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Pico de Itabira: Marco Estrutural, Histórico e Geográfico do Quadrilátero Ferrífero
Itabirito -
MG , Lat.:
-20.240751266 Long.:
-43.867515564
Última alteração: 12/09/2022 08:44:44
Última alteração: 12/09/2022 08:44:44
Status: Em análise
Geossitio de Relevância Internacional
Valor Científico:
340
Valor Educativo:
230 (Relevância Nacional)
Valor Turístico:
205 (Relevância Nacional)
Risco de Degradação:
260 (Risco Médio)
Identificação
Designação
Nome do Sítio: | Pico de Itabira: Marco Estrutural, Histórico e Geográfico do Quadrilátero Ferrífero |
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Título Representativo: | |
Classificação temática principal: | História da geologia |
Classificação temática secundária: | Metalogenia |
Registro SIGEP (Comissão Brasileira de Sítios Geológicos e Paleobiológicos) com o Nº com o Nº: | 042 |
Sítio pertence a um geoparque ou proposta de geoparque: | Sim (Quadrilátero Ferrífero - MG) |
Localização
Latitude: | -20.240751266 |
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Longitude: | -43.867515564 |
Datum: | SIRGAS2000 |
Cota: | 1568m m |
Estado: | MG |
Município: | Itabirito |
Distrito: | |
Local: | Mina do Pico |
Ponto de apoio mais próximo: | Cidade de Itabirito |
Ponto de referência rodoviária: | Serra das Serrinhas |
Acesso: | Situado no município de Itabirito - MG, o acesso ao Pico de Itabira pode ser feito através da BR 040 – saindo de Belo Horizonte em direção ao Rio de Janeiro – utilizando o ramal BR 356 (Rodovia dos Inconfidentes). O Pico de Itabirito localiza-se 5,5 Km a sul da rodovia (do lado direito no sentido Belo Horizonte – Itabirito. A partir da sede do município de Itabirito, saindo da Praça da Estação, seguir Rua João Pessoa, virar à direita na Rua Pio XII, entrar a segunda esquerda na Rua Dr. Eurico Rodrigues. Seguir em frente após o semáforo, mantendo-se à direita na Avenida Queiroz Júnior até a BR 356, até o Posto de comando da Polícia Rodoviária. Virar à esquerda e seguir a estrada para a Mina do Pico. |
Imagem de identificação
Resumo
Resumo |
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O Pico de Itabira é uma importante referência geológica, histórica e econômica de Minas Gerais. É conhecido também pelo nome de Pico de Itabirito, em razão do nome da cidade ter mudado de "Itabira do Campo" para "Itabirito". Nos séculos XVII e XVIII, serviu como marco geográfico dos bandeirantes, desbravadores das Minas Gerais. Hoje sua importância está nas suas características metalogenéticas e geológicas como testemunho-símbolo da riqueza mineral da região. O pico é um maciço de minério de ferro compacto, de forma aproximadamente lenticular e atitude vertical, sobressaindo 80m acima da paisagem atual, composto de minerais de óxidos de ferro (hematita e magnetita). O minério que é de origem hidrotermal está hospedado na Formação Cauê, Grupo Itabira do Supergrupo Minas, e formou-se durante o evento tectônico Transamazônico, de idade paleoproterozoica. A verticalização do corpo, juntamente com a de toda a sequência, que resultou em sua morfologia peculiar, ocorreu no final do evento Transamazônico, concomitante à estruturação do Sinclinal de Moeda. O Pico de Itabirito é um cenário singular no contexto geológico do Quadrilátero Ferrífero. Em função dessa realidade, o IPHAN tombou, em 1962, este marco geológico e seu entorno como um conjunto paisagístico, onde a ocupação do território foi a justificativa central. É a localidade-tipo do Grupo Itabira, definido por Harder & Chamberlin (1915). (Compilado de Rosière et al. 2009) |
Abstract |
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The Itabira Peak is an important geological, historical, and economic reference in Minas Gerais. It is also known by the name Itabirito Peak, because the city's name was changed from "Itabira do Campo" to "Itabirito". In the XVII and XVIII centuries, it served as a geographical landmark for the bandeirantes, the pioneers of Gerais. Today its importance lies in its metallogenetic and geological characteristics as a symbol-witness of the mineral wealth of the region. The peak is a compact iron ore massif, approximately lenticular in shape and vertical in attitude, standing out 80 m above the present landscape, composed of iron oxide minerals (hematite and magnetite). The ore that is of hydrothermal origin is hosted in the Cauê Formation, Itabira Group of the Minas Supergroup, and was formed during the Transamazonic tectonic event, of paleoproterozoic age. The verticalization of the body, together with that of the whole sequence, which resulted in its peculiar morphology, occurred at the end of the Transamazonian event, concomitant with the structuring of the Moeda syncline. Itabirito Peak is a singular setting in the geological context of the Iron Quadrangle. Due to this reality, IPHAN declared, in 1962, this geological landmark and its surroundings as a landscape set, where the occupation of the territory was the central justification. It is the type-locality of the Itabira Group, defined by Harder & Chamberlin (1915). (Compiled from Rosière et al. 2009) |
Autores e coautores |
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AUTORES DO GEOSSÍTIO NO SIGEP: Carlos Alberto Rosière (Instituto de Geociências da UFMG) Friedrich Ewald Renger (Instituto de Geociências da UFMG) Danielle Piuzana (Faculdade Interdisciplinar em Humanidades da UFVJM) Carlos Alberto Spier (School of Earth and Environmental Sciences da Universidade de Queensland) Avaliação Quantitativa: José Adilson Dias Cavalcanti (Serviço Geológico do Brasil - Sureg-BH, Minas Gerais, Brasil) |
Contexto
Geológico
Enquadramento Geológico Geral: |
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Unidade do Tempo Geológico (Eon, Era ou Período): |
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Arqueano/Paleoproterozoico |
Ambiente Dominante: |
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Tipo de Unidade: | Unidade Litodêmica |
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Nome: | formação Cauê, Grupo Itabira |
Outros: | |
Rocha Predominante: | Itabirito |
Rocha Subordinada: | Xisto |
Tipo e dimensões do afloramento, contato, espessura, outras informações descritivas do sítio. : |
Geologia O Pico de itabirito é formado por rochas do Supergrupo Minas, de idade paleoproterozoica, que é uma sequência sedimentar plataformal de mar raso e profundo com formações ferríferas distribuídas nas estruturas sinclinais do Quadrilátero Ferrífero. Esta sequência é sotoposta pela pelo greenstone belt Rio das Velhas, que ocorre contornando domos granito-gnáissicos de idade arqueana a paleoproterozoica. A sequência mais espessa de formações ferríferas do Supergrupo Minas pertence ao Grupo Itabira que é composto por itabiritos, metadolomitos e metapelitos subordinados. Os itabiritos são formações ferríferas bandadas metamórficas e oxidadas, constituídas principalmente de quartzo e óxidos de ferro, existindo ainda variedades com anfibólios e dolomita, embora sua ocorrência seja subordinada no depósito do Pico. O termo itabirito foi originalmente definido por Eschwege (1822, p. 28) em Minas Gerais como uma rocha maciça, às vezes com textura xistosa a granular, composta de especularita, hematita e por vezes magnetita, caracterizando assim a formação ferrífera mineralizada e mesmo o minério compacto, tendo como locus typicus o Pico de Itabirito. O termo Eisenglimmerschiefer, ou especularita xisto, foi também introduzido por este autor, para caracterizar a formação ferrífera deformada, rica em especularita. Corpos de minério de alto teor (Fe>64%) ocorrem encaixados na camada de itabirito (formação Cauê). Importantes depósitos de ferro como o Pico, Galinheiro e Sapecado representam corpos em sequência, de direção N-S a N45°E no flanco leste do Sinclinal de Moeda, sendo o depósito do Pico o mais importante. Ali são lavrados minérios de alto teor, compacto e friável, além de itabiritos ricos (52% Metalogênese O minério de ferro de alto teor do Quadrilátero Ferrífero foi interpretado inicialmente (Dorr, 1965) como produto de substituição metassomática sin-metamórfica e por Guild (1957) como produto de alteração hidrotermal. Rosière & Rios (2004) propuseram origem hidrotermal desenvolvida em duas fases: uma de mineralização em magnetita e outra oxidante, com mineralização em hematita. A 1ª fase de mineralização ocorreu associada à primeira fase de dobramento F1 (Rosière & Rios, 2004), enquanto a segunda desenvolveu-se durante uma segunda fase de dobramento, (F2). As dobras F1 foram geradas durante a fase compressiva do evento Transamazônico. A nucleação das dobras F2, por outro lado, é concomitante com a formação do Sinclinal de Moeda e relacionada à ascensão de blocos granito-gnáissicos, que provocou também a verticalização das camadas durante a fase de colapso da orogênese (Alkmim & Marshak, 1998), em condições relativamente rasas. Esta estruturação aumentou a permeabilidade da rocha, permitindo a percolação de fluídos meteóricos oxidante, que resultaram em nova mineralização em Ferro, formando assim corpos de grande porte e de características semelhantes, ao longo de quase todo flanco leste do Sinclinal de Moeda. No Neoproterozoico, durante o Ciclo Brasiliano (~600 Ma), um último evento compressivo foi responsável pelo desenvolvimento de falhas e zonas de cisalhamento reversas, cuja importância metalogenética é restrita aos depósitos da porção leste do Quadrilátero Ferrífero. Principais Características dos Minérios de Ferro Os corpos de minério compacto do depósito do Pico são produto de processos hidrotermais que atuaram sobre as formações ferríferas do Grupo Itabira, sendo constituídos predominantemente de magnetita oxidada/martitizada (minério martítico) ou hematita (minério hematítico). Podem ser maciços, com a obliteração total das estruturas sedimentares, ou apresentar relictos do bandamento da formação ferrífera. Estruturas de brecha também estão presentes de forma descontínua. A martita ocorre como pseudomórfico de cristais individuais ou agregados maciços com relictos de magnetita, desenvolve-se ao longo dos planos cristalográficos da magnetita e de forma irregular das bordas para o centro. Nos minérios martíticos, hematita preenche os interstícios como cristais anhédricos irregulares e contornos lobados ou embainhados e dimensões variáveis entre 0,01 e 0,1mm, podendo constituir quase 90% do minério. Em minérios hematíticos, predominam cristais de hematita de contorno irregular ou em arranjo poligonal. O minério pode apresentar-se também bastante poroso, com elevada proporção de espaços vazios entre os cristais de hematita. O minério xistoso está associado a zonas de elevada deformação, que provocaram o desenvolvimento de textura orientada de cristais lamelares, alongados, de hematita (especularita). As lamelas de especularita ocorrem em diversas proporções, crescidas sobre uma trama granoblástica, ou anastomosada em torno de agregados porfiroclásticos de hematita/martita. O minério friável é o produto do enriquecimento parcial da formação ferrífera por processos hidrotermais e pela atuação recorrente do intemperismo, com lixiviação dos minerais de ganga (carbonato e quartzo). Corpos friáveis apresentam geralmente estrutura bandada reliquiar e ocorrem interdigitados com itabirito rico friável, constituindo importante tipo de minério. Localmente, aparecem corpos pulverulentos destituídos de estruturação. O minério friável é constituído de hematita de hábito poligonal, alguma martita, além de especularita e cristais lamelares intersticiais. O minério rolado consiste de fragmentos angulosos de minério compacto cimentado por hidróxido de ferro, produto do intemperismo e erosão de corpos de minério, itabiritos e possivelmente carbonatos e acumulados em encostas durante o Cretáceo/Terciário (Wallace, 1965). Na Serra de Itabirito, os blocos acumularam-se como tálus, principalmente na encosta ocidental, formando corpos descontínuos com espessura que podem atingir várias dezenas de metros. |
Paleontológico
Local de ocorrência |
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Ramos da Paleontologia: |
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Taxons conhecidos: |
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Caracterização Geológica
Rochas Sedimentares
Ambientes Sedimentares: |
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Ambientes: |
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Tipos de Ambientes: |
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Descontinuidades Estratigráficas: |
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Não se aplica. |
Rochas Ígneas
Categoria: | Não se aplica - Não se aplica |
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Aspectos Texturais: |
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Estruturas: |
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Rochas Metamórficas
Metamorfismo: Regional (dinamotermal) |
Facie Metamorfismo: Xisto verde |
Texturas: |
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Estruturas: |
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Deformação das Rochas
Tipo de Deformação: | Dúctil |
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Regime Tectônico: | Compressional |
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Estruturas Lineares: |
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Estruturas Planas: |
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Feições de Relevo
FR6a - Superfícies de aplainamento | |
FR7c - Escarpas | |
FR8d - Vales estruturais | |
FR8g - Sinclinais suspensas | |
FR11b - Morro | |
FR11d - Serra | |
FR11f - Crista | |
FR11g - Pico ou Cume | |
FR13a - Cangas e crostas lateríticas | |
FR12e - Caverna |
Ilustração
Figura 1 - a) Pico de Itabira (in Martius, 1906); b) foto atual do Pico de Itabira (compilado de Rosière et al. 2009). |
Interesse
Dados
Pelo Conteúdo |
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Interesse associado |
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Pela sua possível utilização |
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Observações
Observações Gerais |
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O minério de ferro de alto teor do Quadrilátero Ferrífero foi interpretado inicialmente (Dorr, 1965) como produto de substituição metassomática sin-metamórfica e por Guild (1957) como produto de alteração hidrotermal. Rosière & Rios (2004) propuseram origem hidrotermal desenvolvida em duas fases: uma de mineralização em magnetita e outra oxidante, com mineralização em hematita. A 1ª fase de mineralização ocorreu aparentemente associada à primeira fase de dobramento F1 (Rosière & Rios, 2004), enquanto a segunda desenvolveu-se durante uma segunda fase de dobramento, (F2). As dobras F1 foram geradas durante a fase compressiva do evento Transamazônico. A nucleação das dobras F2, por outro lado, é concomitante com a formação do Sinclinal de Moeda e relacionada à ascensão de blocos granito-gnáissicos, que provocou também a verticalização das camadas durante a fase de colapso da orogênese (Alkmim & Marshak, 1998), em condições relativamente rasas. Esta estruturação aumentou a permeabilidade da rocha, permitindo a percolação de fluídos meteóricos oxidantes, que resultaram em nova mineralização em Ferro, formando assim corpos de grande porte e de características semelhantes, ao longo de quase todo flanco leste do Sinclinal de Moeda (Fig. 6). No Neoproterozoico, durante o Ciclo Brasiliano (~600 Ma), um último evento compressivo foi responsável pelo desenvolvimento de falhas e zonas de cisalhamento reversas, cuja importância metalogenética está aparentemente restrita a depósitos da porção leste do Quadrilátero Ferrífero. |
Bibliografia |
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Alkmim, F. F.; Marshak, S. 1998, Transamazonian Orogeny in the Southern São Francisco Craton Region, Minas Gerais, Brazil: evidence for Paleoproterozoic collision and collapse in the Quadrilátero Ferrífero: Precambrian Research, v. 90, p. 29 - 58. Azevedo, U.R.; Machado, M.M.M.; Paulo de Tarso Amorim Castro, P.T.A.; Renger, F.E.; Trevisol, A.; Beato, A.C. 2007. Geoparque Quadrilátero Ferrífero – Proposta. In: Schobbenhaus & Silva, 2012. Geoparques do Brasil – Propostas. Volume 1, CPRM, p.183-220. Baars, F.; Rosière, C. A. 1997. Geological map of the Quadrilátero Ferrífero, in DeWitt, M. J., & Ashwal, L. A., Eds. Greenstone belts: Oxford Monographs on Geology and Geophysics Series, Oxford University Press, p. 529 - 557. Barbosa da Silva, C. 1976. “Mâitres de Forge” suíços em Minas Gerais, Rev. da Escola de Minas. Ed. Comemorativa de 100 anos da Escola de Minas, 40 anos da REM, p 59 - 67. Brandalise, L.A. 1999. Programa Levantamentos Geológicos Básicos do Brasil. Belo Horizonte, Folha SE.23-Z-CVI. Estado de Minas Gerais. Escala 1:100.000. Brasília: CPRM CD-ROM Burton, R. F. 1869. Explorations of the highlands of the Brazil, London: Tinsley Brothers, 2 vol. – trad. português de D. Jardim Jr.: Viagem do Rio de Janeiro a Morro Velho. Belo Horizonte/São Paulo (Itatiaia/Ed. USP) 366p., 1976. Couto, J.V. 1801. Memórias sobre as minas de Minas Gerais; publicada em 1900 na Rev. Arq. Públ. Mineiro, v. 6. CPRM, 2014. Mapa Geológico do Estado de Minas Gerais, Escala 1:1.000.000. Formato Digital. Disponível em: http://www.portalgeologia.com.br/index.php/mapa. Dorr, J.V.N.II 1965. Nature and origin of the high-grade hematite ores of Minas Gerais, Brazil; Economic Geology, 60: 1-46. Dorr, J.V.N.II 1969. Physiographic, stratigraphic and structural development of the Quadrilátero Ferrífero, Minas Gerais: U. S. Geological Survey Professional Paper 641-A, 110p. Eschwege, W.L. v. 1821. Teil der Neuen Karte der Capitania von Minas Gerais – in Pluto brasiliensis. Eschwege, W.L. v. 1822. Geognostisches Gemälde von Brasilien und wahrscheinliches Muttergestein der Diamanten, Weimar, 44p. Eschwege, W.L. v. 1833. Pluto brasiliensis, Berlim: G. Reimer, 622p. – trad. português de D. de Figueiredo Murta, Belo Horizonte/São Paulo (Itatiaia/Ed. USP) 2 vol., 1976. Guild, P. W. 1957. Geology and mineral resources of the Congonhas District, Minas Gerais, Brazil: U. S. Geological Survey Professional Paper 290, 90p. Harder, E.C.; Chamberlin, R.T. 1915. The geology of Central Minas Geraes, Brazil. J. Geol., Chicago, 1915, 23 (4): 341-78; (5): 385-424. Martius, C.Ph.F. von 1906. Flora brasiliensis, vol. 1, Tabulae physiognomicae, prancha L. Rosière, C.A. 1981. Strukturelle und texturelle Untersuchungen in der Eisenerzlagerstaette “Pico de Itabira” bei Itabirito, Minas Gerais, Brasilien: Clausthaler Geowissenschaftliche Dissertationen, 9, 302p. Rosière, C.A.; Renger, F.E.; Piuzana, D.; Spier, C.A. 2009. Pico de Itabira, MG: Marco estrutural, histórico e geográfico do Quadrilátero Ferrífero. SIGEP - 042. In: Wynge et al. 2009, Sítios Geológicos e Paleontológicos do Brasil, Volume 2. SIGEP-DNPM-CPRM, p.193-202. Rosière, C.A.; Rios, F. J. 2004. The origin of hematite in high grade iron ores based on infrared microscopy and fluid inclusion studies: the example of the Conceição mine, Quadrilátero Ferrífero, Brazil, Economic Geology, vol. 99, 611- 624. Ruchkys, U.A.; Machado, M.M.M.; Paulo de Tarso Amorim Castro, P.T.A.; Renger, F.E.; Trevisol, A.; Beato, A.C. 2007. Geoparque Quadrilátero Ferrífero – Proposta. In: Schobbenhaus & Silva, 2012. Geoparques do Brasil – Propostas. Volume 1, CPRM, p.183-220. Santos, C.E.L.; Franca, P.R.B. 2004. Plano de Reabilitação de Áreas Impactadas : Monumento Natural do Pico de Itabirito, Complexo do Pico. Minerações Brasileiras Reunidas S.A. – MBR, 13p. Wallace, R. M. 1965. Geology and mineral resources of the Pico de Itabirito District, Minas Gerais, Brazil: U. S. Geological Survey Professional Paper 341-F, 68p. |
Imagens Representativas e Dados Gráficos
Conservação
Unidade de Conservação
Nome da UC | Tipo da UC | Unidade de Conservação | Situação da Uc |
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Proteção Indireta
Reserva de Biosfera: | Reserva da Biosfera da Serra do Espinhaço |
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Relatar: | |
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O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), no âmbito federal, registrou o tombamento do Pico de Itabirito em 26 de junho de 1962 (livro Arqueológico, Etnográfico e Paisagístico, I, folha 8, número 31) como Conjunto Paisagístico, embora sua inscrição como bem tombado tenha sido cancelada em junho de 1965, tendo como justificativa o potencial minerário da área (Fig. 2e). No âmbito estadual, o Pico de Itabirito foi tombado na categoria de conjunto paisagístico pelo Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (IEPHA-MG), estando o decreto contido na Constituição Estadual de Minas Gerais em 1989. No âmbito municipal, a Lei nº 1668, de 1º de outubro de 1991, da Prefeitura Municipal de Itabirito, também versa sobre o tombamento do Pico de Itabirito. As Minerações Brasileiras Reunidas SA (MBR) limitou, a partir de 1989, as atividades de lavra à parte externa do perímetro tombado pelo IEPHA – MG (Fig. 2e). Nas imediações do Pico foi implantado um sistema de monitoramento topográfico, que visa detectar rapidamente quaisquer movimentos de massa do terreno, indicativos de uma eventual instabilidade do maciço rochoso. Com o término da lavra na Mina do Pico, previsto para 2009, foram previstas medidas para atenuar o impacto gerado na paisagem. Uma delas será o preenchimento da cava da mina, utilizando rejeitos do beneficiamento do minério de outras minas, de modo a compor a topografia original da área garantindo a preservação e a melhoria ambiental do entorno Pico de Itabirito (Santos & Franca, 2004). Como importante marco regional, existe uma demanda para a visitação da área do Pico de Itabirito e a empresa detentora do direito de lavra exige um agendamento junto ao seu Departamento de Comunicação Social. No dia 15 de Novembro é comemorado na cidade de Itabirito o Dia do Pico. Nesta ocasião, a MBR patrocina uma caminhada ecológica, partindo da cidade de Itabirito até a base do Pico, com o objetivo de contribuir para o desenvolvimento da consciência ecológica da população local e fortalecimento dos laços culturais. Ações adicionais educativas e de conscientização cultural da população são ainda necessárias, frente à importância histórica deste monumento. |
Uso e Ocupação
Propriedade do Terreno | ||||
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Privado |
Area Rural |
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Area Urbana |
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Fragilidade |
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Elevada |
Dificuldade de Acesso e aproveitamento do solo: |
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Área particular da mineradora Vale. O acesso tem que ser agendado com a mineradora. |
Quantificação
Valor Científico (indicativo do valor do conteúdo geocientífico do sítio ou do elemento geológico)
Ítem | Peso | Resposta | Valor |
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A1 - Representatividade | 30 | O local ou elemento de interesse é o melhor exemplo, atualmente conhecido, na área de trabalho, para ilustrar elementos ou processos, relacionados com a área temática em questão (quando aplicável) | 4 |
A2 - Local-tipo | 20 | O local ou elemento de interesse é reconhecido como holostratótipo ou unidade litodêmica nos léxicos estratigráficos do Brasil e da Amazônia Legal ou documentos similares, ou é a fonte de um holótipo, neótipo ou lectótipo registrado em publicações científicas, de acordo com o código (ICZN, ICBN ou ICN) vigente na época da descrição e cadastrado na Base de Dados Paleo da CPRM ou bases similares ou é um sítio de referência da IMA; | 4 |
A3 - Reconhecimento científico | 5 | É um sítio já aprovado pela SIGEP e/ou existem artigos sobre o local de interesse em livro, em revistas científicas internacionais... | 4 |
A4 - Integridade | 15 | O local de interesse não está muito bem preservado, mas os principais elementos geológicos (relacionados com a categoria temática em questão, quando aplicável) ainda estão preservados | 2 |
A5 - Diversidade geológica | 5 | Local de interesse com 5 ou mais tipos diferentes de aspectos geológicos com relevância científica | 4 |
A6 - Raridade | 15 | O local de interesse é a única ocorrência deste tipo na área de estudo (representando a categoria temática em questão, quando aplicável) | 4 |
A7 - Limitações ao uso | 10 | A realização de amostragem ou de trabalho de campo é muito difícil de ser conseguida devido à existência de limitações (necessidade de autorização, barreiras físicas, etc.) | 1 |
Valor Científico | 340 |
Risco de Degradação (dos valores geológicos retratados no sítio ou no elemento geológico)
Ítem | Peso | Resposta | Valor |
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B1 - Deterioração de elementos geológicos | 35 | Possibilidade de deterioração de todos os elementos geológicos | 4 |
B2 - Proximidade a áreas/atividades com potencial para causar degradação | 20 | Local de interesse situado a menos de 100 m de área/atividade com potencial para causar degradação | 4 |
B4 - Acessibilidade | 15 | Local de interesse acessível por veículo em estrada não asfaltada | 2 |
B5 - Densidade populacional | 10 | Local de interesse localizado num município com menos de 100 habitantes por km2 | 1 |
B3 - Proteção legal | 20 | Não se aplica. | 0 |
Risco de Degradação | 260 |
Potencial Valor Educativo e Turístico (indicativo de interesse educativo e turístico associado ao valor científico do sítio, sujeito à análise complementar dos setores competentes)
Ítem | P.E | P.T | Resposta | Valor |
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C1 - Vulnerabilidade | 10 | 10 | Possibilidade de deterioração dos principais elementos geológicos por atividade antrópica | 2 |
C2 - Acesso rodoviário | 10 | 10 | Local de interesse acessível por veículo em estrada não asfaltada | 2 |
C3 - Caracterização do acesso ao sítio | 5 | 5 | O local de interesse é acessado por estudantes e turistas, mas só depois de ultrapassar certas limitações (autorizações, barreiras físicas, marés, inundações etc...) | 2 |
C5 - Logística | 5 | 5 | Existem restaurantes e alojamentos para grupos de 50 pessoas a menos de 50 km do local de interesse | 3 |
C6 - Densidade populacional | 5 | 5 | Local de interesse localizado num município com menos de 100 habitantes por km2 | 1 |
C7 - Associação com outros valores | 5 | 5 | Existem diversos valores ecológicos e culturais a menos de 20 km do local de interesse | 3 |
C8 - Beleza cênica | 5 | 15 | Local de interesse ocasionalmente usado em campanhas turísticas locais, mostrando aspectos geológicos | 1 |
C9 - Singularidade | 5 | 10 | Ocorrência de aspectos únicos e raros na região | 2 |
C10 - Condições de observação | 10 | 5 | A observação de todos os elementos geológicos é feita em boas condições | 4 |
C11 - Potencial didático | 20 | 0 | Ocorrência de elementos geológicos que são ensinados nas escolas de ensino básico | 3 |
C12 - Diversidade geológica | 10 | 0 | Ocorrem 3 ou 4 tipos de elementos da geodiversidade | 3 |
C13 - Potencial para divulgação | 0 | 10 | Ocorrência de elementos geológicos que são evidentes e perceptíveis para todos os tipos de público | 4 |
C14 - Nível econômico | 0 | 5 | Local de interesse localizado num município com IDH superior ao que se verifica no estado | 3 |
C15 - Proximidade a zonas recreativas | 0 | 5 | Local de interesse localizado a menos de 15 km de uma zona recreativa ou com atrações turísticas | 2 |
C4 - Segurança | 10 | 10 | Não se aplica. | 0 |
Valor Educativo | 230 | |||
Valor Turístico | 205 |
Classificação do sítio
Relevância: | Geossítio de relevância Internacional |
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Valor Científico: | 340 |
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Valor Educativo: | 230 (Relevância Nacional) |
Valor Turístico: | 205 (Relevância Nacional) |
Risco de Degradação: | 260 (Risco Médio) |
Recomendação
Urgência à Proteção global: | Necessário a médio prazo |
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Urgência à Proteção devido a atividades didáticas: | Necessário a médio prazo |
Urgência à Proteção devido a atividades turísticas: | Necessário a médio prazo |
Urgência à Proteção devido a atividades científicas: | Necessário a curto prazo |
Unidade de Conservação Recomendado: | UC de Proteção Integral - |
Justificativa: |
Coordenadas do polígono de proteção existente ou sugerido
Ponto 1: | Latitude: -20.238220656697596 e Longitude: -43.87156963370217 |
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Ponto 2: | Latitude: -20.238187101864305 e Longitude: -43.86288642926957 |
Ponto 3: | Latitude: -20.245206626005753 e Longitude: -43.86292934461381 |
Ponto 4: | Latitude: -20.24519320547546 e Longitude: -43.87141227722168 |
Justificativas e explicações sobre a delimitação sugerida para o sítio: |
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Responsável
Nome: | Jose Adilson Dias Cavalcanti |
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Email: | jose.adilson@cprm.gov.br |
Profissão: | Geólogo |
Instituição: | Serviço Geológico do Brasil - SGB-CPRM |
Currículo Lattes: | http://lattes.cnpq.br/5968564202453915 |