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Membro Crato da Formação Santana
Nova Olinda -
CE , Lat.:
-7.121449947 Long.:
-39.695091248
Última alteração: 27/09/2022 21:04:55
Última alteração: 27/09/2022 21:04:55
Status: Em análise
Geossitio de Relevância Internacional
Valor Científico:
355
Valor Educativo:
305 (Relevância Nacional)
Valor Turístico:
275 (Relevância Nacional)
Risco de Degradação:
295 (Risco Médio)
Identificação
Designação
Nome do Sítio: | Membro Crato da Formação Santana |
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Título Representativo: | Riquíssimo registro de fauna e flora do Cretáceo |
Classificação temática principal: | Paleontologia |
Classificação temática secundária: | Estratigrafia |
Registro SIGEP (Comissão Brasileira de Sítios Geológicos e Paleobiológicos) com o Nº com o Nº: | 05 |
Sítio pertence a um geoparque ou proposta de geoparque: | Sim (Geopark Araripe - CE) |
Localização
Latitude: | -7.121449947 |
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Longitude: | -39.695091248 |
Datum: | SIRGAS2000 |
Cota: | 520 m |
Estado: | CE |
Município: | Nova Olinda |
Distrito: | |
Local: | Geossitio Pedra Cariri |
Ponto de apoio mais próximo: | Nova Olinda - CE |
Ponto de referência rodoviária: | CE-166 em Nova Olinda - CE |
Acesso: | O acesso a partir da sede municipal de Nova Olinda é feito pela CE-166 em direção a Santana do Cariri, por 4 km, até a entrada para o geossítio que está demarcada por uma placa na margem esquerda da rodovia. |
Imagem de identificação
Resumo
Resumo |
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O Membro Crato, unidade basal da Formação Santana, constitui um pacote com espessura média da ordem de 50 metros, compreendendo folhelhos cinzas, calcíferos, e calcários cinza claro a bege, argilosos e finamente laminados. Representa uma fácies de um sistema deposicional lacustre. Os calcários laminados do Membro Crato são mundialmente famosos por sua fauna e flora fósseis excepcionalmente bem preservadas e taxonomicamente diversificadas (HEIMHOFER et al., 2010) constituindo um Konservat-Lagerstatten. Estão presentes fósseis de: invertebrados (crustáceos, conchostráceos, insetos, aracnídeos e caranguejos), vertebrados (peixes, anuros, pterossauros, quelônios, crocodilomorfos e aves) e vegetais (algas, gimnospermas e angiospermas). Dentre os insetos, inúmeros grupos foram identificados no membro Crato, entre eles: ensíferos (grilos e esperanças), efemerópteros (efêmeras), hemípteros (cigarras e percevejos), himenópteros (vespas e formigas), neurópteros (formigas-leão), blatópteros (baratas), isópteros (térmitas), dermápteros (lacraias), coleópteros (besouros), lepidópteros (borboletas), tricópteros (pequenas mariposas), caelíferos (gafanhotos) e dípteros (moscas e mosquitos). O Membro Crato apresenta 6 unidades de calcário laminado, com laminação milimétrica a centimétrica, denominadas da base para o topo de C1 a C6 (NEUMANN, 1999). As unidades apresentam espessuras diferentes, representando por vezes, importantes jazidas de calcário, atualmente explorado pela indústria de construção civil, cimento e de rochas ornamentais (FREITAS, 2019). Com feições geológicas e paleontológicas bastante peculiares, o local é caracterizado como um sítio geológico, paleontológico e geoturístico de grande apelo didático e científico com relevância internacional sendo um geossítio do Araripe Geopark Mundial da Unesco. |
Abstract |
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The Crato Member, basal unit of the Santana Formation, constitutes a package with an average thickness of around 50 meters, comprising gray, calciferous shales and light gray to beige, clayey and finely laminated limestones. Represents a facies of a lacustrine depositional system. The laminated limestones of the Crato Member are world famous for their exceptionally well preserved and taxonomically diverse fossil fauna and flora (HEIMHOFER et al., 2010) constituting a Konservat-Lagerstatten. Fossils of: invertebrates (crustaceans, conchostraceans, insects, arachnids and crabs), vertebrates (fish, anurans, pterosaurs, turtles, crocodylomorphs and birds) and plants (algae, gymnosperms and angiosperms) are present. Among the insects, numerous groups were identified in the Crato member, among them: ensiferous (crickets and stingrays), mayflies (ephemera), hemipterans (cicadas and bedbugs), hymenoptera (wasps and ants), neuroptera (lion ants), blastopterans ( cockroaches), isoptera (termites), dermaptera (centipedes), coleoptera (beetles), lepidoptera (butterflies), trichoptera (small moths), caeliferous (locusts) and dipterans (flies and mosquitoes). The Crato Member has 6 units of laminated limestone, with millimeter to centimeter lamination, called from base to top from C1 to C6 (NEUMANN, 1999). The units have different thicknesses, sometimes representing important limestone deposits, currently exploited by the civil construction, cement and ornamental rock industry (FREITAS, 2019). With very peculiar geological and paleontological features, the site is characterized as a geological, paleontological and geotouristic site of great useful and scientific resources, with the international institute being a geosite of the Unesco Araripe Geopark. |
Autores e coautores |
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Maria Somália Sales Viana - UVA (Autor do Geossítio SIGEP - 005) Virgínio Henrique Lopes Neumann- UFPE (Autor do Geossítio SIGEP - 005) Luís Carlos Bastos Freitas - CPRM/Fortaleza (Autor da quantificação e demais descrições e atualizações do sítio no Geossit) Frank Gurgel Santos - CPRM/Natal (Autor da quantificação e demais descrições e atualizações do sítio no Geossit) |
Contexto
Geológico
Enquadramento Geológico Geral: |
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Unidade do Tempo Geológico (Eon, Era ou Período): |
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Cretaceo |
Ambiente Dominante: |
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Tipo de Unidade: | Unidade Litoestratigráfica |
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Nome: | Formação Santana, Membro Crato |
Outros: | |
Rocha Predominante: | Calcário |
Rocha Subordinada: | Folhelho |
Tipo e dimensões do afloramento, contato, espessura, outras informações descritivas do sítio. : | Afloramento do tipo artificial, onde escavações são feitas para a retirada do calcário laminado e confecção da "Pedra Cariri". A área das escavações ocupam aproximadamente 2,5km x 2,2km. |
Paleontológico
Local de ocorrência |
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Ramos da Paleontologia: |
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Taxons conhecidos: |
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Caracterização Geológica
Rochas Sedimentares
Ambientes Sedimentares: |
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Ambientes: | Antigos |
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Tipos de Ambientes: |
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Descontinuidades Estratigráficas: |
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Rochas Ígneas
Categoria: | Não se aplica - Não se aplica |
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Aspectos Texturais: |
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Estruturas: |
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Rochas Metamórficas
Metamorfismo: |
Facie Metamorfismo: |
Texturas: |
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Estruturas: |
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Deformação das Rochas
Tipo de Deformação: |
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Regime Tectônico: |
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Estruturas Lineares: |
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Estruturas Planas: |
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Feições de Relevo
FR11b - Morro | |
FR12i - Maciços e paredões lapiezados |
Ilustração
Interesse
Dados
Pelo Conteúdo |
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Interesse associado |
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Pela sua possível utilização |
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Observações
Observações Gerais |
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INTERPRETAÇÕES, EVOLUÇÃO DO CONHECIMENTO A litoestratigrafia da Bacia Sedimentar do Araripe: A litoestratigrafia da bacia sedimentar do Araripe foi descrita inicialmente por Small (1913). Ponte e Appi (1990) dividem a coluna em três seções: A Formação Mauriti (Sequência Beta), que constitui a base da coluna; O Grupo Vale do Cariri (Sequências Pré-Rifte e Rifte), que reúne as Formações Brejo Santo, Missão Velha e Abaiara e; O Grupo Araripe (sequência Pós-Rifte), dividido nas Formações Rio da Batateira, Santana, Arajara e Exu. As sequências pós-rifte recobrem em discordância angular unidades das seqüências mais antigas ou repousam diretamente sobre o embasamento cristalino, sendo a segunda configuração comum na porção oeste da bacia (ASSINE, 2007). FORMAÇÃO SANTANA: É subdividida em três Membros, da base para o topo: Crato, Ipubi e Romualdo (BEURLEN, 1971; adotado por PONTE e APPI, 1990). O MEMBRO CRATO: Constitui um pacote com espessura média da ordem de 50 metros, compreendendo folhelhos cinzas, calcíferos, laminados e calcários cinza claro e bege, argilosos e finamente laminados. Representa uma fácies de um sistema deposicional lacustre. Os calcários laminados do Membro Crato são mundialmente famosos por sua fauna e flora fósseis excepcionalmente bem preservadas e taxonomicamente diversificadas (HEIMHOFER et al., 2010). É reconhecido como sítio paleontológico de relevância mundial pela Comissão Brasileira de Sítios Geológicos e Paleobiológicos (SIGEP) (VIANA e NEUMANN, 2002). Segundo Neumann (1999), o Membro Crato apresenta 6 unidades de calcário laminado, com laminação milimétrica a centimétrica, denominadas da base para o topo de C1 a C6. Possuem cores variando do cinza azulado ao cinza claro e do marrom ao bege. As unidades apresentam espessuras diferentes, sendo mais espessa na porção SE da bacia, representando uma importante jazida de calcário, atualmente explorado pela indústria de cimento e de rochas ornamentais (FREITAS, 2019). AMBIENTE DEPOSICIONAL E PALEOCLIMA: Segundo Lima (1978b), a deposição da Membro Crato efetuou-se em ambiente de água doce (lacustre), iniciando-se na porção NE da bacia. Provavelmente tratando-se inicialmente de um corpo de água relativamente raso, com a litologia e estruturas sedimentares (marcas de ondas e estratificações cruzadas) apoiando a observação do autor. Dados palinológicos (LIMA, 1978b) indicam uma vegetação essencialmente arbórea cercando a área do provável lago. O ambiente de deposição foi tornando-se mais profundo e redutor, a bacia teve seus limites ampliados, principalmente na direção oeste. A deposição dos calcários laminados e a preservação de organismos extremamente frágeis, como fungos ascomicetos, carapaças de ostracodes, conchostráceos e algas sugere as condições deposicionais tornaram-se cada vez mais tranqüila, com pouca ou nenhuma energia (FREITAS, 2019). No topo da Membro Crato, na região de Santana do Cariri, evidencia-se a deposição de sedimentos marinhos, atestados pela presença de foraminíferos quitinosos e cistos de dinoflagelados (LIMA, 1978b). Assine (1992) interpreta o Membro Crato como sendo uma ampliação de um sistema lacustre, indicando condições de baixa energia no ambiente deposicional, com influxo terrígeno e turvação da água paulatinamente decrescentes. Segundo Viana (1990), a estratificação plano paralela muito fina das camadas horizontalizadas de calcário indicam um ambiente de pouca energia; a associação fossilífera de conchostráceos, ostracodes, insetos, peixes da família Chanidae relativamente pequenos (Dastilbe), entre outros, indica uma origem de água doce para o Membro Crato. A região entre Nova Olinda e Santana do Cariri provavelmente corresponderia à borda do grande lago, estando atualmente na borda N da bacia em contado com o embasamento e indicando uma possível via de entrada de terrígenos e aéreos no momento da deposição, com plantas, insetos, aranhas, répteis etc, que por ventura fossem carreados pelas correntes (VIANA, 1990). Através da análise palinológica e de macro restos vegetais, Neumann (1999), Neumann e Cabrera (1999) e Neumann et al. (2002) sugerem, como ambiente deposicional da Membro Crato, um ambiente daltáico-lacustre dividido em quatro subambientes distintos: 1-um lago salino, com haloclina variável e porção mais marginal constituída de água doce, apresentando margens variáveis de acordo com o aporte de sedimento e água; 2-zona lacustre marginal, periodicamente inundada, circundada por pântanos e bosques tropicais úmidos; 3-zonas elevadas, acima do nível freático, porém bem drenadas; e 4-um relevo de colinas. A análise de palinomorfos indica para o Membro Crato condições climáticas de aridez e semi-aridez, apresentando uma instabilidade dos recursos hídricos, com épocas de seca e épocas de água abundante (LIMA, 1978a e b; NEUMANN, 1999; NEUMANN e CABRERA, 1999 e NEUMANN et al., 2002). IDADE: Segundo Lima (1978a, 1980) e Hashimoto et al. (1987) apud Neumann (1999), o Membro Crato é considerado de idade albiana basal pelo conteúdo palinológico. Segundo Arai et al. (1997), baseados em uma série de trabalhos sobre a ostracofauna e palinomorfos realizados principalmente pela PETROBRAS nos últimos anos, a idade do Membro Crato é meso a neo-aptiana (porção inferior a média do andar local Alagoas), compreendendo duas biozonas, uma baseada em ostracodes (denominada Cytheridea ?), e outra baseada em palinomorfos. Em relação aos palinomorfos, o Membro Crato é posicionado por Arai et al. (1997) na parte superior da palinozona Sergipea variverrucata (P-270). |
Bibliografia |
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ARAI. M.; COIMBRA. J. C.; SILVA TELES JR. A. C. 1997. Síntese bioestratigráfica da Bacia do Araripe (Nordeste do Brasil). In: 2º SIMPÓSIO DA BACIA DO ARARIPE BACIAS INTERIORES DO NORDESTE. Resumo das comunicações, p.21. ASSINE, M.L. 2007. Bacia do Araripe. B. Geoci. Petrobras, Rio de Janeiro, v. 15(2), p. 371-389, maio/nov. BEURLEN, K. 1963. Geologia e Estratigrafia da Chapada do Araripe. In: Conor. Bras. Geol., 17. Recife, 1963. Anais Recife, SBG/SUDENE, p. 1-47. BEURLEN K. 1971. As condições ecológicas e faciológicas da Formação Santana, na chapada do Araripe (Nordeste do Brasil). Anais da Academia Brasileira de Ciências, v. 43 (suplemento), p. 411-415. FREITAS, L.C.B. 2019. Descrição de Novos Taxons de Insetos Fósseis dos Membros Crato e Romualdo da Formação Santana e Comentários Sobre a Geodiversidade do Geopark Araripe, Bacia Sedimentar do Araripe, Nordeste do Brasil. Tese de doutorado, Universidade Federal do Ceará. 124f. : il. Color. HASHIMOTO A.T.; APPI C.J.; SOLDAN A.L.; CERQUEIRA J.R. 1987. O neo-Alagoas nas Bacias do Ceara, Araripe e Potiguar (Brasil); caracterização estratigráfica e paleoambiental. Revista Brasileira de Geociências, v. 17(2), p.118-122. HEIMHOFER, U.; ARIZTEGUI, D.; LENNIGER, M.; HESSELBO, S. P.; MARTILL, D. M.; RIOS-NETTO, A. M. 2010. Deciphering the depositional environment of the laminated Crato fossil beds (Early Cretaceous, Araripe Basin, North-eastern Brazil). Sedimentology, v.57 (2), p. 677-694. LIMA, M.R. 1978a. Palinologia da Formação Santana (Cretáceo do Nordeste do Brasil). Introdução geológica e descrição sistemática dos polens da subturma Azonotriletes. Ameghiniana. v.15, p.333-365. LIMA, M.R. 1978b. O paleoambiente deposicional da Formação Santana (Grupo Araripe) segundo evidências palinológicas. In: Anais do XXX CONGRESSO BRASILEIRO DE GEOLOGIA, Recife - PE. v.2, p. 970-974. NEUMANN, VH. 1999. Estratigrafia, Sedimentologia, Geoquimica y Diagenesis de los Sistemas Lacustres Aptiense-Albienses de la Cuenca de Araripe (Noreste de Brasil). 1999. Facultat de Geologia, Universitat de Barcelona, Tese (Doctorado), 250 p. NEUMANN, V.H.; CABRERA, L. 1999. Una nueva propuesta estratigrafica para la tectonosecuencia post-rifte de la cuenca de Araripe, noreste de Brasil. In: BOLETIM DO 5º SIMPÓSIO SOBRE O CRETÁCEO DO BRASIL, São Paulo, p. 279-285. NEUMANN, V. H. M. L.; CABRERA, L.; MABESOONE, J. M.; VALENÇA, L. M. M.; SILVA, A. L. 2002. Ambiente Sedimentar e Fácies da Sequência Lacustre Aptiana-Albiana da Bacia do Araripe, NE do Brasil. In: Bol. 6º Simpósio Sobre o Cretáceo do Brasil e 3º Simpósio Sobre el Cretácico de América Del Sur. São Pedro-SP. UNESP, Rio Claro. p. 37-41. PONTE, F.C.; APPI, C.J. 1990. Proposta de revisão da coluna estratigráfica da Bacia do Araripe. Anais XXXVI Congresso Brasileiro de Geologia, Natal (RN), v. 1, p. 211-226. SMALL, H. 2002. Geologia e suprimento de água subterrânea no Ceará e parte do Piauhy. Inspetoria de Obras Contra Secas. 180 p. Série Geologia, v.25, 1913. VIANA e NEUMANN. VIANA, M. S.S. 1990. Estratigrafia e Paleontologia da Formação Santana – Cretáceo Inferior da Bacia do Araripe – Nordeste do Brasil. Dissertação de Mestrado, Instituto de Geociências, Universidade do Rio de Janeiro. 107p. |
Imagens Representativas e Dados Gráficos
Conservação
Unidade de Conservação
Nome da UC | Tipo da UC | Unidade de Conservação | Situação da Uc |
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Chapada do Araripe ( Federal) | UC de Uso Sustentável | Área de Proteção Ambiental |
|
Proteção Indireta
Relatar: | |
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O geossítio Pedra Cariri está inserido dentro do Geopark Araripe, que foi uma iniciativa do Governo do Estado do Ceará, representado pela Secretaria de Estado da Ciência, Tecnologia e Educação Superior e coordenado pela Universidade Regional do Cariri (URCA). Assume-se como primeiro geoparque da América Latina, tendo sido reconhecido em 2006 pela Rede Global de Geoparques, sob os auspícios da UNESCO. Desde 2006, a gestão do Geopark Araripe é de responsabilidade da URCA, e possui um grupo de apoio institucional ampliado. O plano de gestão do Geoparque Araripe é uma peça fundamental para a sua consolidação. Através dele é possível a elaboração dos Planos de Ação e subprogramas, nas áreas de Educação Ambiental, Conservação Ambiental, Divulgação e Promoção do Desenvolvimento Regional através do Geoturismo (Geopark Araripe, 2010). A proteção dos depósitos fossilíferos é uma preocupação cada vez maior a nível mundial. Em diversos países já existem leis que, de uma maneira ou de outra, procuram controlar a extração de material fóssil, sendo que o êxito varia bastante em função do estado ou país onde estes dispositivos legais são aplicados. Além das condições ambientais, duas atividades, ambas extrativas, podem influenciar a preservação de um depósito fossilífero: a mineração e a coleta sistemática para a comercialização de exemplares. |
Uso e Ocupação
Propriedade do Terreno | ||||
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Público / Federal |
Area Rural |
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|
Area Urbana |
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Fragilidade |
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Elevada |
Dificuldade de Acesso e aproveitamento do solo: |
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Quantificação
Valor Científico (indicativo do valor do conteúdo geocientífico do sítio ou do elemento geológico)
Ítem | Peso | Resposta | Valor |
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A1 - Representatividade | 30 | O local ou elemento de interesse é o melhor exemplo, atualmente conhecido, na área de trabalho, para ilustrar elementos ou processos, relacionados com a área temática em questão (quando aplicável) | 4 |
A2 - Local-tipo | 20 | O local ou elemento de interesse é reconhecido como holostratótipo ou unidade litodêmica nos léxicos estratigráficos do Brasil e da Amazônia Legal ou documentos similares, ou é a fonte de um holótipo, neótipo ou lectótipo registrado em publicações científicas, de acordo com o código (ICZN, ICBN ou ICN) vigente na época da descrição e cadastrado na Base de Dados Paleo da CPRM ou bases similares ou é um sítio de referência da IMA; | 4 |
A3 - Reconhecimento científico | 5 | É um sítio já aprovado pela SIGEP e/ou existem artigos sobre o local de interesse em livro, em revistas científicas internacionais... | 4 |
A4 - Integridade | 15 | O local de interesse não está muito bem preservado, mas os principais elementos geológicos (relacionados com a categoria temática em questão, quando aplicável) ainda estão preservados | 2 |
A5 - Diversidade geológica | 5 | Local de interesse com 1 ou 2 tipos diferentes de aspectos geológicos com relevância científica | 1 |
A6 - Raridade | 15 | O local de interesse é a única ocorrência deste tipo na área de estudo (representando a categoria temática em questão, quando aplicável) | 4 |
A7 - Limitações ao uso | 10 | Não existem limitações (necessidade de autorização, barreiras físicas, etc.) para realizar amostragem ou trabalho de campo | 4 |
Valor Científico | 355 |
Risco de Degradação (dos valores geológicos retratados no sítio ou no elemento geológico)
Ítem | Peso | Resposta | Valor |
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B1 - Deterioração de elementos geológicos | 35 | Possibilidade de deterioração dos principais elementos geológicos | 3 |
B2 - Proximidade a áreas/atividades com potencial para causar degradação | 20 | Local de interesse situado a menos de 100 m de área/atividade com potencial para causar degradação | 4 |
B3 - Proteção legal | 20 | Local de interesse situado numa área com proteção legal, mas sem controle de acesso | 2 |
B4 - Acessibilidade | 15 | Local de interesse localizado a menos de 100 m de uma estrada asfaltada com local para estacionamento de veículos | 4 |
B5 - Densidade populacional | 10 | Local de interesse localizado num município com menos de 100 habitantes por km2 | 1 |
Risco de Degradação | 295 |
Potencial Valor Educativo e Turístico (indicativo de interesse educativo e turístico associado ao valor científico do sítio, sujeito à análise complementar dos setores competentes)
Ítem | P.E | P.T | Resposta | Valor |
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C1 - Vulnerabilidade | 10 | 10 | Possibilidade de deterioração dos principais elementos geológicos por atividade antrópica | 2 |
C2 - Acesso rodoviário | 10 | 10 | Local de interesse localizado a menos de 100 m de uma estrada asfaltada com local para estacionamento de veículos | 4 |
C3 - Caracterização do acesso ao sítio | 5 | 5 | O local de interesse é acessado sem limitações por estudantes e turistas | 4 |
C4 - Segurança | 10 | 10 | Local de interesse sem infraestrutura de segurança (vedações, escadas, corrimões, etc.) mas com rede de comunicações móveis e situado a menos de 50 km de serviços de socorro | 2 |
C5 - Logística | 5 | 5 | Existem restaurantes e alojamentos para grupos de 50 pessoas a menos de 50 km do local de interesse | 3 |
C6 - Densidade populacional | 5 | 5 | Local de interesse localizado num município com menos de 100 habitantes por km2 | 1 |
C7 - Associação com outros valores | 5 | 5 | Existem diversos valores ecológicos e culturais a menos de 20 km do local de interesse | 3 |
C8 - Beleza cênica | 5 | 15 | Local de interesse habitualmente usado em campanhas turísticas locais, mostrando aspectos geológicos | 2 |
C9 - Singularidade | 5 | 10 | Ocorrência de aspectos únicos e raros no país | 4 |
C10 - Condições de observação | 10 | 5 | A observação de todos os elementos geológicos é feita em boas condições | 4 |
C11 - Potencial didático | 20 | 0 | Ocorrência de elementos geológicos que são ensinados em todos os níveis de ensino | 4 |
C12 - Diversidade geológica | 10 | 0 | Ocorrem 2 tipos de elementos da geodiversidade | 2 |
C13 - Potencial para divulgação | 0 | 10 | Ocorrência de elementos geológicos que são evidentes e perceptíveis para todos os tipos de público | 4 |
C14 - Nível econômico | 0 | 5 | Local de interesse localizado num município com IDH inferior ao se verifica no estado | 1 |
C15 - Proximidade a zonas recreativas | 0 | 5 | Local de interesse localizado a menos de 20 km de uma zona recreativa ou com atrações turísticas | 1 |
Valor Educativo | 305 | |||
Valor Turístico | 275 |
Classificação do sítio
Relevância: | Geossítio de relevância Internacional |
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Valor Científico: | 355 |
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Valor Educativo: | 305 (Relevância Nacional) |
Valor Turístico: | 275 (Relevância Nacional) |
Risco de Degradação: | 295 (Risco Médio) |
Recomendação
Urgência à Proteção global: | Necessário a curto prazo |
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Urgência à Proteção devido a atividades didáticas: | Necessário a curto prazo |
Urgência à Proteção devido a atividades turísticas: | Necessário a curto prazo |
Urgência à Proteção devido a atividades científicas: | Necessário a curto prazo |
Unidade de Conservação Recomendado: | UC de Proteção Integral - |
Justificativa: |
Coordenadas do polígono de proteção existente ou sugerido
Responsável
Nome: | Colaboração Frank Gurgel Santos & Luis Carlos B. Freitas |
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Email: | luis.freitas@sgb.com.br |
Profissão: | Pesquisadores em geociências |
Instituição: | CPRM - Serviço Geológico do Brasil |
Currículo Lattes: | http://lattes.cnpq.br/0311879501481686 |