polígono de proteção existente ou sugerido
Responsável
Nome: | Jose Adilson Dias Cavalcanti |
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Email: | jose.adilson@cprm.gov.br |
Profissão: | Geólogo |
Instituição: | Serviço Geológico do Brasil - SGB-CPRM |
Currículo Lattes: | http://lattes.cnpq.br/5968564202453915 |